Minha cabeça latejava enquanto encarava a janela da minha sala. A cidade lá fora parecia tão distante quanto minha paz de espírito. Sophie tinha uma habilidade irritante de me desestabilizar. Cada palavra dela, cada olhar de desafio, cada movimento calculado... Ela sabia exatamente como me destruir.
O som do celular vibrando na mesa quebrou meus pensamentos. Peguei o aparelho e vi o nome de Marc no visor.
— O que é? — atendi, a irritação evidente na minha voz.
— Senhor Castelli, temos um problema — ele começou, o tom calmo, mas com um peso que não passou despercebido. — Lembra do Ortega? O imbecil que deveria fazer o pagamento na semana passada?
— Oui. Ele pagou?
— Não. Nem um centavo. Sumiu por uns dias, mas um dos nossos rastreou o idiota em um galpão na zona industrial. Parece que está tentando negociar com outras pessoas.
— Putain... (Merda...) — murmurei, sentindo a raiva fervendo novamente. — Ele acha que pode me passar a perna?
Marc deu uma risada curta. — Parece que sim. O que quer que eu faça?
Fiquei em silêncio por um momento. A raiva que Sophie havia despertado estava me corroendo, e Ortega seria o alvo perfeito para isso.
— Não. Eu mesmo vou lidar com ele — respondi, a decisão firme.
— Está certo disso, chefe? — Marc perguntou, hesitante. — Ortega é insignificante. Posso resolver isso em minutos.
— Não. Eu disse que vou. Mande-me a localização.
Desliguei antes que ele pudesse argumentar. Peguei minha jaqueta, abri a gaveta do porta-luvas do carro e senti o peso familiar da pistola. O frio do metal contra minha mão trouxe uma calma sombria.
— Ortega vai se arrepender de cada segundo de deslealdade — murmurei para mim mesmo enquanto ligava o carro e partia.
Narração: Sophie
Voltei à sala, tentando controlar o turbilhão de emoções que ainda me dominava. Liam estava esperando, sentado em frente à mesa com alguns papéis espalhados.
— Está tudo bem, meu amor? — ele perguntou, a preocupação evidente em sua voz.
— Sim, claro — respondi, forçando um sorriso. — Apenas uma conversa rápida com o senhor Castelli. Nada demais.
Ele olhou para mim por um momento, claramente desconfiado, mas não insistiu.
— Tudo bem. Vamos continuar, então. Estava analisando os pontos do projeto, e acho que podemos ajustar o cronograma para antecipar a inspeção ao terreno.
Sentei-me ao lado dele, pegando um dos papéis.
— Concordo. Se conseguirmos adiantar a terraplenagem, podemos reduzir o tempo de espera para o início da construção.
Liam sorriu. — Exatamente o que pensei. Vou falar com os engenheiros sobre isso.
Passamos a próxima hora discutindo detalhes técnicos, revisando plantas e ajustando cronogramas. Por mais que eu tentasse me concentrar, a memória de Damian me encurralando contra a porta ainda queimava na minha mente.
O som de passos altos ecoou pela sala, e Margot apareceu, vestida com um conjunto caro e impecável.
— Boa tarde, Sophie, Liam. — Ela sorriu, mas havia uma tensão no olhar. — Vocês viram meu marido?
— Não, senhora Castelli — respondi com profissionalismo. — Ele não passou por aqui.
— Hm... Estranho. Vou ligar para ele. — ela pegou o celular e saiu, sem dizer mais nada.
Assim que ela desapareceu, soltei um suspiro aliviado, tentando afastar a tensão que parecia seguir-me aonde quer que eu fosse.
— Você está mesmo bem? — Liam perguntou novamente, tocando minha mão.
— Sim. — Desta vez, meu sorriso foi mais convincente. — Vamos terminar isso. Temos muito o que fazer antes da inspeção.
Apesar das palavras, minha mente estava a quilômetros dali, presa em uma confusão que parecia não ter fim.
Narração: Damián
O galpão era exatamente o que eu esperava: escuro, úmido, e cheirando a óleo velho. Marc e dois outros homens já estavam lá, cercando Ortega, que tinha as mãos amarradas atrás das costas. Ele estava ajoelhado no chão, com o rosto marcado por alguns golpes iniciais.
— Monsieur Ortega — comecei, minha voz baixa e carregada de um tom sombrio. — Você sabe por que estou aqui?
Ele levantou a cabeça, ofegante, o rosto cheio de suor e medo.
— Senhor Castelli, eu... eu posso explicar.
— Explique então — murmurei, dando um passo à frente. — Estou ouvindo.
— Eu... O dinheiro... Tive problemas, mas eu juro que vou pagar! Só preciso de mais tempo!
Ajoelhei-me diante dele, ficando na mesma altura. Meus olhos estavam fixos nos dele, frios e sem misericórdia.
— Tempo? — repeti, quase rindo. — Você acha que pode brincar com o meu tempo, Ortega? Meu tempo vale mais do que a sua vida insignificante.
— Por favor, senhor Castelli... Eu juro que não foi por mal!
Levantei-me, caminhando em círculos ao redor dele. Minha mão segurava a pistola, o peso dela trazendo uma estranha satisfação.
— Sabe qual é o problema, Ortega? — continuei, minha voz ganhando um tom perigoso. — Não é apenas sobre o dinheiro. É sobre respeito. Sobre lealdade.
Parei atrás dele e apontei a arma para sua cabeça.
— E você me faltou com os dois.
— Não, por favor! — ele gritou, tentando se afastar.
Minha paciência se esgotou. Desferi um chute violento contra suas costelas, fazendo-o cair no chão. Ele gemeu de dor, mas eu não parei. Outro golpe, desta vez no rosto, seguido por outro no estômago.
Cada soco, cada chute, era um alívio momentâneo para a raiva que me consumia. Mas Sophie continuava na minha mente, como uma sombra que eu não conseguia apagar, eu tentava afogar o que sentia a cada soco e chute.
— Por favor! Eu vou pagar! — Ortega choramingava, o sangue escorrendo de sua boca.
Inclinei-me sobre ele, puxando-o pelo colarinho.
— Não. Você não vai — murmurei, pressionando o cano da pistola contra sua testa.
Ele começou a chorar, mas não importava mais. O som do disparo ecoou pelo galpão, e o corpo dele caiu pesado no chão.
Guardei a arma, olhei para Marc e os outros.
— Limpem isso — ordenei, antes de sair sem olhar para trás.
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Atualizado até capítulo 71
Comments
Rosa sampaio
e pior ele já era noivo qdo tudo aconteceu ela tava triste a amargurada pela traição e ele só aliviou e raiva dele vcs n̈ entende n̈ sei o pq de tanta raiva dele se agora que ele tá descobrindo o que aquela noite significou pra ele descobriu que em apenas uma noite ele pode gosta amor isso sim
2024-12-08
74
Cristina Neves
se ele quisesse se aproveitar dela como muitas estão comentando ele teria dado mais bebida pra ela, e não foi o que ele fez, pelo contrario ele pediu pra ela parar, outra coisa durante todo o tempo ele deu a opção de ela ir embora não a forçou a nada, ela estava alcoolizada e não bêbada e se bem me lembro no início ele disse que era melhor ela ficar fora da vida dele pois ele mexe com coisas ilícitas e seria perigoso pois seria um ponto fraco. Ele é um cretino? sim, mas não acho que ele seja um abusador. Essa é a minha opinião.
2025-01-03
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Julia Dyolanda
sabe pq eu tô gostando desse livro pq é a primeira vez q leio um livro de romance mafioso onde o homem q implora por ela fica louco surtado pela atenção dela, e n ao contrário pq normalmente a mulher q implora pelo homem nos livros isso neh e eugostei da representação para umas dê-nos mulheres, tá de parabéns autora, tô gostando de ver ele ficando louco só pq n tem ele no controle kkkkkkkk 👏👏👏👏🫶🫶🫶
2025-02-08
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