SERVA SKÖLL

Na manhã seguinte, a fortaleza dos Drakes estava em um frenesi silencioso enquanto os guardas se preparavam para escoltar Elara para outro lugar. Safira, embora ainda acorrentada, resistia com todas as forças ao ver sua irmã sendo levada. Os olhos dela refletiam um misto de desespero e impotência.

— Elara! — gritou Safira, tentando avançar, mas sendo puxada para trás pelos guardas que seguravam suas correntes.

Elara se debatia, os olhos cheios de lágrimas enquanto olhava para a irmã mais velha. — Safira, por favor! Não deixe que me levem! Eu… eu estou com medo! — A voz dela era um sussurro desesperado.

Hadrian, observando a cena com um sorriso impiedoso, deu um passo à frente e fez sinal para que os guardas pausassem por um momento. Ele se aproximou de Safira e falou em um tom calmo, mas com uma firmeza que a fazia estremecer.

— Safira, sua irmã ficará bem… contanto que você obedeça. Não pretendo feri-la, mas ela será levada para um lugar seguro, longe de você. — Ele olhou para Elara e acrescentou, de forma quase casual. — Meu irmão, Damon, cuidará dela pessoalmente.

Safira o encarou, os olhos brilhando com ódio e desespero. — Se machucarem ela, seu Demônio… — sibilou, a voz carregada de uma promessa silenciosa de vingança.

Hadrian soltou uma risada fria. — Sua lealdade é admirável, Safira, mas precisa entender que não está mais no controle. Não preciso machucar Elara; basta saber que ela está longe de você. Assim, tenho sua obediência — ele disse, deixando claro o quão fácil seria manipular a situação para manter Safira submissa.

Elara tentou se aproximar mais uma vez, e sua voz vacilou. — Por favor, irmã, só… faça o que ele diz. Eu… estarei esperando. — E, antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, foi puxada para longe, as lágrimas escorrendo pelo rosto.

Safira assistiu enquanto a irmã era levada pelos guardas, o coração despedaçado. Ela sentiu um vazio profundo ao vê-la desaparecer pela entrada da fortaleza. Agora, estava sozinha, e apenas Hadrian restava diante dela.

O Alfa observava a expressão devastada de Safira, e um leve sorriso frio surgiu em seu rosto. Ele se aproximou lentamente e, sem dizer uma palavra, agarrou-a pelo braço, puxando-a para dentro do castelo. Safira se debateu, mas ele a segurou com firmeza, a expressão dele permanecendo impassível.

Quando chegaram a um salão de pedra escura e fria, Hadrian a empurrou no chão. Diante dela, havia um balde de água e uma esponja velha. Ele a observou por um instante antes de falar, com a voz baixa e ameaçadora.

— Vamos começar com o básico, Safira. Você quer lutar, eu entendo. Mas aqui, você não é ninguém. E cada vez que você resistir, sua irmã pagará o preço. — Ele cruzou os braços e fez um gesto em direção ao chão. — Hoje, você vai aprender a lição mais simples: obediência. Esse chão não vai se limpar sozinho.

Safira ergueu o olhar para ele, a humilhação ardendo em seus olhos. — Você pode me forçar a fazer isso, mas jamais vai quebrar minha alma. Os Sköll não se curvam.

Hadrian a fitou com desprezo. — A resistência só vai tornar as coisas mais difíceis para você. Vamos ver quanto tempo essa “força” dos Sköll vai durar quando cada pedaço de dignidade for tirado de você. Agora, comece. — Ele deu um passo para trás, observando, enquanto Safira, relutantemente, começava a esfregar o chão com a esponja.

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Após deixar Safira com sua nova tarefa, Hadrian seguiu para uma sala de reuniões onde seus betas aguardavam, discutindo questões da matilha. Eles se levantaram em respeito quando ele entrou, e Hadrian fez sinal para que se sentassem, a expressão impassível.

— Temos questões a resolver — disse um de seus betas, Aric, o primeiro a falar. — Alguns clãs do leste estão questionando nossa liderança após tomarmos o território dos Sköll. Eles argumentam que o ato foi desnecessariamente provocador.

Hadrian soltou uma risada seca. — Que questionem à vontade. Eles estão longe de representar uma ameaça para nós, mas mantenha vigilância na fronteira leste. Quero que reforcem as patrulhas. E, se qualquer um dos clãs resolver ousar algo, faremos o mesmo com eles que fizemos com os Sköll.

Outro beta, Marrok, acrescentou: — Os suprimentos da fortaleza estão baixos. A última colheita foi menor do que o esperado, e o inverno será rigoroso.

Hadrian assentiu, ponderando. — Façam trocas com os clãs do sul. Eles tiveram boas colheitas e devem estar dispostos a negociar. Mas que o façam com condições favoráveis a nós.

Um terceiro beta, Lennox, um lobo experiente, questionou: — E quanto aos lobos sobreviventes dos Sköll? Há rumores de que alguns lobos ainda estão escondidos nos arredores. Devemos caçá-los?

Hadrian sorriu com frieza. — Não. Deixem que vivam, espalhando rumores e medo entre os clãs. A visão de Safira como prisioneira é o suficiente para que pensem duas vezes antes de desafiar nosso poder.

A reunião prosseguiu, com Hadrian dando ordens precisas e estrategicamente calculadas. Embora fosse cruel e implacável, sua inteligência e frieza tornavam-se essenciais para a sobrevivência e prosperidade da matilha. E, no fim, sua lealdade aos seus e sua determinação para proteger seu território eram inquestionáveis, ainda que métodos sombrios fossem necessários para garantir seu domínio.

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