Safira acordou com o corpo pesado e dolorido após a intensa noite que teve com Hadrian. A luz suave do amanhecer penetrava pelas frestas da janela, e, ao abrir os olhos, viu seu marido terminando de se vestir, a expressão fria e firme como sempre. Ele ajeitava o manto sobre os ombros, pronto para sair e cumprir suas obrigações como alfa.
— Está acordada — ele comentou, lançando-lhe um breve olhar antes de ajustar as mangas da camisa.
Ela se sentou lentamente, o corpo ainda exausto. — Vai sair cedo?
— Deveres me esperam — respondeu, sem emoção aparente na voz. — Não posso me dar ao luxo de descansar.
Safira suspirou, um pouco aliviada por ele estar de partida, embora sua mente ainda estivesse um tanto perturbada pela intensidade da noite passada. — Ótimo. Assim, tenho um pouco de paz.
Hadrian esboçou um sorriso mínimo, mais provocativo do que gentil. — Veremos quanto tempo isso dura.
Ele a observou por um instante a mais, mas sem qualquer demonstração evidente de afeto. Em seguida, saiu do quarto, deixando-a sozinha com as lembranças contraditórias da noite que passaram juntos.
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Enquanto isso, na cabana, Elara acordou com um peso familiar em seus pulsos: as correntes de prata estavam de volta. Sentiu o toque frio contra sua pele, o que fez seu coração apertar. Damon estava parado ao lado dela, os braços cruzados, observando-a com um olhar desapontado.
— Vejo que finalmente acordou — disse ele, mantendo a voz firme e séria. — Eu avisei, Elara. Tirei as correntes para facilitar sua estadia, para que você não tivesse que sofrer tanto… mas parece que confiei demais em você.
Ela manteve o olhar frio, mas o remorso a atingiu de leve. — Eu nunca pedi a sua confiança, Damon. Só quero minha liberdade.
Damon suspirou, passando uma mão pelo cabelo, visivelmente frustrado. — Vou até a fortaleza da minha família para resolver alguns assuntos. Enquanto eu estiver fora, os betas vão vigiar você. Tente não piorar ainda mais as coisas.
Sem esperar resposta, ele se virou e saiu da cabana, fechando a porta atrás de si, enquanto Elara ficou sozinha, refletindo sobre sua última tentativa frustrada de fuga.
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Mais tarde, Safira e a irmã de Hadrian caminhavam pelos arredores da matilha. Pela primeira vez, a Sköll estava livre das vigílias constantes, e o ar fresco trazia uma sensação estranha, quase libertadora, embora soubesse que ainda estava sob o domínio do Alfa. Valéria caminhava ao seu lado, com um ar mais leve.
— Como está gostando de andar por aí sem uma escolta? — perguntou Valéria, lançando-lhe um sorriso.
— Ainda não sei dizer. Seria melhor se fosse por minha própria vontade — respondeu a jovem, sem esconder a amargura na voz.
A cunhada soltou uma risada suave. — Compreendo. Mas sabe, Safira, nem tudo aqui precisa ser tão sombrio. Com o tempo, você pode encontrar uma forma de aproveitar isso… ou ao menos encontrar uma maneira de não se sentir tão sufocada.
— Talvez — murmurou Safira, sem muita convicção. — Mas não me vejo aceitando tudo isso tão fácil.
Antes que Valéria pudesse responder, o som de passos rápidos e pesados rompeu o silêncio da manhã. Eles foram seguidos por gritos e uivos de alerta: o território estava sendo invadido. De repente, lobos inimigos apareceram por todos os lados, atacando sem piedade. As duas trocaram um olhar breve, mas determinado, e ambas se prepararam para lutar.
A batalha foi feroz e sangrenta. Safira lutava com ferocidade, derrubando os oponentes que cruzavam seu caminho. Ao seu lado, Valéria estava imersa na luta, defendendo-se com a agilidade de uma guerreira treinada. Num instante de distração, um inimigo avançou contra Valéria, mas Safira, num ato inesperado, lançou-se contra ele, impedindo o ataque que teria sido fatal para a irmã de Hadrian. Valéria olhou para ela, surpresa pela atitude altruísta.
Hadrian chegou ao campo de batalha, alertado pelos betas. Ao ver Safira defendendo Valéria, algo brilhou em seus olhos, um misto de surpresa e admiração, pois sabia que Safira os desprezava. Sem hesitar, ele entrou na luta, seu lobo tomando o controle enquanto destroçava os inimigos com força avassaladora. Safira e ele lutaram lado a lado, um instinto feroz de sobrevivência e fúria compartilhada correndo entre ambos.
Após uma batalha brutal, os inimigos foram aniquilados. A terra estava manchada de sangue, e os guerreiros da matilha tentavam se recompor. Valéria, ainda atônita com o gesto de Safira, se aproximou dela.
— Obrigada. Você… me salvou.
Safira apenas acenou com a cabeça, os olhos ainda selvagens da batalha, sem responder. Seu corpo estava coberto de sangue, e, sem perder tempo, ela virou as costas e retornou à fortaleza, em silêncio.
No salão principal, o Alfa reuniu seus betas, o olhar frio e implacável. — Como permitiram que isso acontecesse? Como não perceberam a aproximação dos invasores?
Os betas se entreolharam, tensos e envergonhados. Um deles, finalmente, tomou coragem e disse: — Recebemos informações de que… foi o inimigo antigo, o mesmo que enviou a carta dias atrás. Ele deve estar monitorando nossos passos.
Hadrian apertou os punhos, os olhos faiscando de raiva. — Se ele acha que pode se infiltrar no meu território e sair ileso, está enganado. Quero vigília dobrada. Não vamos dar brechas para mais ataques.
Os betas assentiram, cientes da fúria de seu alfa.
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Mais tarde, Safira estava em seu quarto, tentando limpar os vestígios da batalha de sua pele, quando Hadrian entrou sem aviso. Ela se virou, surpresa, encarando-o.
Ele manteve sua postura fria e imponente, mas havia algo diferente no olhar dele. — Vi o que fez hoje… para salvar minha irmã. — A voz dele era firme, mas havia um leve tom de gratidão.
Safira deu de ombros, fingindo indiferença. — Não foi nada.
Hadrian se aproximou lentamente, e, antes que ela pudesse recuar, ele a envolveu num abraço firme. Foi um gesto inesperado, e Safira ficou sem reação, surpresa pela proximidade. A respiração dele estava pesada, como se tivesse temido algo que não ousava confessar, o medo de perdê-la começava a doer em seu peito.
Sem dizer nada, o Alfa se afastou, mantendo o olhar fixo nela por mais um instante. Safira, ainda confusa, não soube o que responder. Com um último olhar intenso, ele saiu do quarto, deixando-a com os pensamentos agitados e o coração disparado.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
sandra helena barbosa
Esperando os próximos capítulos .
2025-02-06
0
Cupcake Queen
Eu queria falar mas não tenho advogado
2025-01-08
0
Siderléia Vendrameto
Eu ainda não entendi porque ele matou a família dela
2025-01-17
1