Doce Enganação. Livro II

Doce Enganação. Livro II

Capítulo 1

...— Edson Ambery —...

Estou feliz, tenho um bom trabalho, mesmo que não seja lá aquelas coisas, mas é o suficiente para ajudar meu pai nas despesas de casa. Depois que completei os meus 18 anos, comecei a trabalhar em um supermercado, mas o meu sonho mesmo é ser um grande juiz de prestígio.

Tenho uma namorada, que amo muito. Nos conhecemos na escola, quando eu estava no meu último ano letivo, tinha 17 anos. Foi amor a primeira vista, principalmente depois que ela gritou o meu nome torcendo por mim na arquibancada. Porém, ela ainda é de menor, tinha apenas 14 quando começamos a namorar. O bom é que os pais dela aprovaram o namoro, achando melhor ela estar namorando comigo, um homem trabalhador, do que um Zé mané que vive nas custas dos pais.

Como todos os dias, fecho o mercado e vou direto para a casa dela. Já comprei as alianças, pois a Suh vai ser a mulher com quem vou me casar e passar o resto da minha vida. Eu a amo, ela me ama, então não tem porque a gente não juntar o nosso amor. Perdemos até a virgindade juntos no seu aniversário de 15 anos.

Pego o ônibus e vou direto para a casa dela. Assim que chego, a chamo no portão, e ela vem toda sorridente até a mim, me abraça e já damos um beijo, matando a saudade do tempo que eu estava trabalhando.

— Como você está? — pergunto colocando o cabelo dela para trás da orelha.

— Estou bem, muito bem. Ah, não vejo a hora de terminar os estudos, vou dar um jeito de trabalhar no mercado, só para ficar juntinha com você. — Esse é o nível do nosso amor.

Caminhamos até a praça, pois assim teremos mais privacidade para nos beijarmos, principalmente com ela em meu colo, já que assim não podemos fazer na frente dos pais dela.

— Suh, quero me casar com você assim que você completar 18 anos. Quero que o nosso casamento seja bem no dia do seu aniversário. O que acha?

— Gostei, mas ainda falta 3 anos. Vou morrer de ansiedade até lá. — Sorrio e puxo ela para um beijo.

Fazemos isso todos os dias, até que depois de um ano, numa das noites quando eu chego na casa dela, ela está chorando. Ela corre para os meus braços e eu pergunto o que está acontecendo.

— Meus pais, morreram. A polícia acabou de ligar, um caminhão tombou em cima do carro deles. — Ela fala entre soluços, e volta a me abraçar.

— Quer ir para minha casa? Sabe que o meu pai te adora, não é? — Ela concorda com a cabeça, e a levo para minha casa, já que ela disse que a tia dela que vai reconhecer os corpos, ou pelo menos o que sobrou.

(...)

No dia do funeral, ela parece até que vai desidratar de tanto chorar. O pior de tudo é que os caixões tiveram que ser lacrados, pois o caminhão esmagou os dois mesmo, a parte da carga caiu bem em cima, deixando o carro dos meus sogros igual papel.

Queria tanto que ela já tivesse 18 anos, assim poderíamos nos casar e eu poderia confortar ela, mas, como ela só tem 16, a tia dela veio buscá-la na minha casa, falando que o juiz decidiu que elas devem ficar juntas, já que é a sua única família. De início, ela não reclamava dos nossos encontros, mas com o tempo, foi ficando complicado encontrar com a Suh.

Sempre que chegava do trabalho e a chamava na porta, a tia dela falava que ela estava dormindo. Voltava para casa triste e morrendo de saudades dela. Morávamos na mesma rua, apenas algumas casas de diferença.

Meu pai começa a sair as noites, além de passar o dia no trabalho, ainda me deixa sozinho de noite. Tenho que arrumar um jeito de encontrar com ela, não é justo ficarmos separados. Resolvo não ir trabalhar hoje, tomo um banho, me troco, e vou até a escola dela para buscá-la, pelo menos poderemos namorar durante o caminho. Mas, para minha surpresa, ao chegar na escola, todos os alunos saem, mas ela não.

Isso começa a me preocupar. Suh sabe o quanto é importante ir à escola, o quanto é importante para o futuro dela não faltar e passar em todas as matérias. Entro na escola para falar com a professora dela, que um dia foi a minha. E ela fala que a Suh não vem à aula já faz uma semana. O mesmo tempo que estamos separados.

Tem alguma coisa acontecendo com ela, isso eu tenho certeza. Espero a noite cair, então, vou até a casa dela, pulo o muro de trás, pego a escada que fica no jardim, e subo até a janela do seu quarto. Bato na porta assim que vejo ela deitada na cama. Ela olha para trás e ao me ver, sorri, mas aquele sorriso sem brilho. Penso que ela ainda esteja de luto, mas ela não pode parar a vida dela.

— Estava com saudades de você. — ela fala me abraçando, me ajudando a pular para dentro do seu quarto.

— O que está acontecendo com você, porque não me atende mais quando eu chego e porque não está indo mais à escola?

— Porque... — Ela olha para a porta e volta a olhar para mim. — Eu não posso fazer isso com você, não é justo.

— Não é mesmo, me deixar morrendo de saudades, não é justo.

— Não é isso... Ed, eu sinto muito, mas eu quero terminar o nosso namoro.

— O quê? O que foi que eu fiz? — Ela olha para mim e balança a cabeça negando.

— Você... Você não tem dinheiro, não vejo um futuro com você. Melhor ir embora e me esquecer.

— Para de brincadeira, eu sei que você me ama. — Me aproximo dela e ela se afasta de mim. O que está acontecendo? — Suh, não faz isso, eu vou te esperar...

— Não quero que me espere. Vai embora agora, ou eu vou chamar a polícia e dizer que você invadiu o meu quarto. Some daqui, agora. — Percebo que ela segura o choro, e tento mais uma vez que me aproximar.

— Eu te amo, não faça isso, não pise no meu coração assim. — imploro, pois ela não pode está falando sério.

— Sinto muito, você não tem um bom futuro para me dar. Você é pobre e eu preciso de alguém para me bancar, e seu salário de mercado não vai servir para nada. Agora vai e não volte nunca mais.

Ela pode estar sendo chantageada pela tia dela, então, decido ir embora. Mas com a promessa de voltar e tirá-la daqui. Saio do seu quarto do mesmo jeito que entrei, escondido. Mas, vejo um carro preto parando em frente à casa dela. Me escondo atrás de uma árvore para ver o que vai acontecer.

Alguns minutos depois, a Suh aparece com uma roupa curta, roupa de mulheres da vida. Ela entra no carro e eles vão embora. Ela se foi e levou o meu amor junto com ela...

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Comments

Ivanilde T. Serra

Ivanilde T. Serra

Terminei doce substituição, e já vou começar a história do Edson

2025-01-16

0

julih

julih

Estou achando que essa tia não é tia coisa alguma....
colocou a sobrinha a trabalhar com prostituição para pagar as suas despesas...
triste isso

2024-12-31

1

Elisângela Araújo

Elisângela Araújo

eita que terminei a história da Amélia KKK Ag vou lá ver a do Edson.
22/11/.

2024-12-21

0

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75 Capítulo 75
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79 Final parte 2
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Agradecimentos da autora

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