Capítulo 17

...Emily Narrando ...

Quando cheguei à mansão para meu primeiro dia de trabalho, a beleza do lugar me deixou sem palavras. Era tudo o que eu poderia imaginar e mais. A ampla entrada se abria como um portal para um mundo desconhecido, onde candelabros brilhantes pendiam do teto alto, lançando luz suave sobre o piso de mármore reluzente. Cada canto parecia gritar riqueza e opulência, e a sensação de que ali eu poderia encontrar a paz que tanto almejava era quase palpável.

Enquanto eu estava parada absorvendo a grandiosidade, uma voz familiar rompeu o silêncio.

— Bom dia. — Ravi disse assim que me viu, já que eu estava lhe aguardando, sua expressão impassível, mas com um brilho sutil nos olhos que me fez sentir um frio na barriga.

— Bom dia, senhor. — Respondi formalmente, sabendo que, apesar de nosso breve encontro anterior, ele era meu chefe agora.

Ele desviou o olhar por um momento, como se só agora entendesse que eu seria sua funcionária, e não apenas uma estranha que cruzou seu caminho numa noite de festa.

— Venha, vou mostrar onde você ficará. — A voz dele agora era um pouco mais suave, quase gentil, mas ainda carregada de um magnetismo que me deixava inquieta.

Segui seus passos, tentando não me distrair com a maneira como ele andava — cada movimento calculado, cada passo dado como se tudo ao seu redor estivesse sob seu controle. A grandiosidade aqui dentro era ainda mais impressionante do que eu imaginara. O piso reluzente refletia os lustres, e as paredes estavam adornadas com obras de arte que pareciam contar histórias de tempos passados. O cheiro de madeira polida e flores frescas enchia o ar, criando uma atmosfera ao mesmo tempo acolhedora e opressiva.

Ravi parou na entrada de uma sala ao lado, e eu me aproximei, sentindo o olhar dele sobre mim de novo. Ele parecia ler minhas reações, estudando cada uma delas com uma atenção silenciosa.

— Aqui é onde Zoe passa a maior parte do tempo. Vou precisar que esteja por perto dela o máximo possível. — Ele explicou, mas havia algo em seu tom que parecia dizer mais do que apenas instruções. Uma necessidade implícita de proteção pairava no ar, como se Zoe fosse mais do que uma simples criança para ele.

Assenti, tentando absorver tudo o que ele dizia, embora minha mente ainda estivesse presa à surpresa de reencontrá-lo ali. O Ravi da boate parecia um estranho, alguém com quem eu apenas cruzara o olhar por acaso. Mas agora ele era meu empregador, e a ideia de trabalhar tão próxima dele, de ver aqueles mesmos olhos todos os dias, me deixava inquieta.

Ele parou diante de mim, mais próximo do que eu esperava, e seu olhar prendeu o meu outra vez.

— Não imaginava que nos encontraríamos assim, Emily. — A voz dele era baixa, quase um murmúrio, mas era impossível ignorar o que ela carregava. Aquilo não era apenas uma coincidência. Algo nos trouxera até ali, e, mesmo sem entender o porquê, senti que aquilo era apenas o começo de algo que eu ainda não conseguia definir.

Tentei sorrir, mas estava nervosa demais para isso. — Nem eu... Mas estou aqui para cuidar de Zoe e ajudar no que precisar. — Respondi, tentando manter um tom profissional, mesmo que meu coração estivesse disparado.

Ele assentiu, observando-me por mais um segundo antes de se afastar, e eu senti um misto de alívio e desapontamento.

— Muito bem. Será bom ter a sua ajuda, no que eu previsar. — Ele disse, mas havia um brilho nos olhos dele, de que este trabalho traria muito mais do que eu havia imaginado.

Enquanto ele se afastava, senti um peso familiar no peito, uma mistura de ansiedade e expectativa. Eu não sabia o que o futuro me reservava ali, mas, no fundo, tinha a certeza de que esse era apenas o início de uma jornada cheia de surpresas.

Ravi me conduziu até onde seria o meu quarto. Ao entrar, minhas malas já estavam lá, eu olhei o cômodo encantada. As paredes eram pintadas de um azul suave, e a luz do sol filtrava-se pelas cortinas, criando um ambiente acolhedor.

— Onde está a Zoe? — Perguntei, sentindo a necessidade de conectar-me com a criança que eu viria a cuidar.

— Na escola. — Ele respondeu.

— Então, o que precisa de mim agora? — Falei inocente, mas percebi que o olhar dele percorreu todo o meu corpo, como se me despisse com o olhar.

— Por que você sempre faz isso? — Ele disse, quase irritado, e virou as costas, a tensão entre nós se tornando palpável.

— Me desculpe se disse algo errado, senhor. — Tentei me aproximar, mas ele parecia distante, perdido em seus próprios pensamentos.

Ravi virou-se de volta para mim, e a intensidade de seu olhar fez meu coração acelerar. — Não é isso, Emily. — Ele respirou fundo, como se lutasse contra algo. — Você não entende o quanto isso é complicado para mim. Eu... — Ele hesitou, passando a mão pelos cabelos de forma inquieta. — Ter você aqui... não sei se é uma boa ideia

O ambiente entre nós parecia eletricamente carregado. A adrenalina pulsava em minhas veias. — O que você quer dizer com isso? — Questionei, a voz quase um sussurro.

— Eu não sei. — Ele olhou nos meus olhos, e por um instante, o mundo ao nosso redor desapareceu. — Você me lembra de coisas que eu tentei deixar para trás. E isso me assusta.

Senti um frio na barriga. — E se... e se não fosse apenas um lembrete? — A coragem me surpreendeu, mas havia algo nas entrelinhas de sua fala que me fez querer ir mais fundo.

Ele se aproximou, os olhos fixos nos meus, e a distância entre nós parecia diminuir. — O que você está dizendo, Emily? — A voz dele estava tingida de expectativa.

— Acho que você sabe. — Confessei, a sinceridade de minhas palavras ecoando em um silêncio que parecia interminável.

Ravi ficou em silêncio por um momento, a luta interna visível em seu rosto. — Eu não posso me envolver, não agora. Há muitas coisas em jogo. — Ele disse, mas sua voz estava menos firme, e pude sentir a hesitação.

— Mas e se nós quisermos? — Eu desafiei, meu coração acelerando.

Ele respirou fundo, e por um segundo, parecia que o tempo parou. A tensão era palpável, e tudo o que eu podia ouvir era o som de nossas respirações, os olhos deles preso aos meus lábios, assim como os meus presos nos dele.

— Não posso te prometer nada, Emily. — Ele murmurou, e antes que eu pudesse responder, ele virou-se. — Ravena te apresentará a casa. — Então ele saiu do quarto, deixando-me sozinha com um turbilhão de emoções.

Fiquei parada, tentando entender o que havia acabado de acontecer. O que havia entre nós parecia mais complexo do que eu estava preparada para lidar, e a insegurança começou a tomar conta de mim, eu precisava desse emprego, eu não podia estragar tudo.

O silêncio do quarto era ensurdecedor, e a expectativa de meu novo trabalho misturava-se a um medo crescente de não estar à altura das circunstâncias.

Ravena apareceu no meu quarto e me apresentou a casa como Ravi havia dito. Decidi me concentrar nas instruções de Ravena e nas responsabilidades que me esperavam, esse seria o meu foco.

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Comments

karvalho Heloiza😍

karvalho Heloiza😍

é Ravi o destino 🔮✨ os uniu

2025-01-31

0

Gislaine Duarte

Gislaine Duarte

o destino uniu vcs🥰

2025-01-28

0

Livia Pereira

Livia Pereira

O que seria de uma bela história de mafiosos sem salvar a donzela ? ou elas são virgens ou são objetos de prazer de vagabundo fingindo ser o fodao

2025-02-27

2

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