...Emily Narrando...
Meu nome é Emily. Tenho 20 anos, 1,67 m, cabelos longos e ruivos, olhos claros e algumas sardas que considero um charme.
Vivo com a minha mãe, minha irmã e a minha tia, desde que me lembro sempre foi assim, a vida era difícil e não ter um figura masculina em casa tornou as coisas ainda mais complicadas quando o nosso bairro mudou, desde então o meu destino foi traçado de uma forma que eu jamais poderia imaginar.
Costumava ser uma sonhadora. Tinha uma lista de planos, de metas para o futuro, e uma confiança ingênua de que a vida seguiria conforme eu traçava. Mas, como um quebra-cabeça desfeito, tudo foi arrancado de mim.
Hoje à noite, no entanto, decidi fugir um pouco das sombras que me cercam. O peso dos problemas parece me seguir por onde eu vá – as dívidas, o medo de um traficante obcecado que paira como uma ameaça constante, o futuro incerto da minha mãe. Quando minha amiga insistiu que eu saísse para a boate, me convenci de que uma noite fora não iria mudar as coisas, mas, quem sabe, poderia me dar um respiro.
Decidi dar uma pausa na dor, nos problemas que me sufocam. A boate parecia o lugar perfeito para isso. Pelo menos aqui, onde o som é alto e as luzes pulsantes não dão descanso, eu podia fingir que não existia nada além do presente. Respirei fundo ao entrar, deixando-me envolver pelo ritmo da música. Não importava o caos dentro de mim; naquele instante, eu só queria dançar, me perder entre as pessoas, e esquecer o que me atormentava.
As horas passavam e a pista estava lotada, com corpos dançando próximos, como uma onda que se movia ao ritmo da batida. Eu me juntei a eles, fechei os olhos por um instante e deixei que a música tirasse um pouco do peso dos meus ombros. As luzes vermelhas, verdes e azuis dançavam ao meu redor, e por um momento, parecia que eu também brilhava, como uma versão melhor de mim mesma.
Até que senti algo. Aquele tipo de sensação que faz a gente abrir os olhos, aquele arrepio na nuca que diz que estamos sendo observados. Olhei ao redor, e foi quando o vi. Ele estava ali, um pouco afastado, como um espectador à margem da festa, segurando um copo e observando o ambiente. Mas o olhar dele estava em mim, intenso, direto. Ele não desviou quando nossos olhares se encontraram; ao contrário de quem era pego no flagrante, ele manteve o olhar preso ao meu, como se estivesse estudando cada detalhe.
A música ao meu redor parecia diminuir, as luzes ficaram embaçadas. Ele era um estranho, alguém que eu nunca havia visto, mas, ao mesmo tempo, parecia carregar uma presença familiar e intrigante. Senti meu coração disparar, e algo no fundo de mim me dizia para desviar o olhar, para sair daquele transe antes que ele percebesse demais. Mas eu não consegui. Havia uma tensão no olhar dele, uma intensidade que me fazia querer entender o que se passava por trás daqueles olhos sombrios.
Fiquei sem ar por um momento, incapaz de me mexer, como se os segundos se esticassem num jogo que nenhum de nós queria perder. Ele era alto, com uma postura imponente, que o fazia parecer deslocado ali, como se estivesse acima de tudo o que acontecia ao redor. Suas feições eram sérias, mas não rígidas. Havia um certo mistério nos contornos de seu rosto.
Por fim, tentei desviar o olhar, mais como um ímã eu estava presa nele, o meu coração ainda acelerado, tentando me recompor. Tentei me concentrar na dança, no movimento ao meu redor, mas era como se a noite tivesse sido dividida ao meio. Agora, eu estava consciente demais de cada passo, de cada gesto, e principalmente da direção daquele olhar que parecia não me deixar em paz.
Eu não sabia quem ele era, nem seu nome, e, por tudo o que eu não sabia, provavelmente jamais nos veríamos novamente. Mas algo dentro de mim sabia que aquele encontro não era só um acaso. Era como se nossas vidas tivessem se cruzado de propósito, como se aquele momento fosse o início de algo que eu ainda não conseguia entender.
A música continuava a tocar, mas o mundo à nossa volta desapareceu, e tudo que existia era aquele momento entre nós.
De repente, um homem que julguei ser seu irmão, justamente por serem iguais, surgiu na multidão, eles me olharam e depois de trocarem algumas palavras se foram.
Ele olhou para mim, aquele olhar dele carregava uma mistura de confusão e relutância, como se ele também não quisesse que aquele momento terminasse. E então, ele se foi.
Senti uma frustração crescente, eu queria que ele ficasse, que tivesse vindo até mim, que não me deixasse com essa sensação de despedida prematura.
Frustrada e confusa, perdida entre a música e o silêncio que se seguiu, percebendo que, mesmo em meio à agitação da boate, eu havia encontrado algo estranhamente diferente.
Tentei ir até a saída, queria saber quem ele era, mais uma mão na multidão me puxou, eu senti o meu corpo paralisar, o conhecia só pelo toque, eu sabia que era o meu carrasco, por um momento eu achei que poderia ser livre.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Marli Grignani
vai trazer mais problemas, e ele fugindo disso
2025-02-14
0
Cleise Moura
Caramba a vida dela não é fácil tadinha da Emily
2024-11-29
0
᥎꫶ׁׅᨵׁׅᥣׁׅ֪ᥣׁׅ֪ɑׁׅ֮tׁ🫀
Qual a idade do RAVI?
2025-03-11
0