capítulo 17: Uma surpresa

Quando o telefone tocou naquela noite, Gabriel estava em seu apartamento, revisando contratos,ele não hesitou ao ver o nome de Isabella na tela,ele não esperava por uma ligação dela.

—Gabriel, eu preciso de você no hospital.—ela disse rapidamente.

Seu coração disparou. O que poderia estar acontecendo? Sem fazer mais perguntas, ele pegou as chaves e foi direto para o carro. Durante o caminho, seu pensamento oscilava entre preocupação e uma estranha sensação de esperança. Isabella estava lhe pedindo ajuda. Talvez aquele fosse um sinal de que ele ainda poderia ter um lugar na vida dela.

Ao chegar ao hospital, ele a encontrou visivelmente tensa. Antes que pudesse perguntar, Isabella pediu que o acompanhasse para ele doar sangue para a filha dela e depois para conversarem a sós.

Cada palavra que ela disse parecia um golpe direto ao seu coração,Safira,uma filha que ele nunca soube que existia. A confissão de Isabella sobre como havia lutado sozinha durante todos aqueles anos mexeu profundamente com ele. Ele mal conseguia processar o que ela dizia.

Quando o médico anunciou que ele era compatível e que sua doação salvaria Safira, Gabriel não hesitou ele estava disposto a fazer qualquer coisa por aquela menina, mesmo que só tivesse acabado de descobrir sobre ela.

Horas depois, enquanto aguardavam notícias da cirurgia, Gabriel teve tempo para refletir. Ele observava Isabella e Marina conversando e, em sua mente, as peças do passado começaram a se encaixar. A briga, o afastamento, a razão pela qual Isabella parecia ter desaparecido de sua vida. Ela estava protegendo Safira e, de certa forma, protegendo a si mesma também.

Quando o médico voltou com a boa notícia de que a cirurgia havia sido um sucesso, Gabriel sentiu um peso sair de seus ombros. Ele havia salvado a vida de sua filha. Sua filha. Essas palavras ecoavam em sua mente de forma quase surreal.

Ele estava pronto para ir embora quando Isabella o chamou. O convite para ver Safira o pegou de surpresa. Ele hesitou, mas a necessidade de conhecê-la era maior.

Ao entrar no quarto, Gabriel parou na porta. Lá estava ela, pequena e vulnerável, dormindo tranquilamente. Sua pele pálida contrastava com os cachos escuros que caíam em torno do rosto. Ele sentiu um nó na garganta.

—Ela é linda.— ele disse, quase em um sussurro.

—Sim, é e se parece muito com você.— respondeu Isabella, em pé ao lado dele.

Gabriel se aproximou lentamente, sentindo uma onda de emoções que ele não sabia como descrever. Ele nunca pensou que sentiria algo assim tão rápido. Olhando para Safira, ele viu um pedaço de si mesmo, mas também viu Isabella.

Naquele momento, ele soube que não importava o que tivesse que fazer, ele lutaria para estar na vida dela. Ele havia perdido anos preciosos, mas estava decidido a compensá-los.

—Obrigada por salvar a vida dela.— Isabella disse baixinho.

— Eu faria isso mil vezes se fosse preciso.— respondeu Gabriel sem desviar o olhar de Safira.

Enquanto ele permanecia ali, ao lado da cama, Gabriel sabia que a vida dele havia mudado para sempre. E pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu que havia uma nova chance para o futuro.

 A Revelação aos Pais...

Na manhã seguinte, Gabriel acordou cedo. Ele mal havia dormido, com os pensamentos dominados por Safira e tudo o que Isabella lhe contou. O peso da descoberta e a felicidade de ter uma filha não o deixavam em paz. Decidido a compartilhar a verdade, ele saiu de casa e dirigiu direto para a casa dos pais.

Ao chegar, encontrou sua mãe no jardim, regando as flores. Seu pai, como sempre, estava no escritório, analisando documentos. Gabriel respirou fundo antes de chamá-los para conversarem juntos na sala de estar.

— Gabriel, está tudo bem? Você parece tenso.—perguntou sua mãe, sentando-se ao lado do marido.

—Na verdade, tenho algo muito importante para contar a vocês,—começou ele, sua voz carregada de emoção.—É sobre Isabella... e Safira.

Os pais de Gabriel trocaram olhares confusos, e sua mãe perguntou:

—Safira? Quem é Safira?

Gabriel tomou coragem e contou tudo. Desde a briga com Isabella anos atrás, até a ligação que recebeu dela pedindo ajuda, a revelação de que ele tinha uma filha, e a noite anterior no hospital.

—Ela escondeu isso de mim porque acreditava que era o melhor para Safira. Ela estava com medo, e a mãe dela a convenceu a manter tudo em segredo para ela ter paz durante a gravidez.—explicou, com uma mistura de dor e compreensão em sua voz.

Sua mãe levou as mãos à boca, os olhos brilhando de emoção.

—Você está me dizendo que temos uma neta? Meu Deus, Gabriel, eu não acredito!

—Sim, mãe ela se chama Safira,e ontem eu a vi pela primeira vez,ela é... incrível,ela lindo e se parece muito comigo.— disse ele, tentando conter o nó na garganta.

Seu pai, que até então permanecia em silêncio, finalmente falou:

—E agora, Gabriel? O que você pretende fazer?

—Eu quero fazer parte da vida dela. Eu quero que ela saiba quem eu sou. Não vou pressionar Isabella, mas vou lutar para estar presente. E também quero dar meu nome a Safira. Ela merece isso.

Sua mãe sorriu, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

—Gabriel, isso é maravilhoso. Eu mal posso esperar para conhecê-la. Ela deve ser linda.

—Ela é.—respondeu Gabriel, sorrindo pela primeira vez em muito tempo.

—Você tem nosso apoio, filho,—disse seu pai. —Mas entenda que Isabella pode precisar de tempo. Respeite isso, e vá com calma.

—Eu sei, pai. E é exatamente o que vou fazer.

A conversa continuou por mais algum tempo, com os pais de Gabriel fazendo perguntas sobre Safira e expressando sua felicidade por finalmente terem uma neta. Gabriel sentiu o peso do mundo sair de seus ombros. Ele não sabia como o futuro se desenrolaria, mas sabia que não estava sozinho.

Enquanto deixava a casa dos pais, um pensamento dominava sua mente: ele faria tudo ao seu alcance para ser o pai que Safira merecia. E, quem sabe, reconquistar o coração de Isabella.

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