A NOITE DE NÚPCIAS

O quarto estava mergulhado em uma penumbra sedutora, apenas iluminado pelo brilho das velas que tremulavam na brisa leve que atravessava as janelas entreabertas. Safira entrou hesitante, seu olhar percorrendo o ambiente ao seu redor, registrando cada detalhe, cada sombra. Sentia o coração acelerar, uma mistura de medo e desprezo pulsando dentro dela.

Hadrian fechou a porta atrás dela com um leve estalo, cruzando os braços e observando-a, seus olhos brilhando intensamente na meia-luz. Ele deu alguns passos em direção a jovem, aproximando-se com a confiança e a calma de um predador. — Nervosa, Safira? — Ele falou com uma voz baixa, quase num murmúrio, um leve sorriso perigoso nos lábios.

Ela ficou séria, decidindo que o silêncio seria sua melhor resposta. Ele parou atrás dela, e ela sentiu as mãos grandes e firmes dele tocarem seus ombros, deslizando com firmeza enquanto ele retirava a camada fina e leve do tecido que cobria seus ombros, expondo sua pele ao ar frio. A respiração de Hadrian era calma e constante, mas a proximidade dele fazia o corpo dela inteiro entrar em alerta.

Safira, então, desviou o olhar, tentando focar em qualquer coisa que não fosse o toque dele. E foi então que viu, sobre uma pequena mesa ao lado, a adaga de Hadrian junto a outros pertences. Seus olhos brilharam por um instante com uma ideia. Ele a girou devagar, segurando-a pelos ombros, obrigando-a a encará-lo, e os olhos de ambos se encontraram, os dela cheios de desafio e os dele com a frieza típica de quem não se deixa intimidar.

— Vamos brindar, então. — ele deu alguns passos para trás, servindo duas taças de vinho. — À nossa união. — Ele estendeu uma das taças para ela, e Safira pegou a bebida com calma, mantendo-se controlada e sem qualquer reação.

Enquanto ele dava um gole na taça, ela também bebeu, mantendo o olhar intenso e vigilante, e, num movimento rápido e discreto, pegou a adaga, escondendo-a entre os dedos enquanto tomava mais um gole. Ele observava cada movimento dela, como se esperasse por algo, os olhos atentos e predadores.

Quando ele finalmente colocou sua taça ao lado e se aproximou dela novamente, pegando-a nos braços, Safira sentiu o coração disparar. Ele a levou até a cama, depositando-a ali com firmeza. Hadrian, então, inclinou-se sobre ela, a mão deslizando por suas costas enquanto sua outra mão a segurava firme, prendendo-a ali sob seu controle. O toque dele era feroz e seguro, os lábios capturando os dela num beijo faminto que misturava raiva e desejo.

Safira, contudo, não estava disposta a se entregar. Num movimento ágil, ergueu a mão com a adaga, tentando desferir o golpe contra ele. Mas Hadrian, prevendo o ataque, segurou seu pulso com força, prendendo sua mão contra a cama, imobilizando-a com uma expressão fria e furiosa.

— Eu já sabia que faria isso, Safira — ele murmurou, a voz carregada de ironia e desprezo. — E deixei a adaga ali de propósito, para ver até onde iria.

Ela o encarou com ódio puro, ofegante, sentindo-se humilhada e frustrada. — Um dia… — ela sibilou entre dentes. — Você vai pagar por cada um dos horrores que me fez passar.

Ele riu de leve, aproximando o rosto do dela, quase roçando seus lábios novamente. — Você não sabe o que é um verdadeiro horror, Safira. Mas, se não se comportar, posso garantir que vai descobrir.

Ela lutou contra ele, usando toda a força que tinha, mas não foi o suficiente para se libertar. Hadrian a segurou firmemente, subjugando-a com facilidade, pressionando-a de volta à cama. Seus olhos escuros a fitavam com uma mistura de provocação e frieza. Ele a beijou com ferocidade, numa tentativa de esmagar o desafio dela, os lábios possuindo os dela num ato quase selvagem. Quando finalmente se afastou, o olhar dele era ainda mais intenso.

— Mas… se quer continuar respirando, sugiro que saiba exatamente qual é o seu lugar a partir de agora. — Ele passou a mão pelo rosto dela, deixando claro o quanto era perigoso.

Safira se debateu uma última vez, até sentir que era inútil. Sua respiração estava pesada, o coração martelando em seu peito. Hadrian, então, deitou-se ao lado dela na cama, parecendo satisfeito com a posição de domínio.

Ela lançou um último olhar de ódio, desejando poder atacá-lo ali e acabar com tudo. Ele, por outro lado, parecia calmo, olhando para o teto como se nada tivesse acontecido. A tensão entre os dois preenchia o quarto, como uma tempestade prestes a explodir, mas ambos permaneceram em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos, enquanto o ódio e o desejo entre eles se mesclavam de uma maneira que nenhum dos dois poderia controlar.

Quando Safira finalmente adormeceu, o quarto mergulhou em um silêncio pesado, perturbado apenas pelo som suave da respiração dela. Hadrian permaneceu ao lado, observando-a por alguns instantes. Havia algo nela que despertava sentimentos que ele tentava enterrar, uma mistura de desejo e uma raiva latente, algo que ele não conseguia explicar. Aproximou-se o suficiente para sentir o cheiro delicado de sua pele e, por um momento, ficou tentado a tocar seus cabelos com um gesto mais suave. Contudo, ele reprimiu qualquer pensamento que pudesse sugerir fraqueza. Em sua posição, ele não podia se dar ao luxo de hesitar.

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Comments

Marcia Cristina Carneiro

Marcia Cristina Carneiro

Só ó amor vái vencer essa batalha só ó amor 16/03/25/

2025-03-17

0

Cupcake Queen

Cupcake Queen

Safira serve pra nada. Nam, menina reia pode

2025-01-08

0

Cupcake Queen

Cupcake Queen

Nervosa? não pô, ansiosa pra meter uma faca no teu cool

2025-01-08

1

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