Narração: Damián
Cinco anos podem mudar muita coisa, inclusive um homem. Ou pelo menos era o que eu tentava acreditar. A empresa que construímos estava finalmente decolando. O nome Castelli-Moreau Construtora havia se tornado sinônimo de poder e excelência no mundo da arquitetura e engenharia de ponta.
Naquele dia, meu escritório estava banhado pela luz da manhã. As janelas enormes revelavam a vista de Nova York, conhecida por sua modernidade e suas oportunidades de negócios.
Sentado na minha cadeira de couro, ajustei a gravata e atendi a ligação por teleconferência. Na tela, Georges Moreau estava acompanhado por Arthur Beaumont, nosso sócio canadense e dono da maior construtora do Canadá. Beaumont era experiente, inteligente e alguém com quem eu preferia manter relações amigáveis, apesar do meu temperamento usual.
— Messieurs, vamos direto ao ponto — comecei, com meu tom habitual. — Este projeto em Nova York é énorme, e precisamos da melhor equipe possível.
Arthur assentiu, um sorriso confiante nos lábios.
— Não se preocupe, Damián. Minha equipe no Canadá é altamente qualificada. Vou mandar meu melhor time para trabalhar com vocês.
Georges, sempre pragmático, perguntou:
— Quanto tempo você acha que isso levará, Arthur?
— Depende da complexidade, mas minha estimativa é de seis a oito meses. Vou enviar dois dos nossos melhores arquitetos para liderar a equipe no local.
Fiquei em silêncio por um momento, analisando.
— Bem. A equipe deles será supervisionada diretamente por nós. Quero aucun problème, nenhuma falha.
Arthur sorriu.
— Confie em mim, Damián. Você vai se impressionar com eles.
A ligação encerrou, e eu me recostei na cadeira. Esse era o maior projeto da empresa até agora, um empreendimento bilionário que testaria nossos limites. Eu não podia permitir distrações.
Narração: Sophie
Os últimos cinco anos haviam me moldado de maneiras que eu nunca imaginaria. Meu trabalho como arquiteta na Beaumont Construtora era desafiador, mas gratificante. Trabalhar ao lado de Liam era natural, como se fôssemos uma dupla sincronizada.
Naquele dia, estávamos no escritório ajustando os últimos detalhes de um projeto.
— Sophie, esses cálculos para o suporte da estrutura precisam ser revisados. — Liam disse, enquanto apontava para a tela do computador.
— Já vou ajustar isso. — Respondi, digitando rápido.
— Eu não sei como você consegue ser tão precisa. — Ele riu, recostando-se na cadeira.
— Isso vem com prática e noites sem dormir. — Brinquei, mas era verdade.
Pouco tempo depois, fomos chamados para a sala de reuniões. Arthur, o dono da empresa, nos esperava.
— Sophie, Liam, eu tenho uma notícia importante para vocês. — Ele começou, ajustando os óculos. — Precisamos que vocês viajem para Nova York para um projeto de extrema importância.
Meus olhos se arregalaram.
— Nova York? — Repeti, surpresa.
— Exatamente. É um contrato bilionário, e vocês dois foram escolhidos para liderar a equipe.
Liam olhou para mim, tentando medir minha reação.
— Quanto tempo? — Perguntei.
— Pelo menos seis meses.
Eu respirei fundo. A ideia de voltar ao meu país natal trazia lembranças difíceis, a ideia de ficar tanto tempo longe do meu filho me assustava. Mas o profissionalismo precisava vir primeiro.
— Tudo bem, eu aceito. — Respondi, tentando esconder meu nervosismo.
Mais tarde, já em casa, beijei meu filho antes de colocá-lo para dormir. Noah é meu mundo. Com seus olhos castanhos brilhantes e cabelos ruivos ondulados, ele é a coisa mais preciosa da minha vida, parece mais comigo do que com... Bem, deixa para lá.
— Mamãe, você vai ficar comigo hoje? — Ele perguntou, agarrando meu pescoço.
— Vou, meu amor. Mas em breve a mamãe vai precisar viajar a trabalho por um tempinho.
— Eu não quero que você vá.
— Eu sei, meu anjo. Mas é só por um tempo, e a titia Clara vai cuidar de você.
Ele assentiu, embora relutante, e eu o abracei mais forte.
Na sala, tia Clara organizava alguns papéis enquanto eu explicava sobre a viagem.
— Nova York... não vai ser fácil para você. — Ela comentou, com preocupação nos olhos.
— Eu sei, tia. Mas é o meu trabalho, e eu preciso fazer isso.
Ela segurou minha mão.
— Sophie, eu estou aqui para o que precisar. Você sabe disso.
Assenti, sentindo o peso da responsabilidade.
— Vamos tentar nos ver a cada mês, não vou conseguir ficar tanto tempo longe de vocês.
Assim acordamos.
Dois dias depois
A viagem foi longa, mas a companhia de Liam ajudou a aliviar a tensão.
— Está pronta para enfrentar Nova York de novo? — Ele perguntou, enquanto o avião pousava.
— Não sei. — Admiti. — Mas não tenho escolha, tenho?
Ele sorriu e apertou minha mão, sempre o amigo leal.
— Você vai arrasar, Sophie. Como sempre.
Quando chegamos ao hotel, ficamos impressionados com o luxo. Cada um tinha seu quarto, mas Liam fez questão de me acompanhar até o meu para garantir que tudo estivesse em ordem.
— Se precisar de qualquer coisa, estou no quarto ao lado. — Ele disse, antes de sair.
Sozinha, olhei pela janela do quarto. A vista da cidade trazia lembranças antigas e sentimentos confusos. Eu estava de volta. E, de alguma forma, sabia que o destino não me deixaria sair sem enfrentar o passado.
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Atualizado até capítulo 71
Comments
Iara Ruara
que pena eu queria que fosse a cara do pai, pra ele nunca mais falar merda, esse inrresponsável, mas tá bom antes a cara dela do que a cara do pai né, já que não teve amor, na hora H,
2024-12-13
93
Maria Da Guia
eu acho que a sofhia, vai levar o filho! outra coisa eu detesto lê livros quando tem passagem de tempo e a criança cresce sem a presença do pai
2025-02-13
3
Quase cinquentona🥴🥺😔😩
Bom... eu não ficaria, porque tenho um marido que sustenta a casa. Agora ,se eu fosse a provedora do lar , ( ou seja : mãe solteira) e tivesse uma pessoa de confiança para cuidar do filho, teria que trabalhar sim !!!!
2025-02-18
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