CAPÍTULO 2

Ele me puxou pelo braço com uma força que me deixou sem escolha, guiando-me pelo labirinto escuro da boate. Meu coração disparava, e não era só por causa do álcool. Algo nele me deixava inquieta, o olhar firme, a maneira como controlava tudo e todos, como se fosse dono do mundo.

Quando ele abriu a porta de uma sala nos fundos, me fez entrar em seu escritório. A iluminação suave dava ao espaço um ar quase íntimo.

— O que... o que é isso? — perguntei, a voz trêmula, tentando me afastar, mas ele ainda segurava meu braço.

— Um lugar onde você não vai fazer uma cena — respondeu ele, soltando-me finalmente e caminhando até a poltrona.

Observei enquanto ele começava a desabotoar os punhos da camisa com movimentos metódicos. Depois, puxou a gravata, afrouxando-a com uma facilidade que parecia ensaiada. Cada gesto dele era carregado de um controle que me fascinava e aterrorizava ao mesmo tempo.

— Por que me trouxe aqui? — insisti, dando um passo para trás. Meu coração batia tão forte que eu podia sentir a pulsação na garganta.

Ele parou, virou-se para mim e inclinou a cabeça levemente, como se estudasse cada detalhe meu.

— Você começou algo lá fora, petite. Agora terá que terminar.

— Comecei? — minha voz soou mais alta, uma tentativa inútil de afirmar algum controle. — Você só pode estar brincando...

Ele deu um sorriso de canto, mas não havia humor ali, apenas uma frieza cortante.

— Não, não estou brincando. Você me beijou, lembra? E agora está aqui, dans mon bureau (no meu escritório). Não sei se é loucura ou coragem, mas já passou da hora de você decidir.

— Decidir o quê? — engasguei, tentando encontrar uma saída, uma desculpa, algo que fizesse aquilo parar.

Ele deu dois passos em minha direção, sua presença preenchendo o espaço ao meu redor.

— Se vai continuar jogando ou se vai sair daqui. Porque eu não tenho paciência para perder meu tempo, entendez-vous? (entendeu?)

Eu deveria ter saído, deveria ter corrido, mas estava paralisada. A mistura de álcool e adrenalina fazia minha mente girar. Ele era perigoso, isso era óbvio, mas havia algo nele... algo irresistível, uma intensidade que me puxava como um imã.

Ele levantou a mão e tocou meu queixo, inclinando minha cabeça para que eu o encarasse.

— Qual é o seu nome? — perguntou, sua voz baixa, quase um sussurro, mas carregada de autoridade.

— Sophie. — Minha resposta saiu num fio de voz, meu corpo inteiro tremendo sob seu toque.

— Sophie... — Ele repetiu meu nome como se o testasse, sua língua roçando levemente o sotaque francês. — Bonito.

— E o seu? — arrisquei perguntar, tentando ignorar o fato de que minha respiração estava completamente descontrolada.

Ele sorriu, mas foi um sorriso amargo, cheio de segredos.

— Melhor você não saber, ma chère.

— Por quê? — Insisti, mas ele apenas balançou a cabeça.

— Porque nomes criam vínculos, e eu não faço isso.

Antes que eu pudesse responder, ele inclinou-se, e sua boca encontrou a minha. O beijo foi feroz, sem aviso, sem hesitação. Era diferente de qualquer coisa que eu já tinha sentido antes. Ele não pedia permissão; ele tomava. Sua mão segurou minha cintura, puxando-me contra ele, enquanto a outra subiu até a base do meu pescoço, mantendo-me exatamente onde ele queria.

Eu deveria ter parado, deveria ter resistido, mas a verdade era que eu não queria. Talvez fosse a traição de Henrique ainda queimando em mim, talvez fosse a bebida, ou talvez fosse o fato de que, pela primeira vez na vida, eu me sentia fora de controle.

— Tu n’as aucune idée de ce que tu fais, ma fille. (Você não tem ideia do que está fazendo, minha garota)

Seus lábios roçaram a linha do meu maxilar enquanto ele me guiava até o sofá. Eu tropecei, ainda sob o efeito do álcool e das emoções, mas ele segurou meu braço, firme. Quando meus joelhos tocaram o estofado, meu coração disparou.

— Espere... — minha voz soou fraca, quase inaudível, mas ele parou.

— Diga-me para parar, e eu paro. — Sua voz era grave, controlada, mas havia algo mais profundo ali, uma sombra de dúvida que cruzou seu rosto.

Eu não disse nada. Não conseguia. Minha mente estava uma bagunça, uma mistura de medo, nervosismo e um desejo que eu não conseguia explicar.

Ele se ajoelhou diante de mim, suas mãos firmes mas incrivelmente cuidadosas enquanto começava a desfazer os botões da minha blusa.

— Por que você está fazendo isso? — perguntei, minha voz falhando.

Ele parou por um segundo, seus olhos cravando-se nos meus.

— Porque você quer esquecer. E porque eu não sou do tipo que perde tempo com perguntas, gosto de aproveitar as oportunidades.

As palavras me atingiram como um choque. Eu deveria recuar, dizer a ele que estava errado. Mas não fiz isso. Em vez disso, deixei que ele continuasse, minhas mãos tremendo enquanto seguravam o tecido da blusa desabotoada.

Quando ele percebeu minha hesitação, inclinou-se para perto, seus olhos avaliando cada expressão minha.

— É sua primeira vez, não é? — A surpresa em sua voz foi clara, mas não havia deboche. Apenas um peso, como se isso tivesse mudado algo nele.

Eu assenti, incapaz de olhar diretamente para ele.

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos, claramente frustrado.

— Merde. Isso complica as coisas.

— Não precisa parar — murmurei, minha voz quase um sussurro.

Ele me encarou por um longo momento, como se estivesse tentando decidir algo. Então, finalmente, falou:

— Se é assim que você quer, Ma fille, não vou te machucar.

Houve um novo cuidado em seus movimentos enquanto ele continuava, seus toques firmes, mas controlados, explorando meu corpo com uma intensidade que fazia meu coração bater ainda mais rápido. Ele não era gentil no sentido tradicional, ele ainda tinha uma urgência crua, mas parecia conter uma força que, de alguma forma, me fez sentir mais segura.

Aquele homem me penetrou e pela primeira vez eu senti como era sensação de se entregar a alguém. Que ironia do destino, sempre afastei meu ex a cada tentativa, e depois de tudo, eu estava transando com um desconhecido.

Quando tudo terminou, ele me olhou, sua respiração pesada combinando com a minha. O silêncio era quase insuportável, até que ele finalmente falou:

— Você devia ter escolhido melhor sua primeira vez.

Não havia maldade em suas palavras, apenas uma verdade crua que cortou mais fundo do que eu esperava.

— Talvez eu só quisesse esquecer algo doloroso.

Ele se levantou, ajeitando as roupas, enquanto me observava de cima.

— Então espero que tenha conseguido o que queria.

Eu sabia que não significava nada para ele, e talvez isso fosse parte do que me fazia sentir tão perdida. Mas, de alguma forma, estar ali, com ele, havia sido um ponto de ruptura. E talvez fosse isso que eu precisava.

Grupo de Leitores: ⚜️Amantes de Literatura⚜️

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Comments

Zenith Afonso

Zenith Afonso

Gente....mais uma história, .,que a mulher se entrega a um estranho...porque foi traída,,,,
Consequência, disso ,uma gravidez de um homem desconhecido,,,nem o nome dele ela ficou sabendo.....

2024-12-04

52

Maria Liduina Pereira da Silva Linda

Maria Liduina Pereira da Silva Linda

Ele foi covarde, ela estava bêbada! Se aproveitou dela!. 😡 Pode ser um mocinho?O dono do bar, Nem tentou levar ela para casa.😡 Não adianta falar que uma pessoa com bebida na cabeça sabe tudo que está fazendo .

2025-03-10

0

joana Almeida lima

joana Almeida lima

Ela não tem idéia do que está fazendo por estar bêbada, mas você tem e está se aproveitando dela. É isso que dá, ficar bêbada na rua, tem sempre um homem safado pra se aproveitar...

2025-02-20

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