Adam
Estacionei meu carro na minha vaga, no condomínio em que moro depois do acidente.
Como precisava de um lugar para poder andar com a cadeira de rodas, meus pais compraram um apartamento já todo adaptado. Assim como o carro também.
Depois de descer do carro e passar para minha cadeira de rodas, com uma certa habilidade, porque já estou bem adaptado a cadeira. Fiz de tudo para me adaptar o mais rápido possível. Se tem uma coisa que eu gosto é de privacidade e solidão. E ter alguém ali toda hora do meu lado para me ajudar a fazer o básico, me irritava. Agora consigo ter uma certa liberdade. Conto com dona Carmem em casa as vezes para algumas coisas, mas é raro pedir sua ajuda.
Dona Carmem veio do Brasil para cuidar de mim. Ela já era funcionária da casa da minha mãe e me conhece a muito tempo. Ela é viúva, e seus filhos já são casados.
Entrei no elevador e segui para meu apartamento, que fica em um único andar, ou seja, naquele andar só tem meu apartamento, sem vizinhos de porta.
Quando abri a porta e entrei, vi que minha mãe estava sentada no sofá, e ao seu lado uma moça.
Me aproximei delas e fixei meu olhar naquela bela moça.
Sim, era muito bonita.
Eu a olhei da cabeça aos pés. Vi que ela ficou um pouco tímida com o raio X que fiz nela. Apertou uma mão na outra, e parecia que ia se sentar novamente.
Mais aí minha mãe falou comigo e a bela a minha frente desviou seu olhar para dona Júlia. Pareceu até dar um leve suspiro de alívio.
E isso a deixava mais linda ainda. O rosto meio ruborizado, as mãozinhas nervosas, o jeito que movimentava levemente seus pés, e a maneira que se esforçava para desviar seu olhar dos meus.
Típico de uma menina que não tem muita, ou quase nenhuma experiências com homens. Não tinha malícia nenhuma nela. Pelo contrário, posso jurar que ela queria um buraco para se esconder.
Não deveria, mas aquilo me fascinou.
- Bem vindo querido._ minha mãe veio me dar um beijo no rosto, mas eu não conseguia tirar meus olhos dela. Estava hipnotizado.
- Oi mãe.
- Você lembra da Mavi? _ minha mãe me perguntou.
Se eu lembro? Lembro! De uma pirralha que corria descalça e brincava com crianças menores que ela.
Agora a minha frente tinha uma linda mulher. Estava usando os cabelos preso num rabo de cavalo. Maquiagem leve, mas que a deixava lindamente natural. E um uniforme azul, que acredito ser do trabalho dela. Esse uniforme deveria ser proibido de ser usado por Mavi. Deixava suas curvas bem delineadas. E aquele bumbum avantajado com certeza não é de uma americana. Se bem me lembro Mavi é filha de uma brasileira com um americano. Inclusive minha mãe estava falando em português, o que me indica que Mavi deve falar também. Vou descobrir isso agora. Respondi minha mãe e cumprimentei Mavi em português.
- Vagamente._ não era totalmente mentira, me lembro pouco dela quando éramos crianças. - Bem vinda Mavi.
- Obrigada._ me respondeu em português.
E sim, fala português perfeitamente.
Ela apertou a mão que eu havia estendido para comprimentá-la. E que mão macia.
Acho que fiquei tempo demais segurando sua mão. Ela ficou ruborizada novamente.
Fica tão linda e eu posso me viciar vendo esse rostinho assim, levemente rosado.
Ela e minha mãe se sentaram e começamos a falar sobre o horário que ela viria para fazer as sessões de fisioterapia.
- Você mora do outro lado da cidade querida. Seria melhor vir direto do hospital para não se cansar mais ainda.
- Claro. Se não tiver problemas eu prefiro assim. Saio do hospital as 16;00 horas e em uns 20 minutos estou aqui.
- Perfeito querida. Adam vai sair mais cedo do trabalho, né filho?!
Não era uma sugestão da dona Júlia, era uma ordem.
- Claro mãe.
Depois minha mãe puxou conversas aleatórias com Mavi. A maioria sobre quando éramos crianças e nos conhecemos, ou sobre a família da Mavi.
Eu poderia ter ido para meu quarto, já que o assunto que realmente me interessava ali era sobre a fisioterapia. Mas eu não consegui. Precisava ficar ali olhando para ela.
Não me intrometi nos assuntos delas, apenas permanecia ali, parado, quieto, a observando.
- Eu e Carolina estamos combinando dela vir para NY para a gente se encontrar. Quando ela vir você vai sair conosco.
- Claro. Minha mãe ama NY, pro desespero do meu pai kk
Ela diz isso e dá um sorriso lindo.
- Você é tão parecida com ela. Se Carolina não tivesse me contado, não ia dizer que não são filha e mãe biológica.
Agora fiquei surpreso. Perdi esse detalhe da vida da " doce Mavi". Gostei disso, vou passar a chamá-la assim kkk
- Todos falam isso. Deve ser porque temos o mesmo Dna no final das contas. Ela é minha tia. Mas mil vezes mais bonita.
Que me lembro dona Carolina é realmente uma mulher muito bonita. Mas a filha não fica devendo nada a beleza da mãe.
- Você é tão linda quanto sua mãe. A genética aí é de excelente qualidade kkk_ concordo mãe!
- Seus olhos dona Júlia! Agora preciso ir, já está tarde e ainda preciso atravessar a cidade.
Precisa ir? Não sei porque, mas senti um aperto no peito só em ouvir ela falando que ia embora. Pareceu até que meu coração tinha encolhido.
- Você está de carro? _ minha mãe fez a pergunta que eu gostaria de ter feito, mas não me atrevi fazer.
- Vim de táxi. Eu peço um quando estiver descendo.
- Deixa que eu te levo Mavi. Realmente está tarde para você andar de táxi por aí.
Não era tão tarde assim. Acho que ainda eram 20:00 da noite. Tranquilo para ela ir de táxi. Mas precisava de uma desculpa para ter oferecido uma carona assim, do nada.
Para falar a verdade, nem eu entendi o que me deu. Quando vi já tinha me oferecido para levar ela embora.
Se não bastasse isso, ainda quis tomar banho. Não sei o que me deu, mas não me sentiria bem ao seu lado sem tomar um bom banho depois de um dia inteiro no escritório.
Desci depois do banho tomado e fomos. No elevador ela esperou eu entrar primeiro, por causa da cadeira de rodas. O que me deixou meio assim, afinal o certo seria a dama ir na frente. Droga, nem isso posso fazer direito mais.
Assim como no elevador, no carro fomos em silêncio também. O máximo de palavras que trocamos,foi quando eu pedi para ela pôr seu endereço no GPS.
Mavi ia quieta, olhando a cidade lá fora passando por nós. Em determinados momentos eu via que ela me observava com o canto de seus lindos olhos. Mas não falava nada.
Eu também a observava quando estava distraída olhando pela janela. Já disse que é linda né?!
- Chegamos!
Ela parecia distraída, e acho que até se assustou um pouco com minha voz. Me olhou com aqueles lindos olhos, me agradeceu pela carona e desceu.
Quando abriu a porta do carro, uma leve brisa trouxe seu perfume até mim. Um cheiro doce como ela, a "doce Mavi" .
Fiquei parado ali olhando ela andar até o portão de entrada para seu apartamento. Só depois que tive certeza que ela havia entrado e estava segura, fui embora.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Anonymous
Amanda a história autora acabei de lê a q a Mali pede os pais linda também
2025-01-12
1
Estrella Guia 💖
que a nossa doce MAVI seja a sua cura e redenção Adam
2025-03-05
0
Silvia Moraes
Eita Adam seu coração já foi flexado!!
Sem volta
2025-02-26
0