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Estou sentada de frente a ponte que tem aqui na vila observando a noite escura, o vento frio bagunça meus cabelos enquanto sinto um leve arrepio. Penso no quanto minha vida mudou esses dias, acabei de terminar o ensino médio e já estou prometida em casamento a um homem que ainda nem conheço.

Beatrice Lestrand Magalhães

Meu nome Beatrice, ou Bia como costumam me chamar, sou filha de Theo e Ravenna, acabei de completar 17 anos e posso dizer que tudo parece uma avalanche na minha vida nesse momento. Tenho um irmão mais novo chamado Kaio, ele tem 15 anos, de todos os herdeiros dessa família ele é o mais novo, porém o mais esperto, assim como papai o Kaio é ótimo com informática e tudo que envolve tecnologia, depois que meu tio Matteo se casou com a tia Mili e veio embora pra Nova York, ele chamou meu pai para fazer parte da "família", hoje meu pai é o maior harker no sub mundo, uma boa aquisição para o tio Duncan como diz ele kkkk.

Não somos Maranzanos porém eu e meu irmão fomos criados como parte da família, minha mãe trabalhou com minha tia Mili durante muito tempo cuidando do Ruan e da Amora, e nossa família passou muitos anos servindo a familia Maranzano, então de fato somos uma única família.

E assim como todas as mulheres dessa família eu também irei me casar através de um belo acordo, meu pai é muito grato pelo reconhecimento que a tia Mili e o tio Duncan tem pela gente, minha mãe é como uma irmã para tia Mili, e até a vó Júlia tem a mim e ao Kaio como netos.

Meu acordo foi firmado depois de meu tio Duncan firmar uma nova parceria com uma máfia daqui, não é grande e poderosa mais ele e meu pai disseram que eles tem muito potencial, o meu noivo é o filho mais velho do chefe dessa máfia,dizem que é uma família muito rica e com muitas propriedades no Brooklin, local onde moram.

Apesar de saber que esse era meu destino eu nunca imaginei que ele chegaria tão rápido assim. Ainda nem decidi o que quero pro meu futuro e já estou praticamente de casamento marcado. Ando um pouco pelas ruas vazias da vila, por conta do horário todos já estão dormindo,meu irmão e primos saíram para as casas noturnas, uns a trabalho e outros para se divertir, enquanto meu pai e tios ficaram em casa, o retorno de Amora mexeu com todos de forma muito positiva, adoro minha prima e a admiro muito,e com seu retorno tenho certeza que muita coisa vai acontecer por aqui.

Estou distraída quando sinto estar sendo seguida, olho para trás mais não vejo ninguém, decido ir pra casa o vento frio me deixando arrepiada, porém a sensação é estranha, mais sei que não é ninguém de fora pois só um doido ousaria invadir nosso território com tamanha segurança, relaxo um pouco mais continuo minha caminhada para casa, assim que chego vejo meus pais na sala assistindo um filme e comendo pipoca.

Beatrice - Oi gente, ainda acordados?

Ravenna - Oi meu amor, onde estava?

Me sento ao lado da minha mãe e meu pai me encara.

Theo- Bia já disse que não quero você andando sozinha a esse hora da noite.

Beatrice - Pai que perigo faz eu andar pela vila?

Theo- Já conversamos sobre isso minha filha, por favor não desobedeça.

Reviro os olhos e pego um pouco de pipoca.

Ravenna - Deixa a menina Theo,que mal faz andar um pouco, ela já vive presa 24 horas por dia nessa vila sem nem ao menos poder sair pra ver um filme no cinema.

Theo- Amor não quero discutir com você, eu já falei o que acho e a minha opinião, mesmo que estejamos dentro do nosso território vocês sabem que tudo pode acontecer.

Beatrice - Tudo bem papai, não precisa se estressar com isso tá, eu tô bem, estou em casa e prometo não sair mais sozinha.

Me levanto pois essa conversa já me estressou, subo as escadas em direção ao meu quarto.

Theo- Filha, Bia meu amor não fica com raiva do papai.

Escuto meu pai falar mais não dou atenção,me tranco no quarto e vou direto para o banheiro, tomo um banho e visto uma roupa confortável, vou até a janela do meu quarto e fico olhando o céu.

Beatrice - Será que um dia vou ser livre para fazer minhas próprias escolhas?

Uma lágrima escorre pelo meu rosto, como pode uma pessoa como eu, que tem tudo e ao mesmo tempo não tenho nada, estou tão confusa e tão perdida que nem ao menos sei como agir diante desse casamento,e se esse homem for ruim? Ele é mais velho que eu isso eu já sei, mais e se ele me machucar, me deixar presa em casa, se for daqueles homens que só usa mulher para lhe dar herdeiros? Afinal que tipo de homem firma uma aliança de noivado com uma pessoa quem nem se quer é maior de idade?

Limpo minhas lágrimas quando escuto uma batida na porta do quarto.

Beatrice -Pode entrar.

Digo e me sento na cama, a porta abre e minha mãe entra, ela se aproxima e senta ao meu lado.

Ravenna - Você está bem?

Apenas concordo com a cabeça, ela abre os braços e me puxa para o seu colo, me aconchego e fecho os olhos.

Ravenna- Olha meu amor, sei que tudo as vezes pode ser muito estressante,mais saiba que o seu pai só quer o melhor para você.

Beatrice - Mãe, eu não quero casar.

Me sento e ela me olha,minhas lágrimas já banham meu rosto.

Ravenna- Por que não se permite dar uma chance Bia? Eu soube que sou noivo é um homem bonito e jovem, e vai assumir em breve o lugar do pai.

Me levanto chateada.

Beatrice - Não sei por que não me entendem, mãe e eu mal acabei de estudar, eu nem sei que faculdade eu quero fazer, aliás nem sei se vou poder estudar, nem sei como esse homem vai me tratar, eu não quero uma vida de submissa mãe, eu quero ter meu futuro.

Desabo em lágrimas e ela me abraça forte.

Ravenna- Querida não imaginava que estava tão difícil pra você.

Apenas choro enquanto minha mãe me abraça.

Ravenna - Eu sei que tudo parece confuso nesse momento, mais apesar dos pesares você sempre terá a mim e ao seu pai, Bia não devemos desistir antes de tentar, e não se preocupe minha filha você vai ter um futuro, terá seu tempo, vai fazer sua faculdade, tudo vai ficar bem filha, eu sei que não tá sendo fácil e seu pai não ajuda.

Beatrice - Nenhum pouco.

Ela me olha e sorri enquanto limpo meu rosto.

Ravenna - Vai ficar tudo bem, eu prometo.

Ela beija minha cabeça e fica comigo até que eu consigo pegar no sono.

Kaio Lestrand Magalhães

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