capítulo 4: um novo começo

Isabela chegou ao aeroporto sentindo o peso de cada passo, como se estivesse deixando para trás não só a cidade e os problemas, mas também uma parte dela mesma,entrou no avião e, ao decolar, olhou pela janela, o coração apertado pela incerteza e pela saudade sabia que o destino à sua frente representava um recomeço, mas deixar tudo para trás ainda doía.

Chegada em Madri

Após horas de vôo, Isabela desembarcou em Madri com uma mistura de ansiedade e alívio a cidade lhe era completamente desconhecida, mas representava uma nova chance de criar uma vida mais tranquila para ela e para o bebê no saguão, avistou uma mulher com um sorriso acolhedor era Elena, amiga de sua mãe, que a esperava,na noite anterior Fernanda ligou para ela e pediu abrigo para sua filha e seu neto.

— Isabela? — perguntou Elena, com um sorriso amável.

— Sim — respondeu Isabela, tentando sorrir.

Elena a abraçou com carinho, transmitindo o afeto e a segurança que ela tanto precisava naquele momento.

— Vamos para casa, querida você terá um lugar seguro para recomeçar, e eu estarei aqui para ajudar no que precisar, não se preocupe sua mãe me adiantou um pouco do assunto e eu vou cuidar de vocês.

De Volta à Casa de Fernanda...

Enquanto Isabela se instalava na casa de Elena, na cidade natal de sua mãe, Fernanda aguardava a chegada do marido sabia que teria que ser forte para sustentar a mentira que ajudaria a proteger a filha e o neto quando Carlos chegou, ainda de semblante tenso, foi direto ao ponto.

— Fernanda, onde está Isabela? Ela está bem? O que aconteceu depois de ontem? — perguntou ele, apreensivo.

Fernanda suspirou, segurando firme em suas palavras.

— Carlos... Isabela passou por um momento muito difícil ela... ela perdeu o bebê — disse, a voz pausada e triste.

Carlos ficou em silêncio, a expressão dele mudando de surpresa para arrependimento e

le engoliu em seco, claramente impactado pela notícia.

— E, depois de tudo isso, ela decidiu ir embora não suportava mais toda a pressão, o julgamento... Ela precisa de um tempo para si um tempo longe de tudo e todos.

Carlos passou a mão pelo rosto, o arrependimento refletindo em seus olhos, mas ele não disse nada Fernanda sabia que ele estava revivendo o momento em que levantou a mão contra a filha, e que, por mais que lamentasse, não poderia desfazer o que aconteceu.

Enquanto isso, em Madri...

Isabela começou a se adaptar à nova rotina em Madri Elena a ajudava a planejar os estudos e a encontrar um caminho para seguir em frente,nos dias seguintes, Isabela começava a vislumbrar a chance de um futuro seguro, onde ela e seu filho poderiam viver em paz, longe dos julgamentos e da dor.

Ao chegarem à casa de Elena, Isabela se sentiu acolhida imediatamente o lugar era simples, mas aconchegante, decorado com plantas e fotos de família, transmitindo uma sensação de lar que ela não sentia desde que saíra de casa Elena sorria ao abrir a porta e guiou Isabela até a sala, onde uma jovem estava sentada lendo um livro.

— Isabela, esta é minha filha, Marina — disse Elena, com orgulho no olhar. — Marina, esta é Isabela, filha da minha querida amiga Fernanda ela vai ficar conosco por um tempo.

Marina levantou-se imediatamente e deu um sorriso acolhedor.

— Prazer, Isabela! — disse ela, estendendo a mão. — Espero que você se sinta em casa minha mãe falou muito bem de você e sua mãe.

— Obrigada, Marina é um alívio saber que posso contar com vocês — respondeu Isabela, tocada pela gentileza.

Elena observou a interação das duas, satisfeita sabia que Isabela precisava de apoio para seguir em frente e nada melhor do que uma amiga de sua idade para ajudar e, além disso, imaginava que Marina poderia ser uma amiga para ela nessa fase delicada.

Ao caminhar pela casa, Isabela observava cada detalhe: as cores quentes nas paredes, os livros espalhados pela sala, e as fotos que mostravam momentos felizes de Elena e Marina era um ambiente acolhedor, diferente de tudo o que ela tinha experimentado nas últimas horas,e isso a fazia sentir mais falta de sua mãe.

Elena, percebendo o que Isabela pensava, segurou-lhe a mão e falou com carinho:

— Querida, esta é a sua nova casa agora sei que nada apaga o que você passou, mas quero que saiba que estamos aqui para você e para o seu bebê ,aqui você pode ter a paz que precisa e poderá falar com sua mãe sempre que quiser.

As palavras de Elena tocaram Isabela profundamente era como se finalmente encontrasse um porto seguro, longe de toda a dor e julgamento ela sorriu timidamente, sentindo uma nova esperança florescer dentro dela.

A Perspectiva de um Novo Futuro...

Nos dias seguintes, Isabela e Marina rapidamente se aproximaram Marina era compreensiva e divertida, sempre tentando arrancar um sorriso de Isabela ao ouvir a história dela, Marina não a julgou em momento algum; ao contrário, ofereceu apoio e incentivo até porque ela tinha sido uma vítima da maldade de pessoas que pensava serem amigos.

Elena, por sua vez, ajudava Isabela a planejar o próximo passo falavam sobre o futuro, discutiam possibilidades de estudo e de trabalho, e, principalmente, Elena reforçava que Isabela poderia, sim, ser mãe e construir uma nova vida cada conversa trazia um pouco mais de confiança e alívio para Isabela, que começava a ver que o recomeço era possível.

Naquela noite, enquanto Isabela se acomodava no quarto que agora era seu, sentiu um misto de gratidão e esperança ela passou a mão sobre a barriga, sentindo a vida que carregava, e sussurrou baixinho:

— Vamos ficar bem, meu amor, aqui teremos a chance de ser felizes.

Estava pronta para construir essa nova vida para si e para o bebê, cercada por pessoas que, mesmo sem conhecê-la profundamente, lhe deram a acolhida e o carinho que tanto precisava.

Após uma semana em Madri, Isabela começava a se sentir mais confiante e acolhida, especialmente graças ao apoio constante de Marina as duas rapidamente descobriram que compartilhavam um sonho em comum: ambas desejavam se formar em administração para abrir sua própria empresa um dia essa afinidade trouxe uma nova motivação para Isabela, e as duas decidiram se inscrever na faculdade juntas.

Na manhã em que foram até a universidade para realizar a matrícula, Isabela sentia o coração bater mais forte seria um novo começo, e ter Marina ao seu lado era uma enorme fonte de força.

— Vamos arrasar juntas, Isabela — disse Marina, sorrindo enquanto preenchia o formulário. — Com nosso esforço e um pouco de sorte, teremos nossa própria empresa em breve.

— Espero que sim — respondeu Isabela, sorrindo pela primeira vez com verdadeira confiança. — E, honestamente, ter você comigo faz tudo parecer possível.

Com a matrícula finalizada, Isabela e Marina estavam oficialmente inscritas no curso de administração. Essa etapa representava muito mais do que apenas estudar uma carreira; era a base para o futuro que desejavam construir.

Ao voltarem para casa, conversavam animadamente sobre as ideias que tinham para a empresa. Marina, sempre prática, falava sobre os diferentes tipos de negócios que poderiam explorar, enquanto Isabela, ainda um pouco tímida, compartilhava suas ideias com entusiasmo crescente.

— Vamos estudar muito, trabalhar bastante e fazer esse sonho acontecer — disse Marina, determinada. — E com nossa amizade e apoio, nada vai nos parar.

Isabela sentiu uma grande emoção crescer dentro de si. Pela primeira vez em muito tempo, ela via uma possibilidade concreta de construir um futuro, não só para si, mas também para seu bebê. As preocupações, que antes pesavam tanto em seus ombros, começavam a se dissipar à medida que ela se sentia mais forte e determinada.

Nos dias seguintes, as duas começaram a organizar suas rotinas de estudo e a se preparar para o início das aulas. Elena, sempre encorajadora, ficava feliz em ver Isabela revigorada e cheia de energia.

— Estou orgulhosa de vocês duas — disse Elena em um jantar, sorrindo para as jovens. — Trabalhar duro desde cedo para construir algo próprio é algo admirável. Vocês têm todo o meu apoio.

E assim, com um novo sonho em mente e o apoio de sua nova família, Isabela sentiu que estava finalmente no caminho certo para reconstruir sua vida.

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