...— Suellen —...
Entro no táxi segurando o choro. Eu não vou chorar, não vou. Eu poderia imaginar tudo nessa vida, menos que aquele dois eram irmãos. Nunca soube que o Edson tinha uma irmã, como poderia?
Droga! Eu nem sei o que pensar. Agora ele vai me achar uma stalk, vai pensar que eu estou perseguindo ele. Merda, porque tudo tem que ser assim, porque tudo agora me leva até ele?
— Chegamos, moça. — O taxista para e eu olho para fora vendo a minha casa. Tiro o dinheiro da bolsa, pago ele e entro em casa.
Me esparramo no sofá, e olho para o teto bufando. Meu celular começa a tocar, e quando eu olho na tela, é a Amélia. Reviro os olhos e tiro o som do celular. Não vou atender, não quero ter ela como amiga, ainda mais agora que soube quem ela é.
O pior de tudo é que não dá nem para sair para tomar uma, ainda está de dia e tem muita gente na rua, e eu não quero passar vergonha uma hora dessa. Mas posso beber em casa, isso eu posso.
Me levanto e vou até o bar que fica do do outro lado da rua, pego uma garrafa, pago e volto para minha casa. Pego uma taça e faço minha bebida preferida. Me sento no sofá, coloco uma música, e dou o primeiro gole. Meu celular volta a tocar, e quando eu olho na tela é a Amélia.
— Alô? — Resolvo atender antes que ela venha aqui na minha casa de novo.
— Oi, porque não quer me atender?
— Porque não deu, aconteceu alguma coisa?
— Me diga você, Suellen, saiu daqui sem falar nada, o que aconteceu? O que o Edson fez pra você?
— Ele não me fez nada, ele é um poço de amor. — Falo irônica e começo a rir, pois ele era um amor, agora tá um poço de ódio.
— Eu sei que aconteceu alguma coisa entre vocês dois. Eu só quero entender o que foi que ele fez com você. Me conta, eu quero ser sua amiga.
— Olha, Amélia, eu já disse, não aconteceu nada. Eu nem vi o Edson, só vim embora porque sabia que você não ia me deixar ir. E eu te falei, eu ia almoçar e depois ia ir embora, porque não gosto de estar na casa de ninguém.
— Tá bom, Suellen, você não quer me falar igual ele, mas saiba que quando eu quero uma coisa, eu consigo. Hoje eu vou passar aí antes de ir pra universidade.
— Eu não vou estar em casa.
— Você não sabe a hora que eu vou. E eu já conheço essa desculpa. Até daqui a pouco.
— Amélia, não venha... Amélia? Droga! — Ela desligou e agora vou ter que aguentar ela aqui de novo.
Viro mais um gole, e outro, e outro, perdendo até a noção do tempo. Minha cabeça fica leve, eu esqueço tudo: quem eu sou, quem eu fui, esqueço da merda que eu fiz na minha vida. Por isso eu bebo, são momentos que me deixam fora de mim, e eu posso imaginar que eu sou outra pessoa.
Aumento um pouco mais o volume da música e começo a dançar, esquecendo até mesmo que estou com um braço quebrado. Na troca de música, ouço a campainha tocando. Abaixo o som para ter certeza, e ela toca novamente.
Cambaleando, vou até a porta e abro, e lá está ele. Quanto mais eu fujo, mais ele quer me ver. Tá certo isso?
— Quero falar com você. — Desço os dois degraus rindo, e abro o portão.
— Entra. — Ofereço levantando a mão, e ele entra sem cerimônia. Ainda estou em mim, ainda não perdi a noção das coisas e sei que não deveria ter mandado ele entrar, pois sei que veio só para me ofender. — O que quer falar? — pergunto fechando a porta.
Ele passa a mão no rosto, parecendo estar nervoso.
— Eu não entendo uma coisa, você dizia que me amava, porque me largou? Dinheiro era mais importante para você do que o nosso amor? — Ele também está visivelmente bêbado.
— Não, mas foi por amor que eu te deixei. — Ele estende a mão e depois passa no rosto novamente. Começa a rir e se afasta indo para a sala. Ele pega a minha garrafa de gin, coloca no copo e bebe.
— Eu, por amor, teria feito tudo por você. Se estava sobre chantagem da sua tia, eu poderia ter te ajudado.
— Não poderia, Edson, você não podia me ajudar em nada, e quando eu falo que foi o melhor para nós dois a separação, eu não estou mentindo.
— Porque você não estava satisfeita comigo? Eu não estava te fodendo do jeito certo? Eu era inexperiente como você, ou esqueceu que perdemos juntos a virgindade? Eu... Eu pesquisei sobre a sua vida, eu sei que você começou a se vender para os caras desde quando ainda estávamos juntos. E sei que foi trabalhar numa casa de prostituição, ou é mentira, Nina?
Nina, a tanto tempo não escuto esse nome, graças a Deus. Pois depois que tomei posse da minha vida, voltei com o meu nome verdadeiro, o que os meus pais me deram. Fecho os meus olhos e solto o ar.
— Vai embora, Edson, não precisa vir na minha casa apenas para me ofender. Você já não me ama mais, então, porque está aqui?
Ele se aproxima de mim, e eu vou dando passos para trás até encostar as minhas costas na parede. Ele passa o dedo no meu rosto, e eu fecho os meus olhos.
— Eu não sei, não sei porque eu vim aqui. Acho que é porque eu quero entender o porquê. Será que agora você pode me contar a verdade? Porque me trocou, porque jogou tudo que tínhamos fora, só para ter dinheiro?
— Não, não foi por isso. Mas eu não vou te contar agora, porque você está bêbado. E eu estou bêbada e não acho que essa conversa tenha que ser assim.
— Você quer mais tempo para inventar uma história? Mentir de novo? Talvez seja melhor você ir embora de uma vez por todas.
— Estou na minha casa, é você quem tem que ir embora. — Ele firma o olhar nos meus como se não quisesse falar tudo que falou.
— Merda! — Ele resmunga e me puxa pela nuca, grudando os nossos lábios.
Sua boca se abre junto com a minha, nossas línguas se encontram e isso me faz voltar ao passando, onde éramos apenas dois adolescentes. Ele me pega no colo e eu entrelaço minhas pernas em dia cintura, e ele vai andando comigo até o sofá, se sentando comigo em seu colo...
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Fafa
Já até imagino o flagra que a Amélia vai dar nos dois 🤭🤭🤭. Aí já era, a verdade será a única saída 😁😉
2025-01-19
1
Ivanilde T. Serra
kkkklkkkkk vai te perseguir até você contar a verdade
2025-01-17
0
Andréa Karlla Silva Farias
Sabe de nada inocente kkkkkk
2024-11-09
2