...— Edson Ambery — ...
Acordo pela manhã, vou direto fazer a minha higiene matinal, me troco e antes de ir na clínica, passo na casa da Amélia para tomar café da manhã. Tem coisas que nunca podem mudar e esse hábito será para sempre.
— Edson, preciso falar com você. — Amélia me chama. Dou um abraço nela e vamos juntos até a sala de jantar. — Ontem eu vi a Suellen, e estou achando que ela tem problemas com bebida. É a segunda vez que a vejo e ela estava bebendo.
— Pode ser que ela beba apenas para relaxar. Mas, o que você foi fazer na casa dela? — Finjo que eu não sei de nada.
— Eu não disse que fui a casa dela. Como sabe que eu fui lá?
— Você falou.
— Não, eu falei que a vi, não disse que fui na casa dela. Tem alguma coisa para me falar, maninho?
— Não, não tenho nada. — Parece que o café da manhã vai ter que ser na lanchonete, oh irmãzinha chata essa. — Tenho que ir, estou atrasado. — Dou um beijo na sua testa e me viro para ir embora.
— Edson, não fuja de mim, porque eu vou descobrir. — Só se a Suellen abrir a boca, porque eu mesmo não vou contar nada.
Entro no meu carro e sigo para a primeira lanchonete que encontro. Tomo um café com pão com requeijão na chapa, e assim que termino, sigo até a clínica. Ao chegar, peço para falar com o médico responsável pela clínica, e sou conduzido até ele.
— Bom dia, em que posso ajudar?
— Quero falar com a Silvany Rivera.
— Sinto muito, ela não tem permissão para receber visitas, apenas a sobrinha dela.
— Estou investigando um caso onde ela pode ser a culpada. É melhor o senhor colaborar antes que eu vá atrás de um mandado para prender ela, e talvez você, porque posso colocar na acusação que você está encobrindo uma criminosa. — Minto, me aproximando mais dele, que não cede nada fácil.
— Sinto muito, senhor, mas aqui é uma clínica de tratamento de pessoas com HIV. Se o senhor quiser, pode chamar até mesmo o exército, mas somente pessoas autorizadas podem entrar. Posso ligar para a sobrinha dela, se o senhor quiser, e se ela liberar, por mim não tem problema. Só vou precisar do seu nome.
— Edson. — Clínica de HIV? Será que a Suellen está com essa doença, e por isso se sente suja? E por isso não quis nada comigo? Concordo com a cabeça para que ele ligue para ela. Minha cabeça agora está tão confusa, que parece que vai explodir.
— Ela disse que não libera a sua entrada e...
— E? — pergunto fazendo cara de desentendido.
— E disse para o senhor cuidar da sua vida e ir embora, pois não vai conseguir tirar nada da tia dela e desligou na minha cara.
— Essa clínica é legalizada? — Ele concorda com a cabeça. — Sou um homem muito importante na sociedade, e quero conversar com ela. Se você recusar a minha entrada, vou pensar que está escondendo algo. Posso mandar investigar a sua vida, ver se não está subornando as famílias dos pacientes e muito mais.
— Está me ameaçando?
— Não, isso não é uma ameaça, é uma advertência. Se eu sair por aquela porta sem falar com ela, pode ter certeza que a sua vida vai virar de cabeça para baixo, e você vai me implorar para eu parar e vai mandar falar com ela. O que escolhe, agora ou depois?
— Você tem 10 minutos, e nada mais. Ela está no jardim, com um vestido vermelho. — Sorrio, pois se ele aceitou é que está devendo algo. Vou pegar o nome dele e fazer uma denúncia anônima.
Ele aponta para a porta e eu entro. Vou procurando por ela até que a encontro sentada no gramado, com uma pedra na mão, batendo no chão. Quando eu me aproximo, vejo que ela está matando algumas formigas e resmungando.
— Bom dia, Silvany. — Ela ergue a cabeça para me olhar e parece confusa.
— Quem é você?
— Eu? — Me sento ao seu lado, e ela fica me olhando. — Sou um antigo cliente da sua sobrinha, Nina.
— Não é, eu te conheceria. Todos os homens que ela teve caso, fui eu quem escolhi. E se você tivesse sido um deles, não seria tão jovem hoje.
— Então você obrigou ela a se prostituir? — Sinto o meu sangue ferver, essa confissão dela já disse tudo.
— O que você tem a ver com isso? — Ela larga a pedra e se levanta, e eu me levanto junto. Ela tenta passar, mas eu barro para que ela não se vá. — Saia da minha frente.
— Por que fez isso com ela?
— Eu sempre fui garota de programa. O meu irmão morreu junto com a esposa dele, eu fui intimada por um oficial de justiça para ficar com ela. Como você acha que eu ia fazer para sustentar duas bocas? Se eu podia, ela também podia.
— O que você fez para ela terminar o noivado que ela tinha? — Pergunto entre os dentes, pois agora sei que ela foi a culpada pela nossa separação.
— Isso não é da sua conta, quem é você? — Me aproximo mais e juro que se ela fosse um homem, eu não ia parar de esmurrar ela até esmagar todo o seu rosto.
— Edson. — Ouço a voz da Suellen de longe e me viro para olhar. Ela vem se aproximando bem furiosa. — O que está fazendo aqui? Eu mandei você ir embora.
— Edson? Então esse era o seu noivo? Se tivesse me falado que era você, teríamos tido outro tipo de conversa.
Não consigo parar de olhar para a Suellen. Posso ouvir tudo ao redor, mas os meus olhos não saem dela. Ela se aproxima, mas pega no braço da tia dela, e vão embora. Agora eu só preciso saber o que ela fez para Suellen se afastar de mim, mas estou satisfeito por saber que ela foi obrigada a fazer tudo que fez, e não por vontade própria.
Saio da clínica, mas não vou embora. Eu preciso conversar com ela. Somente a Suellen vai poder me contar agora por que não me contou tudo ao invés de ter terminado comigo.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Simone Ferreira
Suellen tinha que falar logo a verdade pra ele,e acabar com tudo isso. Agora se Edson vai perdoar ela ou não, não é problema dela.
2025-02-17
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Ivanilde T. Serra
Alguma ameaça essa bruxa fez com ela.
2025-01-17
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Maria Das Dores
Meu adeus suspense mas mesmo Ela cubranfo acredito q tenhaa alguns obstáculos aí da pra superar
2024-11-24
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