Reencontro

Mavi

Meus pais me aconselharam aceitar a oferta. Se desse certo trabalhar com Adam, poderia até deixar o hospital e ficar só com ele de paciente, já que o salário era muito mais que ganho no hospital.

Mas tenho dó de deixar meus pacientes no hospital. Mas isso é coisa para pensar depois. Por hora liguei para dona Júlia e falei que aceitava sua proposta de trabalho.

Combinamos de passar a tarde, depois do horário que saio do hospital para conversar com ela e o filho.

Não sei dizer porque, mas fiquei nervosa ao pensar que vou encontrar com Adam depois de anos. Mas não entendi o porque, já que nem me lembro dele.

Trabalhei normalmente até o fim do expediente. Mandei mensagem para Lizy avisando que ia passar conversar com dona Júlia e depois ia para nosso apartamento.

Como saí do trabalho, fui com o uniforme que uso mesmo, só não estava usando meu jaleco. Melhor assim, afinal serei sua fisioterapeuta mesmo, não precisava de grandes produções.

( imagino o uniforme da Mavi assim, igual a esse da foto retirada da internet)

O táxi me deixou em frente a um condomínio de luxo. Após me apresentar na portaria, fui liberada. Já era esperada.

Peguei o elevador e subi. Luxo era pouco viu. E olha que eu moro num apartamento bem lindo no centro de NY, que era da minha mãe. Depois que ela foi embora para Lancaster, colocou para alugar. E agora eu uso desde que vim morar em NY com Lizy.

Apertei a campainha do apartamento e uma senhora me atendeu. Me mandou entrar e dona Júlia que estava na sala já veio me receber.

- Mavi querida. Bem vinda.

- Obrigada dona Júlia.

- Senta. Acredita que estava falando com Carolina a dois minutos atrás?!

Me sentei naquele sofá enorme e confortável. Ficamos ali conversando, a senhora que abriu a porta para mim me trouxe um suco. Falamos sobre várias coisas, inclusive que Adam já sabia e aceitou ser meu paciente. Ele estava no trabalho e logo ia chegar.

Juro para vocês, ficava toda hora olhando em direção a porta e muitas vezes me arrependi de não ter ido embora para casa, tomar um banho e me arrumar.

Mas que bobeira eu estava pensando!? Era uma entrevista de trabalho com Adam, e não um encontro amoroso.

Depois de quase uma hora que estava em seu apartamento, eis que vejo a porta se abrir. Minhas mãos chegarem suar frio naquele momento.

Passou pela porta um homem sentado numa cadeira de rodas, das mais modernas que já vi. Era loiro, pele clara e olhos castanhos. Me lembrou muito o senhor Thomas.

Eu fiquei em pé quando ele se aproximou. Ele me olhou da cabeça aos pés. Aí minhas pernas bambearam. Eu já ia me sentar, quando fui salva por dona Júlia.

-Bem vindo querido._ ela cumprimentou seu filho com um beijo no rosto, mas Adam não desviava o olhar de mim nem para cumprimentar sua mãe.

-Oi mãe.

Que voz! As minhas pernas bambearam novamente.

- Você lembra da Mavi? _ dona Júlia o perguntou.

Senti minhas bochechas ficarem vermelhas aquela hora. Mas que raios estava acontecendo comigo?

- Vagamente._ ele respondeu sua mãe, depois me estendeu sua mão. -Bem vinda Mavi.

- Obrigada._ foi só isso que eu consegui falar, e peguei em sua mão para corresponder ao seu cumprimento.

- Senta querida._ dona Júlia me salvando novamente. Minhas pernas não iam aguentar muito tempo com aqueles olhos castanhos me olhando tão profundamente, que eu me sentia sendo despida.

Falamos um pouco sobre meu horário disponível para atender Adam, e ficamos combinados que eu viria do hospital direto para o apartamento dele, assim ficaria mais fácil, já que meu apartamento era praticamente do lado oposto.

Depois dona Júlia começou assuntos aleatórios, e Adam não falava nada, mas seus olhos continuavam em mim.

Eu não me atrevia olhar para ele diretamente. Mas com minha visão periférica conseguia ver e sentir que ele me estudava além de prestar atenção na minha conversa com dona Júlia.

- Eu e Carolina estamos combinando dela vir para NY para a gente se encontrar. Quando ela vir você vai sair conosco.

- Claro. Minha mãe ama NY, pro desespero do meu pai kk

- Você é tão parecida com ela. Se Carolina não tivesse me contado, não ia dizer que não são filha e mãe biológica.

- Todos falam isso. Deve ser porque temos o mesmo Dna no final das contas. Ela é minha tia. Mas mil vezes mais bonita.

- Você é tão linda quanto sua mãe. A genética aí é de excelente qualidade kkk

- Seus olhos dona Júlia! Agora preciso ir, já está tarde e ainda preciso atravessar a cidade.

- Você está de carro?_dona Júlia me perguntou.

- Vim de táxi. Eu peço um quando estiver descendo.

- Deixa que eu te levo Mavi. Realmente está tarde para você andar de táxi por aí._ Adam que estava em silêncio, resolveu me soltar essa.

Já falei que minhas pernas bambearam novamente? Então kkk

- Não precisa, você acabou de chegar do trabalho, deve estar cansado. E essa hora ainda é tranquilo andar por aí de táxi.

- Claro que não querida. Adam tem razão. E outra, eu te prendi com minhas conversas e nem vi o horário passar. Adam te leva, assim fico mais tranquila.

Dessa vez dona Júlia não me ajudou. Tive que aceitar.

- Você pode me esperar tomar um banho primeiro? Se não tiver problema para você.

- Espero claro.

Adam foi para um corredor, acredito que seja seu quarto. O apartamento tem uma escada, os quartos devem ficar lá em cima, mas talvez Adam não consiga usar por causa das escadas.

Fiquei conversando mais um pouco com dona Júlia, até Adam voltar.

Me despedi da simpática senhora e o segui em direção ao elevador. Que situação. Nem ele , nem eu falávamos nada.

Saímos do elevador e Adam foi com sua cadeira em direção a um carro. Ele passou da cadeira para o carro, guardou sua cadeira e me indicou a porta do carona. Eu tinha ficado igual uma boba vendo ele fazer tudo aquilo, como se não trabalhasse com pessoas que usam cadeira de rodas. Affs Mavi, affs.

Seu carro é adaptado para portador de deficiência física.

- Põe seu endereço._ ele me indicou o painel a nossa frente para eu digitar meu endereço.

-Ah sim._ eu estava abobalhada ao seu lado, e aquele cheiro do seu perfume não estava me ajudando.

Meio tremendo consegui digitar meu endereço no GPS, e então seguimos. Assim como no elevador, não falamos nada. O silêncio era até constrangedor.

Se Adam era bonito, dirigindo nem se fala. Eu algumas vezes olhava ele com canto dos meus olhos. Aquelas mãos enormes segurando o volante, as vezes dava um aperto mais forte, que me fez sentir calor. O jeito que ele olhava o trânsito, com as luzes da cidade e de outros carros iluminando seu rosto.

E que rosto! Barba rala, muito bem definida, coisa de homem que gosta de se cuidar. Cabelos molhados e penteados de uma uma forma mais bagunçados. E o perfume! Hummmm, o perfume.

Precisava descer daquele carro o mais rápido possível. Que loucura eu estava pensando?!

Acho que Lizy tem razão, preciso de sexo.

- Chegamos! _ ele falou e me tirou dos meus devaneios.

- Ah sim._ continuava abobalhada. - Obrigada Adam. Até amanhã.

- Boa noite Mavi.

Ele me respondeu e eu desci. Quando estava entrando no portão de entrada do meu apartamento, olhei para a direção onde seu carro tinha estacionando para eu descer, e ele ainda estava lá.

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Comments

Maria De Nazare Mendes

Maria De Nazare Mendes

meu Deus que homem kkkk

2025-03-11

6

sandra helena barbosa

sandra helena barbosa

Adam também já está babando 🤣🤣🤣🤣

2025-02-15

2

Erlete Rodrigues

Erlete Rodrigues

vamos ver quando começar a fisioterapia

2025-02-14

2

Ver todos

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