O dia estava quente, e o céu tinha aquele tom claro e límpido que parecia impossível de alcançar. Eu não sabia exatamente para onde Zion pretendia me levar, mas a ideia de sair do quarto – mesmo que fosse sob suas condições – me dava uma sensação estranha de liberdade.
Ele estava parado perto da porta, esperando. Trajava sua habitual combinação de preto impecável, a camisa ajustada revelando mais do que escondendo, enquanto seus olhos analisavam cada movimento meu.
— Venha aqui — ele disse, a voz calma, mas com uma firmeza que nunca me dava opção de questionar.
Me aproximei devagar, o coração acelerando. Era impossível ignorar a caixa preta que ele segurava nas mãos, pequena, porém pesada com a promessa de algo definitivo.
—Quero que use isso hoje — ele declarou, abrindo a caixa para revelar uma coleira de couro preto, com detalhes prateados brilhantes. No centro, uma placa discreta exibia o nome dele gravado com letras elegantes: *Zion*.
Minha garganta secou. Eu sabia o que aquilo significava. Não era apenas um acessório; era um símbolo, um lembrete de que minha liberdade agora vinha com um preço.
—Você hesita? — Ele ergueu uma sobrancelha, o olhar penetrante. — Achei que já tivesse aceitado o que somos, quem você é comigo."
— Eu... — Engoli em seco, tentando organizar meus pensamentos. —Não é hesitação, Zion. É... o que isso significa para o mundo lá fora?
Ele sorriu, um sorriso afiado, quase predador. Significa exatamente o que você já sabe: você me pertence. E eu quero que todos vejam isso.
Ele deu um passo em minha direção, inclinando-se para prender a coleira em volta do meu pescoço. Seus dedos eram firmes, mas o cuidado estava lá, escondido em cada movimento. Quando o fecho clicou, senti o peso do couro contra minha pele – um peso que era tão físico quanto simbólico.
Ele segurou meu queixo, levantando meu rosto para que nossos olhares se encontrassem. —Ficou perfeita em você — , ele murmurou, com uma satisfação evidente. —Agora, está pronta.
Minhas mãos tocaram a coleira instintivamente, os dedos roçando o nome dele. Eu deveria sentir vergonha, talvez revolta, mas tudo o que senti foi um misto de submissão e uma estranha excitação.
Ele me puxou pela mão, guiando-me para fora do quarto. Enquanto descíamos as escadas e atravessávamos o saguão, o som dos nossos passos ecoava como uma melodia calculada. Eu não sabia o que esperar ao cruzar aquelas portas, mas a presença dele ao meu lado me fazia esquecer do resto.
Na calçada, ele tirou da jaqueta uma fina corrente de metal, prendendo-a à coleira. Não houve perguntas, apenas um olhar que dizia tudo: — confie em mim.
Começamos a andar. Cada passo era uma mistura de constrangimento e desafio, mas o mundo parecia encolher ao meu redor, deixando espaço apenas para ele. Pessoas olhavam, algumas sussurravam, mas Zion não parecia se importar. Ele caminhava com uma confiança que dominava tudo ao seu redor, e eu não tinha escolha a não ser segui-lo.
Depois de alguns minutos, paramos em frente a uma vitrine. Ele soltou a corrente, mas seus olhos ficaram fixos em mim, como se o metal entre nós fosse desnecessário.
— Está aprendendo a usar isso bem, ele disse, o tom mais suave agora. — Mas lembre-se: o que importa não é o que eles pensam. É o que você sente. E o que eu decido.
Eu queria responder, mas as palavras não vieram. Apenas assenti, sentindo que, de alguma forma, essa caminhada era mais do que um simples passeio. Era uma afirmação silenciosa do controle que ele tinha sobre mim – e do que eu estava começando a aceitar sobre nós dois.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 72
Comments
Zenadi Andre
eu acho que ele e muito abusado mulher e para ser respeitada e amada não tratada igual um animal
2025-03-01
0
Drii Cargerani
estou gostando ,mais achei pesada a parte da coleira na frente das pessoas
2025-02-23
0
Maria Lacerda
af isso é horrível... misericórdia quanta humilhação
2025-03-06
0