...— Edson Ambery —...
Suas palavras fazem eu me afastar dela. Casar? Agora ela quer casar. Mas o problema é que agora quem não quer sou eu. Olho bem em seus olhos e balanço a cabeça negando. Ela dá um sorriso irônico e se apoia no meu carro. Olho para o lado e vejo um táxi passando, estendo a mão e a balanço no ar para ele parar.
— Boa noite! — ele fala parando o carro do meu lado.
— Essa... Mulher, ela está bêbada, tem que levá-la a casa dela.
— E se ela vomitar no meu carro? — Reviro os olhos, colocando ela no banco de trás.
— Eu pago a despesa. — Droga, estou a menos de uma hora com ela e ela já está me levando a quase falência.
O taxista dá de ombros e dá partida no carro. E se ele se aproveitar dela por estar bêbada? Droga, porque eu não fiquei em casa hoje? Porque eu tive que sair? Não é problema meu, mas a merda da minha consciência não vai me deixar em paz. Entro no meu carro e sigo o táxi.
Parece que a casa dela é longe, bem longe. Mas depois eu começo a perceber que o tempo percorrido foi pelo loop infinito que estamos fazendo, pois parece estar andando em círculo. Acelero e fico do lado dele para que ele encoste. Ele o faz e eu desço do meu carro.
— Ela não sabe onde é a casa dela, fala a rua mais não sabe onde é. — Balanço a cabeça negando e abro a porta de trás.
— Me dá o seu celular, Suellen.
— Para que? Vai pegar o meu número para me ligar ou vai me assaltar? Se bem que o papel de bandido não combina com você, é tão certinho. — Pego a bolsa dela sem paciência, e procuro pelo celular. Sei que estou cometendo um crime, mas eu quero ir pra minha casa, e não vou conseguir, se ela não estiver na dela.
— Coloca o endereço da sua casa nesse GPS. — Ela deixa um olho aberto e o outro fechado, e aperta o botão, que já mostra onde é a casa dela. A rua é essa, só preciso encontrar o número. — Ali é a casa dela. Quanto foi a corrida? — Pergunto para o motorista mexendo na minha carteira.
— Cinquenta dólares.
— Está doido? É só uma viagem, não é o carro, não. Eu sei que eu disse que pagava as despesas, mas ela não vomitou.
— Não, mas me fez ficar em círculo por quase uma hora. — Ele vira o taxímetro para eu ver que realmente deu cinquenta dólares e uns quebrados. — Se o senhor ia vir junto, porque não a trouxe?
Abro a boca, mas nem eu tenho resposta para isso, e não quero que ele pense que eu estou com ciúmes dela por estar no carro dele, que é um homem, porque eu não estou. Sem respondê-lo, vou até o banco de trás e abro a porta para que ela desça. Ela fica em pé sorrindo, e olha para trás.
— Ah, ali é a minha casa. — Fala e começa a rir. Ela se apoia no meu ombro e tira os dois sapatos. — Obrigada pela escolta, meritíssimo. Já pode ir para casa, ou quer entrar comigo e dormirmos juntinhos?
Cruzo os meus braços e ele revira os olhos. Ela vai caminhando para casa, balançando igual um bambu quando tem vento, mas não cai. Ela demora para conseguir abrir o portão, ou perdeu a chave, ou não encontrou. E lá vai o trouxa mais uma vez ajudar ela.
Me aproximo, pegando a sua bolsa e encontro a chave. Quando estendo para ela, ela se aproxima de mim ao ponto de me prender na parede com o seu corpo. Seus lábios novamente se aproximam dos meus, mas dessa vez eu não consigo me afastar.
— Eu sinto a sua falta todos os dias, sabia? — Olho em seus olhos vendo ela olhando para os meus lábios. Mas, quando ela se aproxima mais para me beijar, eu coloco a mão na frente.
— Entra, toma um banho e vai dormir. Não conta para ninguém sobre o que eu fiz hoje por você... Na verdade, não quero que você conte para ninguém o que tivermos um dia. Vamos ser dentro daquele tribunal o juiz e a advogada, nada mais que isso. Termine o seu caso, e nunca mais volte para lá. Você acabou com a minha vida no passado, não vai acabar agora de novo. — Digo bem sério para que ela entenda que eu não quero que ela se aproxime de mim.
— É terrível como um único acidente pôde destruir tantas vidas, não é mesmo? — Fico confuso com as suas palavras. — Eu vou entrar, vou fazer tudo que você está mandando. Nos vemos no tribunal, juiz. — Ela se afasta e dessa vez consegue abrir o portão da sua casa e entra.
Eu permaneço parado com as costas na parede, tentando entender o que foi que ela quis dizer com aquela frase: "Um único acidente pôde destruir tantas vidas".
Me recomponho, entro no meu carro e sigo para minha casa com a imagem dela bem pertinho de mim. Droga, não, eu não posso cair no encanto dela mais uma vez, não posso aceitar essa situação. Espero que ela não tenha bebido ao ponto de esquecer o que eu falei. Não quero que ninguém saiba sobre nós dois, nem mesmo a Amélia e o James.
Chego em casa, tomo um banho e me deito espalhado na cama com os braços abertos. Olhando para o teto, a imagem dela continua na minha mente. A primeira mulher da minha vida é a mesma mulher que me enganou, e é isso que a minha mente tem que entender: ela me enganou e me traiu. Não posso ficar pensando nela, tenho que botar um fim nisso de uma vez por todas.
Eu preciso de uma mulher na minha cama com urgência para voltar a esquecer ela. Nada que uma mulher depois da outra para curar as feridas que uma que não sabe o que é amor de uma pessoa, que só ama a porcaria do dinheiro.
Ela deve estar arrependida agora por eu não ser mais o pobre que ela disse que eu era, deve saber quanto um juiz ganha por mês. Malandra! Pego meu celular e ligo para o meu hacker preferido, para não ter que eu mesmo mexer na vida dela e me aprofundar demais no caso.
— Gê, quero que faça uma investigação sobre uma pessoa para mim. Só preciso saber o básico. — Tenho certeza que isso já vai ser o suficiente para eu me decepcionar com ela.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Janayna Santana
Vai nada kkkkkk vai se arrepender e vai ficar igual um cachorrinho atrás dela e vai da o mudo a ela kkkkk todo teu dinheiro
2025-02-08
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Janayna Santana
Não pera, nosso juiz é inteligente ele vai averiguar essa história a não ser que o amor deixe as pessoas burro né
2025-02-08
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Janayna Santana
Aí tem como Edson, você vom bom juiz, advogado e detetive vai averiguar isso aí cara, nesse mato te Coelho 🐇
2025-02-08
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