...— Suellen Rivera —...
— Por decisão unânime, o Senhor Leone Bravary é inocente das acusações. O júri entendeu que ele agiu em legítima defesa dos filhos, por tanto, eu o declaro inocente. — Edson bate o martelo e eu olho para o Leone que sorri para mim em agradecimento.
— Vou poder pegar os meus filhos de volta?
— Claro que sim, eu mesmo vou te levar até eles. — Ele me dá um abraço e eu retribuo. Ele se senta novamente e eu olho para o Edson que mexe na gola da toga dele, como se estivesse ficado incomodado com algo.
— Parabéns, doutora, acabou de colocar um assassino na rua. — Uma mulher que estava do lado da acusação fala comigo. Olho para ela sorrindo. — Mas sabe porque você fez isso? Porque não foi ninguém da sua família. Se fosse, duvido que você teria defendido ele.
— Você é quem mesmo?
— Sou a mãe da verdadeira vítima, mãe da mulher que ele matou...
— Então porque você não ensinou a sua filha como cuidar dos filhos? Porque não ensinou que usar drogas é um caminho sem volta, que faz a pessoa perder...
— Isso foi o que ele disse, mas como ter certeza que foi o que aconteceu?
— Porque ele não era a única testemunha naquela casa. Você ouviu seu neto falando, e se você não acredita neles, o problema é seu, e não merece ser chamada de vó.
— Ora, sua abusada. — Ela levanta a mão, já mirando o meu rosto. Mas agora não é tão fácil alguém conseguir me bater. Seguro a sua mão no ar e aperto com força, fazendo ela se contorcer de dor. — Me solta, sua maluca...
— É, eu sou maluca, mas não sou saco de pancada de ninguém. Vai procurar outro para descontar suas frustrações. Sua filha era uma assassina, tentou matar os filhos, e se não aceita isso... — Me aproximo do ouvido dela para que só ela ouça. — Føda-se.
A solto e ela esfrega o punho. Ela olha para todos ao redor e eu permaneço olhando para ela. Já apanhei muito na minha vida, mas agora sou eu quem bato. Pego os papéis e coloco dentro da bolsa. Não olho para frente, pois tenho quase certeza que o Edson está me olhando. Chamo o Leone e saímos do tribunal.
— Você foi demais lá dentro. A mãe dela sempre me falou que eu deveria deixar a filha dela livre, para fazer o que quisesse, pois se não ela surtava. Esse foi um dos motivos de eu nunca ter me metido sobre ela usar drogas.
— Ela só queria culpar alguém, mas não liga, um dia a ficha dela vai cair... Ou não, pouco me importa. Entra no carro, vamos buscar seus filhos no abrigo.
Ele entra e assim que eu ligo o carro, vejo o Edson parado na porta principal do tribunal de justiça. Solto um suspiro e sigo para o abrigo. Alguns minutos depois, chegamos. Toco a campainha, e a assistente social aparece.
Enquanto eu vou mostrando os documentos de soltura do Leone, ele fica olhando pela janela e sorrindo. Certeza que encontrou os filhos. Ela me faz assinar alguns papéis e outros o Leone assina.
Em seguida, ela manda uma mulher chamar as crianças, e quando elas veem o pai, elas vêm correndo até ele e o abraçam. Essa é a melhor parte de quando um caso termina. Ver que o inocente foi liberado e pode continuar a vida com a sua família. Como ele não tem como voltar para casa, eu dou carona para eles até a sua casa.
— Muito obrigado mesmo, doutora. Eu nunca ia conseguir sair se não fosse você. Vou te mandar um dinheiro assim que eu conseguir um emprego.
— Não precisa, você entrou no meu abono. De vez em quando eu faço isso. Quero agora que você continue cuidando e protegendo seus filhos de todos que tentarem lhes fazer mal. Tenha um excelente dia, senhor Bravary.
Ele sorri e me agradece mais uma vez. Os três saem do meu carro e entram em casa. Caos terminado, agora eu vou só curtir por alguns dias. Ter voltado a ver o Edson me fez lembrar do nosso passado, e eu não posso amolecer agora. Ele nunca vai me perdoar por ter falado e feito tudo aquilo para ele.
Ele nunca vai me entender, então não tem porque eu ficar sofrendo em tentar ir atrás dele para explicar. Chego na minha casa, tomo banho, me arrumo e vou a um barzinho perto da minha casa. Só quero tomar um gin com limão e gelo, para relaxar um pouco.
(...)
Depois de três doses, sinto o meu corpo leve, e minha cabeça já começa a rodar. Como eu estou sozinha, melhor eu ir para casa. Não quero ter nenhum prejuízo. Como é perto de casa, nem vi de carro já que é só atravessar a rua. O problema é que eu não olho para os lados, e nisso, sinto uma pancada forte que me fez até cair no chão.
— Meu Deus, moça, o farol estava fechado para você. — A mulher se aproxima e se abaixa na minha frente. — Me perdoa, me deixe te levar ao hospital.
— Estou bem... Ai! — Resmungo de dor no braço, e ela me ajuda a levantar.
— Não está bem não, vamos ao médico agora mesmo. — Ela me conduz até o seu carro, abre a porta e eu entro. — Como você se chama?
— Suellen Rivera. Olha, eu não sou viciada, eu só bebo de vez em quando só para relaxar depois de um dia exaustivo.
— Senti o cheiro, mas ainda sim, eu te machuquei e vou me responsabilizar. — Ela para de frente ao hospital, e desce comigo. Ela fica o tempo todo, até mesmo quando o médico coloca os ossos no lugar e eu berro de dor.
Deveria ter bebido mais, já que assim não sentiria dor nenhuma. Ela me acompanha até colocarem a tala e o gesso, já que deslocou o meu cotovelo do lugar. Recebo alta, e ela me leva para minha casa.
— Foi divertido nosso passeio, mas percebi que você não me falou seu nome, só eu que falei.
— Verdade né? Desculpa pela minha falta de educação. Me chamo Amélia, Amélia Forth.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 81
Comments
Josi Gomes
NÃO PODE BEBER EM CASA , TEM QUE SAIR E FICAR BÊBADA, NÃO APRENDE COM AS SUAS ATITUDES IRRESPONSÁVEIS
2024-12-22
0
Núbia Leite
Gosto tanto das histórias dessa autora, que leio até seus livros incompletos na confiança de que serão terminados.
2024-11-28
0
Alessandra Almeida
Tenho uma leve impressão que essa moça deve ser a irmã do Edson.
2024-12-07
2