PEQUENOS DETALHES

Daemon chegou ao salão principal da fortaleza, onde sua presença era aguardada por Hadrian e outros membros da família. Ele caminhava com uma postura imponente, seus olhos frios refletindo a mesma determinação que herdara do irmão. Ao avistar Hadrian, ele abriu um sorriso calculado.

— Finalmente, irmão. — Daemon fez uma leve reverência com a cabeça. — Infelizmente, não pude comparecer ao seu casamento, mas entendo que eu estava ocupado… com a prisioneira.

Hadrian manteve seu semblante impassível, assentindo para o irmão. — Sei que cumpriu seu papel como pedi, irmão. E por isso tem minha gratidão. Mas estou curioso para saber como está indo com Elara.

Daemon esboçou um sorriso contido. — Ela é uma fera indomável, para dizer o mínimo. Tentei confiar nela, até aliviando as correntes por um tempo… mas ela tentou escapar. Agora está de volta às correntes. É teimosa, mas vou lidar com isso.

Hadrian deu um sorriso seco, satisfeito com o relato do irmão. — Muito bem. Mas Elara ainda nos é útil. Quero que se mantenha firme, mas cuide para que ela não sofra danos permanentes. Temos planos para ela.

Daemon assentiu. — Entendido. — Ele olhou ao redor do salão. — Agora, falando em família, me disseram que você se casou com a outra irmã. Estou curioso para conhecê-la.

Hadrian fez um sinal para um dos servos, que prontamente se apressou em chamar Safira para o salão.

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Safira chegou com passos rápidos, o coração acelerado pela ansiedade de ouvir notícias sobre Elara. Ao entrar, viu os dois lado a lado, os dois homens lobos com expressões frias e calculistas, irradiando uma energia dominante. Safira, no entanto, ergueu o queixo, determinada a não demonstrar fraqueza.

Hadrian a olhou, o olhar avaliador. — Safira, este é Daemon, meu irmão.

Daemon lançou um olhar predatório em direção a Safira, medindo-a. — A famosa Safira. Ouvi muito sobre você, sobre sua força… e coragem, claro.

Safira não desviou o olhar, mantendo-se firme. — Imagino que ouviu bastante sobre mim. Vim aqui por uma razão. Quero saber sobre minha irmã. Ela está bem?

Hadrian se aproximou, a presença dele dominadora. — Sua irmã está viva e, até agora, segura, mas isso depende de você. Se continuar se comportando, talvez eu considere trazê-la para o castelo.

Ela sentiu a raiva crescer, mas conteve o ímpeto de explodir. Sabia que deveria agir com cautela se quisesse ajudar Elara. — Traga-a para cá. Não há razão para ela estar presa.

Hadrian ergueu uma sobrancelha, avaliando o tom determinado dela. — Como disse, Safira… depende de você. Mostre-me que sabe o seu lugar, e Elara será sua companhia aqui.

Safira respirou fundo, mantendo o olhar firme, sem ceder à súplica. — Concordo. Traga Elara, e não darei motivos para quebrar nosso acordo.

Os irmãos trocaram um olhar satisfeito, e Daemon sorriu de lado, admirando a resistência dela. — Vejo que tem uma bela guerreira ao seu lado.

Hadrian apenas assentiu, mantendo o rosto impassível. Em seguida, dispensou Safira, que saiu sem olhar para trás, o coração pesado, mas determinado a trazer Elara para perto.

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Mais tarde, Safira caminhava pelo jardim da fortaleza, na direção da fonte que Anya havia lhe mostrado. O som da água corrente e o aroma das flores eram quase reconfortantes, uma pausa rara na tensão constante que sentia ali. Foi então que viu a garota se aproximar com um sorriso tímido.

— Safira! — Anya exclamou, alegre. — Você voltou para o jardim. Eu sabia que ia gostar deste lugar.

Safira forçou um sorriso. — Sim, é um bom refúgio. Preciso de algo assim para manter minha sanidade.

Anya riu, sentando-se ao lado dela na borda da fonte. — Você é diferente. Eu sei que odeia meu irmão, mas gosto de você. Talvez… talvez um dia ele entenda.

Safira suspirou, observando a jovem com uma ternura inesperada. — Espero que nunca precise entender, Anya. Ele… — Ela hesitou, tentando não parecer tão amarga. — Ele é… complexo.

Anya a encarou por um momento, parecendo ponderar algo, antes de dar um sorriso compreensivo. — Ele também se preocupa com você, sabe? Acho que tem medo de demonstrar, mas ele observa cada detalhe.

Safira permaneceu em silêncio, confusa, mas, por um instante, sentiu um aperto estranho no peito.

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Daemon, após sua visita à fortaleza, despediu-se dos pais e do irmão, e retornou à cabana. Ele trocou um rápido abraço com o pai e um aceno com Hadrian, garantindo que manteria o controle sobre Elara até que pudessem trazê-la para o castelo.

Hadrian, após a partida do irmão, encontrou Anya no jardim e se aproximou. Ele sorriu ao vê-la, o olhar amável que apenas reservava para a pequena irmã. Passou a mão carinhosamente pelos cabelos dela, e a garota riu, abraçando-o.

Safira, que observava de longe, ficou perplexa com a cena. Como Hadrian podia ser tão cruel e ao mesmo tempo tão gentil? Era como se ele tivesse duas faces, e Safira não conseguia entender essa dualidade.

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Naquela noite, Hadrian convocou guerreiros de confiança para investigar os invasores que atacaram o território. Ele explicava a missão com precisão, e, no final, Valéria se aproximou.

— Quero ir nessa missão, irmão. Sinto que posso ajudar.

Hadrian a olhou, incerto. — Valéria, isso pode ser perigoso. Preciso de você aqui para defender o território.

— Eu sou uma guerreira, Hadrian, e você sabe disso melhor do que ninguém. Deixe-me provar que posso enfrentar essa ameaça.

O Alfa hesitou, mas o olhar determinado de Valéria o convenceu. — Muito bem, mas mantenha contato constante. E cuidado.

Ela assentiu, grata pela oportunidade, e rapidamente começou a se preparar para partir.

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Mais tarde, o jantar em família reuniu Hadrian, Safira, Anya, e os pais dele. Safira sentia-se deslocada, lembrando-se com saudade de sua própria família, agora destroçada. Ela comia em silêncio, observando todos conversarem e rirem, a visão de uma família feliz que Hadrian ainda possuía enquanto a dela fora destruída.

Frequentemente, durante o jantar, a jovem tinha um costume de cortar sua carne em pequenos pedaços antes de começar a comer, uma mania que ela tinha. Ela preferia ter toda a carne já cortada para comer tranquilamente sem interromper cada mordida.

Em um momento, enquanto Anya falava animadamente com Safira, Hadrian, que parecia entretido numa conversa com o pai, de repente pegou o prato de Safira e começou a cortar a carne para ela, exatamente do jeito que ela gostava. Ele devolveu o prato, e Safira o pegou, surpresa e sem palavras. Como ele sabia disso? Ela ergueu os olhos para ele, e Hadrian continuava a conversar, como se o gesto tivesse sido casual, mas era claro que ele a observava nos detalhes.

Essa atitude deixou a jovem confusa, o coração em tumulto, tentando entender o que se passava por trás da frieza e da brutalidade de Hadrian.

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Comments

Cupcake Queen

Cupcake Queen

Ela sabe que já perdeu esse jogo a tempos? ELA SABE??

2025-01-08

0

Fátima Ramos

Fátima Ramos

Ela está a entregar-se muito rápido

2025-03-23

0

Hadassa Cadete

Hadassa Cadete

Estão gostando dessa história?

2024-11-11

2

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