capítulo 11: Um pesadelo

No caminho de volta, Isabella e Marina relaxaram no carro, aliviadas após o jantar. Isabella soltou um suspiro cansado, olhando pela janela as luzes da cidade que passavam.

—Obrigada, Marina,— disse Isabella, virando-se para a amiga. — Não sei o que teria feito se você não tivesse intervindo naquela hora. Eu não estava preparada para lidar com o Gabriel tão de perto.

Marina sorriu compreensiva, mantendo os olhos na estrada.

— Amiga, eu sabia que você precisaria de um apoio extra hoje. E, se depender de mim, ele não vai chegar perto de você enquanto você não quiser. Você merece essa tranquilidade.

Isabella assentiu, sentindo um peso saindo de seus ombros.

— Foi estranho vê-lo depois de tanto tempo. Eu imaginava que um dia esse momento chegaria, mas não sabia que ainda seria tão difícil.

Marina olhou para Isabella rapidamente, avaliando a amiga com um olhar protetor.

—Lembre-se, você construiu tudo isso sozinha. Não precisa provar nada para ele. Se ele quer saber da sua vida, vai ter que esperar pela sua permissão.

Isabella sorriu, sentindo-se fortalecida.

— É, você está certa. Não vou me deixar abalar. Esse é o meu momento,e eu não construí tudo sozinha sem você eu não teria conseguido.

Elas continuaram conversando sobre o jantar e a surpresa de ver Gabriel, mas a presença de Marina foi o apoio necessário para Isabella manter-se firme, sabendo que, não importa o que acontecesse, sua amiga estaria ao seu lado.

Durante a conversa, Isabella suspirou, olhando para as luzes da cidade que passavam pela janela.

— Ainda bem que sempre mantive a Safira longe dos holofotes,— disse ela, aliviada. — Se a mídia soubesse que eu tenho uma filha, seria questão de tempo até Gabriel descobrir.

Marina assentiu, apoiando a decisão da amiga.

—Você fez o certo, Isa. A sua vida pessoal sempre foi sua prioridade, e você protegeu a Safira de tudo isso. É o melhor que podia fazer. Se ela estivesse na mídia, com certeza ele já saberia sobre ela.

Isabella olhou para Marina, grata.

— Eu só queria que ele não tivesse motivo algum para procurar mais informações. Por mais que eu esteja lidando bem com a situação agora, ainda é difícil encarar o passado, e eu não sei como seria lidar com ele descobrindo sobre Safira.

Marina deu um sorriso encorajador.

— Ele só vai saber o que você quiser que ele saiba. E, se depender de mim, ele não vai ter fácil acesso a nada. Você é uma mãe incrível e sempre cuidou dela com tudo de si. Não vai ser agora que isso vai mudar.

Isabella sorriu, sentindo-se mais segura.

—Obrigada, Marina. Eu só quero que a Safira tenha uma vida tranquila, longe de qualquer complicação do meu passado.

As duas continuaram a conversar, e Isabella se sentiu aliviada por ter Marina ao seu lado, protegendo-a e reforçando suas escolhas.

Ao chegarem em casa, Isabella e Marina encontraram a casa em completo silêncio. A babá já havia colocado Safira para dormir, e as luzes do corredor estavam baixas, criando uma atmosfera tranquila.

Isabella suspirou aliviada, sabendo que sua filha estava bem e em paz, longe de qualquer agitação do jantar daquela noite. Ela e Marina subiram para o quarto, conversando em sussurros para não fazer barulho.

— Obrigada por tudo hoje, Marina,— disse Isabella, enquanto retirava os brincos e colocava-os sobre a cômoda. — Você não imagina o quanto isso foi importante para mim.

Marina sorriu, colocando a bolsa de lado e se preparando também para dormir.

— Eu faria tudo de novo, Isa. Você é minha amiga e sabe que pode contar comigo sempre. Além do mais, é até divertido ver você lidando tão bem com tudo isso.

As duas riram baixinho, aproveitando aquele momento de cumplicidade. Elas terminaram de se trocar e se acomodaram nos travesseiros, prontas para finalmente descansar depois da noite intensa.

Enquanto os pensamentos sobre Gabriel tentavam invadir sua mente, Isabella sentiu-se fortalecida ao lado de Marina e lembrou-se de sua prioridade: Safira. Ela prometeu a si mesma que continuaria protegendo sua filha e seguindo em frente, como sempre fez.

Pouco a pouco, o sono veio, trazendo consigo uma paz temporária, e as duas amigas dormiram tranquilamente, confiantes de que estavam no controle do próprio destino.

Naquela noite, Isabella teve um sonho perturbador. Ela e Gabriel estavam juntos, como nos tempos de adolescência, felizes e apaixonados. Sentia-se segura nos braços dele, como se todo o sofrimento do passado jamais tivesse acontecido. Mas, de repente, o sonho tomou um rumo sombrio: algo os separava, uma sombra que ela não conseguia definir. Ela estendia a mão para ele, mas Gabriel se afastava, levando Safira consigo.

Isabella acordou ofegante, com o coração disparado e os olhos marejados. Levou alguns segundos para perceber onde estava: em seu quarto, segura. Ao olhar pela janela, viu que o céu já estava claro.

O sonho ainda estava fresco em sua mente, e a sensação de perda apertava seu peito. Ela respirou fundo, tentando afastar o desespero que sentira. Sabia que era apenas um sonho, mas o medo de que Gabriel descobrisse sobre Safira e tentasse afastá-la de sua filha mexia com seus nervos.

Marina, que dormia ao lado, notou a movimentação e abriu os olhos lentamente.

—Isa, está tudo bem?— perguntou, preocupada ao ver a expressão abatida da amiga.

Isabella tentou esboçar um sorriso, mas a preocupação era evidente em seu rosto.

— Só... um sonho ruim,—murmurou. —Nada com que se preocupar.

Marina segurou a mão dela, dando um aperto reconfortante.

— Lembre-se, Isa, você está no controle. Nada e ninguém vai tirar a Safira de você.

Aquelas palavras ajudaram Isabella a se acalmar um pouco. Ela agradeceu à amiga com um aceno silencioso, prometendo a si mesma que faria de tudo para proteger a filha.

Depois de um momento de silêncio, Isabella se levantou, decidida a começar o dia. Mais do que nunca, estava determinada a manter sua vida e sua família segura, custe o que custar.

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