...— Edson Ambery —...
Vejo ela entrando no carro e grito o seu nome. Ela olha para trás e me espera com a cabeça levantada.
— O que está fazendo aqui? — Pergunto me aproximando dela.
— Trabalhando. Quando aceitei esse processo, não vi o seu nome nos papéis. Se eu soubesse que era você, não teria vindo.
— É, mas sou eu, e agora é hora de desistir ou passar para outro advogado. — Olho ao redor para ter certeza que ninguém está ouvindo essa conversa. — Eu não quero você aqui, e nem perto de mim.
— Não vou abandonar o caso, vou até o fim para provar a inocência daquele homem. Espero que a minha presença não te perturbe.
— Me perturba. Não quero voltar a olhar para você, principalmente por te ver agora e saber como foi que você se transformou em uma advogada. Deve ter dado para muitos para conseguir pagar a faculdade de ad... — Não termino de falar, apenas sinto uma dor do lado esquerdo do meu rosto pelo tapa que ela me dá.
Olho para ela com raiva, e ela não fala nada, apenas destrava o carro e entra. Ela dá partida e sai cantando pneus. Maldita, pior que eu não posso passar o caso para outro juiz, já que eu comecei. Tomara o processo demore o menos possível, para ela sumir novamente.
Entro de volta no fórum, e passo a mão no meu cabelo. Nunca tinha feito isso, acho que as manias do James acabaram passando para mim. Entro no meu gabinete e me sento na minha cadeira.
— Mulherzinha dos infernos, veio só para tirar a minha paz? Mas você não vai conseguir, eu não vou te dar essa oportunidade, você não existe mais. Droga!
Fico pensando nela, como está mais mulher, mais madura. Mas continua com o mesmo olhar de menina de antes. Apenas seu jeito mudou, de doce para azedo. Sigo para o segundo julgamento, esse já está no final, e como depois do júri decidir, bato o martelo dando o veredito final: culpado.
O problema é que faz tempo que eu não pensava nela, agora não faço outra coisa. Que droga! Tenho que dar continuidade à minha vida, não parei a anos atrás, agora que eu não posso parar mesmo.
Me levanto e vou para casa, preciso de um banho, uma roupa bonita e sair. Vou pegar a primeira mulher que aparecer na minha frente, quero ver se não tiro ela dos meus pensamentos.
(...)
Chego na balada e me sento no banquinho e peço meu uísque com gelo. Olho ao redor, procurando por uma mulher, qualquer uma que parece ser fácil, pois hoje não estou a fim de brincar de gato e rato com ninguém.
— Um gim com tônica, limão e gelo, por favor. — Viro ao ouvir a voz dela. Será que agora tudo vai se voltar contra mim?
Ela olha para mim e abaixa o olhar, como se eu não estivesse aqui. Pego o meu copo e saio de perto dela, procuro uma mesa e me sento. Fico olhando para ela que bebe o primeiro copo quase em um gole. Ela pede outro, e bebe como se fosse água.
Um homem se aproxima dela, ela olha para trás, mas não dá atenção. O cara fala algo em seu ouvido, mas ela balança a cabeça e se levanta, saindo do balcão. Essa cena não era para me incomodar, não tenho nada a ver com isso.
As horas vão se passando, e o que eu vim fazer aqui vai ficando para trás todas as vezes que ela entra no meu campo de visão. Até que ela dá tchau para o barman, e se retira da boate. Sem nem pensar, me levanto e vou atrás dela sem que ela perceba.
Ela segue até o carro, e começa a apertar o botão para que ele destrave, mas ela está tão bêbada, que ela não vê que o carro que está sendo destravado não é o mesmo que ela está de frente.
— Abre, droga, deu problema de novo? — Meio cambaleando, ela olha para baixo, se abaixa e pega uma pedra e taca no vidro. E é nessa hora que o dono verdadeiro do carro chega.
— Você tá louca? Porque quebrou o meu carro?
— Louco tá você, esse carro é meu, a menos que você roube ele de mim.
— Você está bêbada, mas nem por isso vai deixar de pagar.
— Esse carro é meu, só que o botão está quebrado, veja. — Ela aperta o botão e não acontece nada naquele carro, mas sim, a dois carros à frente.
— Parece que errou de carro, o seu está lá na frente. — Ela olha para trás, aperta o botão, e vê que é o carro dela. Sorrindo, ela vira as costas para ir embora, mas o cara segura em seu braço. — Não, não vai embora antes de me pagar.
— Me solta, eu não vou pagar nada. Pensa que eu sou milionária?
— Que se føda, se não pagar no dinheiro, vai pagar de outro jeito. — Ele puxa mais o corpo dela e ela começa a bater nele. Não era para eu me intrometer, mas o meu corpo ganha vida e anda sozinho até lá.
— Tá maluco? — Puxo ela para longe dele. — A moça não quer, você quer ir preso por abuso?
— Ela quebrou o meu carro e não tem dinheiro para pagar, então, vai pagar do meu jeito. Olha para ela, é linda e vai poder pagar com o corpinho dela.
Olho para trás e ela está sorrindo para ele com ironia. Retiro o meu celular do bolso e peço a conta bancária dele para que eu faça a transferência bancária. Depois de tudo certo, ele entra no carro e vai embora. Pego no braço dela e a levo até o meu carro. Ela não está em condições de dirigir. Coloco ela na lataria para se apoiar enquanto abro a porta do carro.
— Olha, se não é o Meritíssimo Edson Ambery. Meus parabéns, você conseguiu ter seu sonho realizado.
— E você se tornou uma advogada, como fez isso, se era garota de programa?
— Dei muito. — Ela segura no colarinho de minha camisa, e me puxa mais para perto dela. Me perco em seus olhos, eles ainda são os mesmos, apesar de aparentar um pouco de tristeza. Ela se aproxima mais ao ponto dos nossos lábios quase se tocarem. — Ainda quer casar comigo, Ed?
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Joelma Portela
kkkkkkkkkkk a primeira mulher é a Suellen, kkkkkkkkkkkk agora so quero ver se tu vai pegar ela kkkkkkkkkk
2024-12-25
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Jucileide Gonçalves
Eu acho que foi a tia dela que a obrigou a acabar com o romance deles por ele ser pobre.
2024-12-23
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Marcia Santos
Ficou calada porque não abriu o jogo com ele, mas acho que a tia teve culpa nisso tudo
2024-12-14
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