Sou Sua e de Mais Ninguém
Em 1900 na Nova Escócia no Canadá, por volta de meia noite, eu nasci.
Os meus pais estavam tão ansiosos com a minha chegada porque a minha mãe tinha muitos problemas de saúde e eles queriam muito ter um filho depois de tantos abortos espontâneos.
Eu nasci na melhor família que vocês possam imaginar e isso não é porque os meus pais têm uma boa condição de vida, mas sim porque eu fui tão desejada por eles que eles não pensavam em outra coisa que não fosse me fazer feliz.
Meu pai trabalhava como comerciante, viajando para vários lugares e nesse meio tempo eu ficava com a minha mãe . Eu amava vê-la pintando quadros, ela era a melhor pintora da Nova Escócia e muitas pessoas vinham de longe só pra fazer auto retrato com ela. Ou comprar quadros de paisagens.
eu tive uma infância maravilhosa, a gente pintava quadros das paisagens das árvores alaranjadas no outono, recolhiamos flores na primavera juntos, tomávamos banho no rio durante o verão e ficávamos quentinhos lendo livros perto da lareira com uma bebida quente no inverno. tivemos momentos tristes também quando a minha mãe perdia um bebê ou quando estávamos com saudades do meu pai e ele demorava pra voltar mas a gente sempre se consolava e isso nos trazia conforto.
Infelizmente quando eu fiz 16 anos a minha mãe ficou muito doente e faleceu e a única lembrança que eu tenho dela guardada no meu coração é do seu rosto Angelical e dos conselhos que ela me dava todos os dias antes de eu ir dormir.
"seja corajosa, não deixe que ninguém menospreze você"
"tome cuidado com as nossas jóias, elas podem ser úteis um dia"
" você é maravilhosa e ninguém pode dizer ao contrário "
"se precisar um dia fugir de alguma situação, fuja sem medo! Para bem longe e não deixe que ninguém te ache"
" agradeça pelo hoje sem desistir do amanhã "
"Lute. Acredite. Conquiste. Perca. Deseje. Espere. Alcance. Invada. Caia. Seja tudo o que quiser ser, mas, acima de tudo, seja você sempre"
Todas as noites antes de dormir eu me lembro dessas frases e foi isso que me fez continuar forte depois de todas as coisas ruins que aconteceram na minha vida. Agora com tudo o que estou passando, consigo entender o motivo da minha mãe querer tanto que eu tivesse um irmão. Ela queria que eu tivesse um protetor e que eu não sofresse sozinha, infelizmente isso não aconteceu, mas o que me confortava era ter a amizade dos empregados e dos vizinhos que me conheciam desde sempre.
Dias antes da minha mãe partir, ela me deu o número de uma conta no banco, ela disse que tinha um dinheiro guardado pra mim e quando eu fosse adulta eu poderia pegar, a única pessoa que tem permissão de pegar era eu e ela me fez prometer que eu não contaria pra ninguém, nem para o Papai. E assim eu fiz.
De certa forma eu entendi que o desejo da minha mãe era me proteger, ela não sabia como ia ser o meu futuro e quis fazer o máximo possível para que eu vivesse uma vida confortável sem ela. Por isso que no dia da sua morte, eu fiz um buraco no chão tirando uns dos pedaços de madeira, peguei uma caixinha com cadeado e coloquei algumas das jóias valiosas dela lá dentro junto com o número da conta do banco, essa foi a forma que eu encontrei de ficar protegida. Eu sabia que depois do luto o meu pai ia voltar a trabalhar e queria garantir a minha segurança. Eu tranquei a caixinha com o cadeado, coloquei a chave em um cordão no meu pescoço, depois guardei a caixinha no buraco e coloquei a madeira de volta. Para me certificar, deixei um baú por cima dele e assim eu me senti mais protegida.
Eu sou Nadinne Avelar, filha de Bernardo e Cecília Avelar e agora vou começar a minha história.
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Atualizado até capítulo 34
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