Hadrian sorriu com crueldade e deu um passo ainda mais perto, os olhos ardendo com um ódio contido.
— Oh, não vou matar você, Safira. Você não merece o alívio da morte. Sua punição será muito mais amarga. Eu vou tirar tudo o que restou de sua alma, até que se torne uma sombra do que já foi.
Ele se voltou para os guardas, que seguravam as correntes e se aproximaram dela novamente, desta vez com cuidado redobrado, sabendo o quão perigosa Safira ainda era.
— A partir de hoje, você será minha prisioneira pessoal, minha serva. Vou te manter viva, mas apenas para que você veja, dia após dia, a ruína dos Sköll. Todos saberão que a última filha de Kael viveu como escrava, submissa ao meu domínio. — Ele sorriu friamente. — Um destino pior que a morte, não acha?
O coração de Safira bateu forte de raiva e desespero. Ela cerrou os punhos, mas as correntes a seguravam com força. Elara gritou, tentando se libertar para correr em direção à irmã, mas os guardas a seguraram.
— Não! Por favor, poupe-a! Ela já sofreu o suficiente! — Elara implorou, as lágrimas caindo pelo rosto.
Hadrian apenas riu, como se a súplica fosse um toque a mais em sua vitória.
— Safira, amanhã ao nascer do sol, você será levada à minha fortaleza. Lá, começaremos seu “recomeço”. E não se preocupe, Elara… não pretendo matá-la também. Vou mantê-la viva, assim terá o prazer de assistir sua irmã perder o orgulho, pedaço por pedaço.
Safira o encarou com um olhar de puro ódio, mas havia uma dor profunda ali também. Ela não podia acreditar que ele a deixaria viver apenas para humilhá-la. A morte teria sido um alívio honrado, mas o que Hadrian propunha era uma tortura lenta, que dilaceraria sua alma dia após dia.
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Na manhã seguinte, como prometido, Safira foi retirada de sua cela. Sob o olhar gélido de Hadrian e de sua matilha, ela foi acorrentada e levada até a fortaleza inimiga. A cada passo, o peso da derrota se abatia sobre ela, mas Safira mantinha a cabeça erguida, recusando-se a demonstrar a dor que sentia.
Ao chegarem, Hadrian a conduziu até uma cela fria, onde os guardas a prenderam a correntes curtas, que a impediam de se mover livremente. Ele olhou para ela com um sorriso satisfeito.
— Aqui você ficará, Safira, até que eu decida o que faremos com você a cada dia. E farei questão de lembrar sempre que você é apenas uma sobrevivente dos Sköll, vivendo debaixo dos meus pés.
Safira sentiu as palavras como facadas, mas respondeu com desprezo.
— Pode me prender, Demônio, mas nunca vai apagar a minha linhagem. Os Sköll são mais fortes do que você jamais será. Lembre-se disso, pois, um dia, alguém virá para cobrar essa dívida.
Hadrian riu, ignorando a ameaça com desdém e se retirou.
Depois de sair da cela da jovem Sköll, o Alfa caminhou pelo corredor de pedra da fortaleza com uma expressão que poucos reconheciam. Seus olhos duros e seu semblante implacável relaxaram um pouco à medida que se aproximava da ala interna da fortaleza, onde sua família e sua matilha aguardavam.
No salão principal, o ambiente era acolhedor e até caloroso. A matriarca, Laena, uma mulher de olhar penetrante e presença firme, sorriu ao vê-lo, os olhos brilhando com orgulho e carinho. Ao seu lado, o pai, Jhon, mantinha uma postura de força silenciosa. Ambos eram figuras de respeito, e Hadrian, embora fosse o Alfa, demonstrava sempre deferência e respeito a eles.
O Alfa cumprimentou-os com uma inclinação de cabeça. — Pai, mãe, como passaram o dia? — perguntou, a voz surpreendentemente suave em contraste com o tom gélido que usara com Safira momentos antes.
— Muito bem, meu filho, muito bem — respondeu seu Jhon. — Mas ouvimos que trouxe uma prisioneira… Isso é verdade? — Sua voz era grave, mas não de reprovação. Apenas curiosidade e talvez uma leve preocupação.
— Sim, uma prisioneira dos Sköll, os últimos lobos vermelhos — explicou ele. — Um símbolo de nossa vitória. A filha de Kael e sua irmã mais nova. Elas… eram valiosas demais para um fim rápido.
Ao ouvir isso, seus irmãos entraram na conversa. O mais novo, Damon, observou Hadrian com olhos curiosos.
— Você quer dizer que a mantém como uma lembrança? — perguntou Damon, com uma expressão questionadora.
Hadrian sorriu ligeiramente e pôs a mão sobre o ombro do irmão.
— Não exatamente. Vou usá-la como exemplo. Ela servirá para fortalecer nossa matilha e, ao mesmo tempo, mostrar que ninguém ousa desafiar os Drakes e sai ileso. Mas, não se preocupem — acrescentou ele, ao ver a leve inquietação nos olhos da mãe. — A fortaleza está segura, e ela não poderá ameaçar ninguém.
A irmã mais velha de Hadrian, Valéria, uma guerreira respeitada na matilha, sorriu em resposta. — Isso soa como você, irmão. Sempre cuidadoso, mas nunca deixando uma oportunidade de lado. Acredito que será um trunfo ter os últimos Sköll em nosso poder.
Hadrian assentiu, e por um breve momento, sua expressão suavizou ainda mais. Ele sabia que para sua matilha e para sua família ele era um líder feroz e confiável, mas sempre voltado para protegê-los acima de tudo.
— É verdade, Valeria. E sempre farei o que for necessário por vocês e por nossa linhagem.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Tania Maria
poxa matou a família dela não vou torcer pra ficarem juntos ela viu ele matando seu pai e irmão
2025-03-26
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sandra helena barbosa
Por enquanto não consigo ter nenhuma simpatia por esse alfa 😤😤😤😤
2025-02-05
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Graci Santana Alves
Muito boa a história, parabéns autora.
2025-01-11
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