Capítulo 10

Narração: Damián

Depois que Sophie saiu do meu escritório, tentei retomar o controle. Mas como, diable, eu poderia ignorar aquela mulher? Ela estava diferente, mais confiante, mais fria... e isso só a tornava mais atraente, e aquela boca quente dela tornava tudo ainda mais irresistível.

Mal tive tempo de processar meus pensamentos quando Margot entrou. Ela estava radiante como sempre, mas sua presença me irritava naquele momento.

— Damian, meu amor. — Ela sorriu, aproximando-se para um beijo rápido.

— Margot. — Respondi, tentando soar normal.

Ela sentou-se em uma das poltronas, observando-me com atenção.

— Conheci uma das suas novas arquitetas. Sophie Duval. Parece muito competente.

Senti meu estômago revirar, mas mantive a expressão indiferente.

— Ela é, sim.

— E muito bonita. — Margot comentou casualmente, mas com um tom sugestivo.

— A beleza não é um critério profissional, ma chérie. — Respondi, pegando uma pasta qualquer para encerrar o assunto.

Margot riu, mas não insistiu. Porém, seu comentário me deixou ainda mais tenso. Sophie deveria estar me odiando ainda mais agora em saber que estou casado.

...----------------...

Quando o dia de trabalho estava terminando, enviei um recado para Sophie. Precisávamos ir ao terreno do projeto. Para minha surpresa, ela estava prestes a pegar um táxi quando a alcancei.

— Mademoiselle Duval, dispense o táxi. Você vai comigo. — Falei, abrindo a porta do meu carro com um movimento casual, mas autoritário.

— Prefiro ir no táxi, senhor Castelli. — Ela respondeu, com firmeza.

— Não insista, Sophie. Entre no carro.

Ela suspirou, claramente irritada, mas entrou. No caminho, o silêncio era quase insuportável. Então ela falou, seu tom carregado de ironia:

— Sua esposa sabe que você leva funcionárias no carro para reuniões?

Sorri, mas era um sorriso frio. — Minha esposa não se preocupa com detalhes irrelevantes, chérie.

Ela bufou, virando o rosto para a janela.

— Você é insuportável.

— E você é irritantemente provocante. — Respondi, inclinando-me um pouco mais para perto dela. — Cinco anos e você ainda consegue me tirar do sério, mon dieu.

— Mantenha o foco, senhor Castelli. — Ela retrucou, cortante.

Eu ri de canto, mas por dentro estava frustrado. Ela me desafiava como ninguém mais fazia.

No local, ela assumiu a liderança da conversa, explicando suas ideias com clareza e profissionalismo. Eu observava, admirado, mas também irritado. Ela dominava cada detalhe, e eu não conseguia evitar o fascínio por sua competência.

— Essa estrutura aqui precisa ser reforçada. — Ela disse, apontando para os desenhos. — O solo é instável nesta área, então a fundação deve ser profunda o suficiente para suportar o peso.

— Concordo. — Respondi, mantendo a seriedade. — Mas e quanto ao custo adicional?

— É um investimento necessário. Caso contrário, o risco de deslizamentos comprometeria todo o projeto.

Ela me encarou com uma confiança que me desarmava. Apesar de tudo, eu não podia negar: ela era brilhante.

Mas no final da inspeção, enquanto todos se dispersavam, eu não resisti. A puxei pelo braço, levando-a para um canto mais afastado.

— Sophie, você pode fingir que não se importa, mas seus olhos dizem outra coisa.

— Está enganado, Damian. — Ela respondeu, a voz firme. — Você não significa nada para mim.

A raiva e o desejo que se misturavam em mim eram insuportáveis. Inclinei-me, quase a beijando, mas ela colocou uma mão firme em meu peito, me empurrando levemente.

— Não. — Ela disse, com um tom que não deixava espaço para discussão.

E então ela saiu, me deixando sozinho com minha frustração e pensamentos.

O silêncio no carro era sufocante, mas eu não me importava. Dirigia com a mesma calma de sempre, embora a tensão entre nós fosse quase palpável. Ela estava ao meu lado, o corpo rígido e o olhar fixo na janela.

— Você não precisava me trazer. — A voz dela quebrou o silêncio, firme, mas eu percebi a exaustão escondida ali.

Lancei um olhar rápido na direção dela, aquele perfil delicado que me irritava tanto quanto me fascinava.

— Ah, Sophie, mon dieu, você realmente acha que deixaria minha arquiteta-chefe pegar um táxi? Que tipo de cavalheiro você acha que eu sou?

— Nenhum. — Ela respondeu sem hesitar, cruzando os braços.

Ri baixo, um riso que sabia que a irritava.

— Sempre tão afiada. Isso nunca mudou.

Ela se virou para mim então, os olhos brilhando de raiva. Era como um soco no estômago.

— Talvez porque eu tenha aprendido a me proteger de pessoas como você, senhor Castelli.

A audácia dela me fez apertar o volante com força. Por que diabos aquela mulher tinha o poder de me desestabilizar?

— Pessoas como eu? — Murmurei, inclinando-me ligeiramente na direção dela enquanto parava o carro diante do hotel. — Chérie, você fala como se eu fosse um monstro.

Ela bufou, abrindo a porta do carro.

— Talvez porque você seja.

Antes que eu pudesse responder, ela desceu e bateu a porta com força suficiente para fazer o carro balançar levemente. Observei enquanto ela caminhava até a entrada do hotel, o corpo tenso, a postura firme.

Eu sorri. Maldita mulher. Depois continuei o caminho em direção a boate.

A boate estava cheia, como sempre. Música alta, luzes piscando, corpos se movendo ao ritmo da batida. Mas a diversão lá embaixo não era para mim. Meu lugar era no andar de cima, onde o verdadeiro jogo acontecia.

Passei pelos seguranças, um simples aceno com a cabeça e eles abriram espaço. Subi as escadas e entrei na sala VIP, um espaço reservado apenas para aqueles que importavam.

— Castelli! — Marcello estava à mesa, um copo de uísque na mão e um sorriso no rosto. — Finalmente. Pensei que tinha esquecido dos velhos amigos.

— Não se preocupe, Marcello. — Respondi, minha voz calma, mas firme. — Tenho muito em mente, mas nunca esqueço de cuidar dos negócios.

Sentei-me na cadeira de couro ao lado dele, acendendo um cigarro enquanto os outros ao redor da mesa olhavam para mim, esperando.

— Vamos direto ao ponto. — Disse, soltando a fumaça lentamente. — Quero um relatório completo das últimas transações. E sobre o problema no porto?

Um dos homens, de aparência nervosa, se inclinou para frente. — Está sob controle, senhor Castelli. O carregamento chega amanhã, sem problemas.

— Melhor que esteja. — Minha voz estava baixa, mas carregada de ameaça. — Ou alguém pagará o preço.

Marcello riu, levantando o copo em um brinde. — Sempre tão direto, Castelli. É por isso que gosto de você.

Ignorei a provocação e voltei minha atenção para os papéis na mesa. A boate não era apenas um lugar para diversão; era o centro de controle para negócios que ninguém ousava mencionar em público.

Enquanto discutíamos estratégias e números, minha mente vagava de tempos em tempos. Uma imagem insistia em voltar: Sophie saindo do meu carro, tão feroz, tão distante. Ela não sabia o quanto sua presença me perturbava, o quanto eu desejava desfazer o passado... e repetir aquele momento há cinco anos.

Mas isso era uma fraqueza, e como sempre falo, eu não tinha espaço para fraquezas.

— Castelli? — A voz de Marcello me trouxe de volta.

— Estou ouvindo. — Respondi friamente, apagando o cigarro.

Era hora de focar nos negócios.

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Comments

Auzy Holanda

Auzy Holanda

pra quem fica boa leitura pra me já deu não vou ler 71 cap vendo esse babaca dizendo e. fazendo a mesma merda.

2024-12-12

30

joana Almeida lima

joana Almeida lima

Da primeira vez que houve aquele caso de uma noite entre eles, o Castelli se aproveitou da bebedeira dela e ela não reagiu, agora não tem bebedeira , fica com ele de novo se quiser, já está sabendo que ele é casado, então, que saiba fazer sua escolha, não é porque teve um filho que tem que aceitar ser amante.

2025-02-21

0

Sandra Pereira

Sandra Pereira

Uma primeira vez..tipo pá pum.....sem nenhuma preliminar...mesmo assim...inesquecível para os dois....vamos ver o que a autora nos preparou....tchan tchan tchan tchan...

2024-12-27

3

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