Capítulo 11

...Emily Narrando...

Eu sabia que não devia estar ali, mas só por uma vez, queria respirar. Sentir algo diferente do medo. Entre o burburinho da música e as luzes pulsantes, era como seu peso que carrego nas costas tivesse se tornado apenas uma sombra.

Meus passos se arrastavam para a saída, em busca daquele homem misterioso que parecia ter acendido uma fagulha de esperança em mim. Em meio à música e às luzes, a multidão dançava e se movia ao meu redor, mas era como se eu estivesse em outra dimensão, isolada. O coração batia acelerado — um tipo de emoção que eu mal reconhecia. Não era medo. Era uma ousadia, uma faísca que mal sabia de onde vinha. Eu queria me aproximar daquele estranho, saber quem ele era, ele havia mexido com algo dentro de mim.

Meus passos, hesitantes, foram ganhando força enquanto me aproximava da saída, com o rosto do homem gravado na minha memória, e um sorriso achando que poderia encontrá-lo.

Mas, de repente, senti uma mão firme agarrando meu braço com força. Fui puxada para trás, como se uma corrente invisível tivesse sido atada a mim. Meu corpo congelou. O toque. A pressão. Conhecia aquele aperto, aquele peso. Eu sabia quem era, mesmo sem olhar. Não precisava de mais nada para saber que meu pesadelo havia me encontrado aqui.

Uma sensação de desamparo me invadiu, esmagando a faísca de esperança que, por um breve instante, eu ousara ter. Meu corpo reagia sozinho, cada músculo paralisado pela força da mão que me prendia. Eu me sentia pequena, presa, sem saída.

Antes que eu pudesse reagir, fui puxada com ainda mais força, virando-me de frente para ele. Quando finalmente encarei seu rosto, o ar pareceu desaparecer dos meus pulmões. Ali estava ele, com o mesmo olhar dominador, o sorriso perverso de quem sabe que tem o controle absoluto. Em seus olhos havia uma satisfação cruel, uma certeza de que, não importa o que eu fizesse, ele sempre estaria no meu caminho.

— Pensou que podia fugir de mim, Emily? — Ele perguntou, com a voz baixa, ameaçadora. Aquelas palavras foram sussurradas como uma sentença, e eu sabia que eram mais do que apenas uma ameaça. Era um lembrete do poder que ele tinha sobre mim, de como ele sempre soube manipular meus medos.

— Victor, eu não estava... eu... eu só queria... — As palavras saíram em um fio de voz, e, para ser sincera, nem sei o que estava tentando dizer.

Eu não conseguia formular uma frase, sentia a garganta apertada. Tentei desviar o olhar, mas ele segurou meu rosto com força, forçando-me a encará-lo. Eu estava encurralada, sem palavras, sem forças. Queria gritar, queria me livrar daquele controle, mas era como se ele conhecesse cada fraqueza minha, como se soubesse exatamente onde atacar para me manter presa. Meu peito estava em chamas, e cada palavra dele se cravava em mim como uma faca.

— Você sabe onde é o seu lugar, Emily. — Ele continuou, os dedos ainda segurando meu rosto. — Não tente me enganar. Eu sempre vou te achar, não importa onde você vá, você é minha Emilly, minha.

Aquelas palavras me faziam querer desaparecer. A promessa de que eu nunca conseguiria escapar ecoava em minha mente, me fazendo ver como, para ele, eu era apenas uma posse, um objeto a ser mantido sob controle. Ele parecia se deliciar em ver minha fraqueza, em saber que eu não tinha como reagir. Eu era refém de um destino que não escolhi, uma prisioneira sem saída.

Ele, então, soltou meu rosto, e eu dei um passo para trás, meu corpo tremendo de medo e humilhação. Com um último olhar ameaçador, ele desapareceu na multidão, como se soubesse que aquilo era tudo que precisava para me manter sob seu domínio.

Eu fiquei ali, parada, sem saber o que fazer. Olhei ao redor, as pessoas dançando, rindo, sem notar a batalha que eu travava internamente. Por um segundo, desejei ser uma delas, alguém livre para viver, para escolher. Mas essa não era a minha realidade. Eu estava aprisionada pelo medo, acorrentada por uma ameaça constante que eu sabia que não podia ignorar.

O pouco de coragem que eu havia sentido ao ver aquele estranho na boate parecia agora uma memória distante, uma ilusão que só aumentava a dor da minha situação. Meu peito estava vazio, o eco das palavras do Victor ainda reverberando na minha mente. Ele sempre encontraria um jeito de me alcançar, de me lembrar de que eu nunca estaria fora de seu alcance.

Quando finalmente voltei a me mover, sentia que cada passo era uma confissão de derrota. Saí da boate com a sensação de que, a cada dia, a possibilidade de liberdade se tornava ainda mais distante, cada vez mais inalcançável.

Eu sabia que enquanto Victor existisse, enquanto ele pudesse me alcançar... eu nunca seria livre

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Comments

pila souza

pila souza

Nossa logo ele q queria ficar longe do perigo e confusão sinto muito informar q não vai dar.

2025-01-02

0

karvalho Heloiza😍

karvalho Heloiza😍

eitaaaaaaaaaaaaaa lasqueiraaaa Ravi vcs gosta de chamar problema

2025-01-30

0

Cleise Moura

Cleise Moura

Quem será esse Victor pq será que ele faz essas ameaças pra ela?

2024-11-29

0

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