Quando voltei para o quarto eu não conseguia parar de pensar no que Anneth me falou na sala. Ela parecia saber o que estava falando e claro que ela saberia, deveria ser uma das escravas de Zion por bastante tempo ou tempo o suficiente para saber disso.
Ela não veio mais atrás de mim naquele dia, ela foi atrás de Zion, em busca de um bom momento talvez em seu escritório.
E eu fiquei deprimida pensando nas coisas que aqueles dois poderiam estar fazendo. Me enrolei no lençol e cobri minha cabeça, buscando conforto em minha cama.
Poucos minutos depois a porta do meu quarto abre e Zion levanta minha coberta rapidamente.
— Não vai mesmo me falar o que ela falou pra você. Desde a hora que ela se foi que você está dentro desse quarto.
— Ela não me disse nada demais, senhor... Somente o que eu já sabia.
Zion franze a testa, seu olhar intenso.
"Não minta para mim", diz, voz baixa e ameaçadora. "Eu sei que Aneth tem uma língua afiada. O que ela disse?"
Eu hesito, sentindo um arrepio de medo.
"Por favor, senhor... não quero problemas", suplico.
Zion dá um passo para perto de mim, seu rosto próximo ao meu.
"Problemas?", repete. "Você é minha propriedade. Não tenho paciência para jogos."
Seu hálito quente roça meu ouvido.
"Fale", ordena.
Eu engulo em seco, sentindo o medo crescer.
"Ela disse que... que você tem muitas escravas", murmuro. "E que eu não sou especial."
Zion sorri, seu olhar glacial.
"Isso é verdade", diz. "Mas você é diferente. Você me interessa."
Ele se aproxima mais, seu corpo pressionando contra o meu.
— Aneth queria te fazer duvidar de mim— continua. — Mas você não deve acreditar nela. Eu sou o único que pode te dar o que você precisa."
Seu beijo é intenso e possessivo, deixando-me sem fôlego.
— Você é minha — sussurra. —E ninguém vai tirá-la de mim. Se fugir vou atrás de você, se correr te amarro na cama, no quarto, no teto, onde eu achar necessário.
— Não desejo fugir, senhor. — eu respondo. — esse mundo é grande demais, e cruel demais para mim. E não há nada para mim lá fora além de um enorme vazio e tristeza, o senhor cuida de mim e eu não tenho do que reclamar. — na verdade desejo reclamar, mas não posso expor meu ciúmes de forma tão desnecessária
Zion se afasta por um instante, analisando meu rosto com aquele olhar que parece atravessar minha alma.
— Boa menina, — ele diz, passando os dedos pelo meu rosto, quase como uma carícia, mas com algo de possessivo em seu gesto. — Você sabe o seu lugar. Mas, lembre-se, mesmo que você me diga o que eu quero ouvir, eu sempre saberei a verdade.
Ele se vira e caminha em direção à porta, mas antes de sair, para e lança um último olhar por cima do ombro.
— Não se deixe envenenar por Anneth. Ela não é confiável. E se eu descobrir que você está tramando algo com ela… — Ele não termina a frase. Não precisa. Seu olhar diz tudo.
A porta se fecha atrás dele, deixando-me sozinha no quarto. Minha cabeça está uma confusão. Anneth parecia tão sincera, tão segura do que dizia. E, ao mesmo tempo, Zion... Zion tem esse poder sobre mim que me faz questionar tudo.
Passo os dedos pelo lençol, tentando acalmar minha mente. Mas a verdade é que não confio em nenhum dos dois. Anneth parece saber mais do que deveria, e Zion... bem, ele é Zion. Controlador, intenso e... perigoso.
Levanto-me da cama e vou até a janela. Lá fora, a escuridão da noite é quase reconfortante. O mundo realmente é cruel e vazio, como eu disse a ele. Mas há algo que Anneth disse que não consigo tirar da cabeça.
*"Você não é especial."*
Talvez ela tenha razão. Talvez eu seja só mais uma em um jogo que Zion controla com maestria. Mas, se for assim, por que ele insiste tanto em mim? Por que ele parece tão obcecado?
Minhas reflexões são interrompidas por uma batida suave na porta. Meu coração acelera. Zion não bateria, ele simplesmente entraria.
— Quem é? — pergunto, tentando manter a voz firme.
— Sou eu, Anneth, — diz uma voz baixa e urgente do outro lado. — Preciso falar com você. É importante.
Hesito. Se Zion souber que estou falando com ela, as consequências podem ser graves. Mas a curiosidade é mais forte. Caminho até a porta e a abro uma fresta. Anneth está ali, os olhos varrendo o corredor antes de se fixarem em mim.
— Posso entrar? — ela pede.
— Zion disse que você não é confiável, — respondo, mas sem fechar a porta.
Ela dá um sorriso triste.
— E você confia nele? — retruca.
Essa pergunta fica pendurada no ar como uma lâmina. Por fim, abro a porta e deixo que ela entre.
— Fale rápido, — digo. — Antes que ele volte.
Anneth entra e se senta na ponta da minha cama, os olhos fixos nos meus.
— Você precisa entender algo sobre Zion, — ela começa. — Ele não ama ninguém. Ele é incapaz de amar. O que ele sente por você, ou por qualquer uma de nós, não é amor. É obsessão. Controle. Ele só quer o poder de dizer que você é dele.
— Isso não é verdade, — digo automaticamente, mas minha voz soa fraca, como se eu mesma não acreditasse.
— É verdade, sim, — Anneth insiste. — E quanto mais cedo você perceber isso, mais cedo poderá se libertar.
— Libertar? — pergunto, quase rindo. — Para onde eu iria? Para quê? Não há nada lá fora para mim.
Anneth se inclina para frente, sua expressão séria.
— Há mais do que você imagina, — diz ela. — Mas você nunca vai descobrir se continuar aqui, sendo apenas mais uma peça no jogo dele.
Seus olhos brilham com algo que parece ser... esperança? Ou talvez um plano.
— Você não precisa decidir agora, — ela diz, levantando-se. — Mas, quando estiver pronta, me procure. Há uma saída.
Antes que eu possa responder, ela já está na porta, pronta para sair.
— Anneth, — chamo, minha voz quase um sussurro.
Ela se vira.
— Por que você está fazendo isso?
Ela sorri novamente, um sorriso melancólico.
— Porque você não nasceu pra esa vida como eu nasci. Você não nasceu pra ser daquele homem, nenhuma nasceu.
— E você?
— Ele é meu muito antes de eu ser dele.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Rayla Maura
A outra doida pra tirar Sienna da jogada
2025-02-16
2
Katia Lannes
o que será que essa cobra da aneeth vai aprontar?
2025-01-02
0
daddi
lá. aí a iludida fazer merda
2025-01-30
0