Um pouco de paz

Florence estava cada dia mais apaixonado por sua jovem esposa Violeta, aos poucos a felicidade que morreu junto com sua mãe foi voltando, ele era responsável por muitas vidas ali, e não podia cometer erros de novo, proteger os seus era sua prioridade, Violeta chegou para alegrar suas noites frias, o amor que existia entre eles era diferente de tudo que ele já sentiu.

Depois de deixar seu povo em segurança, após o ataque dos paladinos, Florence saiu em busca deles, massacrou a todos que viu pela frente, e resgatou tantos quanto pôde de seu povo, tomado pelo ódio ele não sentia mais nada, apenas a necessidade de extinguir com toda e qualquer ameaça que houvesse, nesta época ele não sabia nada sobre Selim o mago, ninguém o tinha avisado sobre ele.

Quando rodou os quatro cantos do Brasil e reuniu todos quanto pôde voltou para o vale e lá ficou até o dia em que conheceu violeta.

Sua vida mudara muito após a chegada dela, a amargura sumiu de seu peito e o desejo de ser feliz ficou mais forte que nunca. Alguns meses depois de estarem casados ele chegou em sua tenda para repousar quando encontrou violeta sentada a tricotar alguma coisa, não estranhou já que ela gostava de tecer casacos e roupas para ele e para as crianças, o que chamou sua atenção foi o tamanho da peça, de certo haveria alguma mulher grávida na Vila.

__ O que fazes, dona da minha vida? acaso já fizestes casacos suficientes para teu marido?

__ Oh, amado rei, creio que já tenhas casacos demais, esse aqui é para alguém muito especial, que já é dono de meu coração também.

__ Deverei eu ficar preocupado?

__ Não sei. venha até aqui.

Florence aproximou -se da esposa, ela o beijou suavemente nos lábios, e passou a mão por seus cabelos, ele fechou os olhos apreciando o carinho dela, ela pegou a mão dele e a levou até seu ventre.

__ Vive agora dentro de mim, um pedaço vosso meu marido, os deuses nos abençoaram com um herdeiro, eu já o sinto e o amo, e sei que nos dará muito orgulho.

Florence olhava para ele boquiaberto, não sabia o que dizer, seu coração batia acelerado dentro do peito, a emoção tomou conta dele e ele pousou a cabeça junto a barriga de Violeta e chorou, agarrado a ela como se fosse de novo uma criança.

__ O que houve? Por que choras meu rei? acaso estas bravo comigo?

Indagou violeta assustada, não esperava tal reação do marido.

__ Oh, não, me fizeste o homem mais feliz que pisou na terra.

Florence já ia afastar a cabeça do ventre dela quando ouviu algo. Parou e pediu silêncio a esposa, reaproximou o ouvido da barriga dela e ouviu um pequeno coração bater acelerado, ainda não haviam pensamentos concretos na cabeça do bebê, mas Florence sentiu poder, poder e bondade.

Beijou a barriga da esposa e depois seis lábios, logo ambos estavam despidos e unidos em um só corpo.

__ Não sabes o quão feliz me fazes, minha doce amada.

Os meses passaram rapidamente e o pequeno filho deles nasceu, cheio de saúde e poder assim como Florence previra.

Ele apresentou seu herdeiro ao povo que ficou encantado com o menino que seria seu futuro rei e protetor.

Quando a criança fez dois anos, uma terrível notícia abalou o vale de Violenc

Selim o mago estava a caminho seguido por um número de criaturas que ele mesmo conjurara, após destruir todas as tribos a seu alcance ele soube da existência de Amália, mãe de Florence, soube que era a mais pura herdeira de sangue até ali, e foi em busca dela que estava, é claro que não a encontrou, descobriu então que ela teve um filho, o último herdeiro de sangue com dons, e desde então o procurava, não sabia porque motivo não conseguia sentir nada, nem encontrar.

Quando achou alguns sobreviventes da Amazônia, soube de certo a história de Florence e soube que ele era ainda mais poderoso que a mãe, Selim precisava dele, com um poder assim nunca mais ele precisaria temer nada, gastaria o véu que dividia os mundos e acabaria de vez com os ancestrais que tanto queriam seu fim.

Selim procurou sem descanso o local onde Florence se escondia, e por fim encontrou, uma de suas criaturas chegou ao vale congelado, nada viu além de gelo, porém quando tentou atravessar para o outro lado foi impedido, algo o repelia, e ele foi alertar seu senhor sobre aquilo, Logo selim chegou ali e sentiu o enorme poder que rodeava aquele lugar.

__ Sim, posso sentir, é aqui mesmo que se escondem os ratos.

Dando gargalhadas estridentes ele afastou -se, não queria ser visto, não ainda. Se esse guerreiro era mesmo tão poderoso, ele não se arriscaria.

Mas selim não contava com a astúcia de Florence, os vigias viram sua criatura rondando o vale, e avisaram seu rei, quando Selim espreitava de longe achando que não era visto, Florence o olhava cara a cara, chegando até a sentir seu fedor horripilante, poderia ter atacado ali mesmo, mas não o fez, só queria ver o primeiro de seu povo que se tornou tão perverso, queria saber o porquê ele era assim.

Violeta sua esposa estava aflita e rezava sem parar pedindo proteção aos deuses, ainda lembrava bem do que viu em sua vila quando Selim a dessolou.

__ Nada temas minha rainha, o fim deste mago está próximo, ouço os ancestrais comigo, eles vão guiar meus passos e Selim será morto e punido por seus atos.

__ Não quero perde-lo amado meu, receio ainda não ter vivido tempo suficiente ao seu lado, nosso pequeno Belvar também não, ainda precisa do pai ao seu lado.

__ Não os deixarei, eu juro.

O povo todo estava unido e armado, todos queriam ajudar a derrotar Selim, a raiva e a revolta haviam tomado conta de seus corações de tal forma que não temiam morrer naquela luta. Porém Florence não poria a vida do que restou de seu povo em risco, eles teriam que defender apenas o vale das criaturas, de Selim Florence cuidaria.

Ele baixou a proteção do Vale, agora qualquer um podia vê-lo e atravessa-lo, preparou seu espírito para a grande batalha que viria a seguir, ele sabia o quanto seu povo sofreu com a maldição daquele mago, agora sabia o porquê sua mãe e seu povo viviam escondidos não só pelos paladinos, mas também por causa desse ser, não deixaria ele ferir mais ninguém dos, seus, livraria seu filho de viver com medo.

Dois dias se passaram sem que nada acontecesse, de certo o mago estava também se preparando, alguma coisa dizia a Florence que a luta não seria fácil, mas tinha fé em si e nos anciãos.

Enquanto Florence aguardava o ataque de Selim, o mago fazia planos mais terríveis, usando seus poderes hipnotizou uma das jovens do Vale e fez com que lhe contasse tudo sobre os guerreiros e sobre Florence, Selim descobriu o jovem príncipe que também é poderoso tal como o pai, soube que apenas os dois possuíam poderes, os demais tinham olhos com a marca de sangue porém não podiam fazer nada de espetacular.

Selim com a ajuda da moça raptaria o filho de Florence, ele usaria a criança como isca tal qual fizeram com ele da outra vez, não se deixaria cair em outra armadilha, ele tinha certeza de que era esse o destino que o aguardava.

A moça levou o pequeno Belvar com o pretexto de brincar com seus sobrinhos, Violeta que queria passar um tempo a sós com seu marido concordou sem desconfiar de nada.

O jovem príncipe foi entregue a Selim, ele analisou o menino espantado com o poder que emanava dele, ficou tentado a sugar sua força agora, porém se conteve, aquela criança poderia lhe ser útil, ainda era um bebê Selim poderia molda-lo tornar seu servo fiel.

Pensando nisso prendeu Belvar em um caixote deixando -o preso em um feitiço de sono, mandou a moça levar até o rei seu recado

__ Diga ao seu rei menina que estou com sua prole e que se acaso ele quiser rever o menino com vida, que venha até mim e sozinho, se eu sentir cheiro de armadilha irei drenar o jovenzinho até nada sobrar dele além de ossos negros.

Ainda dominada pela hipnose ela seguiu até o vale, encontrou seu rei e deu o recado, após falar ela caiu no chão desacordada.

Florence olhou para a esposa, buscando uma negativa, esperava que ela dissesse que seu filho estava ali, mas ela caiu de joelhos e pôs-se a chorar desesperadamente.

__ Não, não, você devia estar com ele o que houve?

__ Ela veio mais cedo, pediu para levá-lo pra brincar com seus sobrinhos, eu permitir, como tantas outras vezes, não imaginei que...

Florence ergueu a mulher do chão e lhe abraçou

__ Eu vou traze-lo de volta, eu juro. Levem essa mulher daqui, agora.

Os homens pegam a moça e a levam para o centro do acampamento causando alvoroço. Algumas pessoas pediam misericórdia por ela, era uma boa moça devia ter sido ameaçada, outros pediam sua morte. Mas Florence era justo, antes de mais nada iria ouvir a moça.

Ela acordou aturdida, não lembrava como havia chegado ali, de repente lembrou de ter sido capturada por Selim e de mais nada.

__ Senhor meu rei eu juro por todos os deuses e pelo amor de minha mãe, eu lembro apenas de ter visto Selim o mago, ele me disse algo e tudo escureceu só agora eu acordei.

__ Você levou meu filho mais cedo.

Disse violeta exaltada.

__ Diga aonde o deixou, você pediu para leva-lo, diga.

__ Eu juro minha rainha não lembro de ter feito isso. Peço misericórdia.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***