...Ravi Narrando ...
Assim que Ravena puxou Zoe para a cozinha, uma onda de alívio me tomou. As risadas da minha filha era como músicas para os meus ouvidos, mas a tensão entre Emily e eu ficou palpável assim que elas se afastaram nos deixando a sós.
Fiquei parado por um momento, tentando reunir meus pensamentos. Emily estava ali, não apenas como uma cuidadora, mas como alguém que, de alguma forma, havia mexido comigo na boate. O que deveria ser uma conversa prática agora se tornava um campo de batalha de emoções confusas e memórias recentes.
— Então, Emily... — Comecei, tentando quebrar o gelo, e o som da minha voz chamou a sua atenção para mim. — Como você se sentiu ao receber a indicação da Ravena?
Ela me encarou, e, por um breve momento, o ambiente ficou pesado com o que não dissemos. Seu olhar estava fixo no meu, e algo ali parecia familiar, quase íntimo.
— Eu estava um pouco nervosa — disse ela, finalmente quebrando o silêncio. — Mas estou aqui para ajudar, pelo tempo que precisar.
— Ravena falou muito bem de você — continuei, tentando desviar a conversa para algo mais neutro. — É bom saber que Zoe terá alguém confiável ao seu lado.
— Espero que sim. — Emily sorriu, mas havia uma sombra de incerteza em seu olhar. — Ela é uma garotinha amável e mesmo que isso seja temporário farei tudo que tiver ao meu alcance para vê-la bem e feliz.
Podia sentir a tensão na sala crescer. Eu queria entender mais sobre Emily, mas, ao mesmo tempo, a lembrança da boate ainda queimava em minha mente. O modo como ela se movia, a maneira como me olhou... tudo aquilo me fazia querer conhecê-la melhor, mas agora não era a hora.
— E você? — ela perguntou, quebrando meu devaneio. — O que você pensa sobre tudo isso? Sobre a segurança de Zoe, quero dizer, Ravena me contou sobre o ocorrido na outra casa. — Ela fez uma pausa vendo que eu a olhava com curiosidade. — Não quis ser intrometida, é que eu... Eu perguntei porque ela precisava de ajuda.
A pergunta me pegou de surpresa. Hesitava em abrir meu coração, mas sabia que precisávamos estar na mesma página se realmente quiséssemos o bem de Zoe.
— Eu fiz o que pude para mantê-la segura. Após o atentado, isso se tornou minha prioridade — respondi, sentindo o peso das palavras. — A vida dela é tudo que importa para mim, e não posso arriscar que algo assim aconteça novamente.
— Eu entendo. A segurança dela é vital, mas também precisamos nos certificar de que ela se sinta amada e acolhida — disse Emily, e havia um brilho em seus olhos que me deixou intrigado. — Afinal, a proteção emocional também conta, não é?
— Sem dúvida. — Eu a observei, sentindo o peso da verdade em suas palavras. — Quero que Zoe tenha uma infância feliz, apesar de tudo isso.
— E você, Ravi? Está pronto para oferecer essa felicidade? — O tom dela parecia ter um duplo sentido, e eu senti um frio na barriga. A conexão estava se intensificando, e era difícil ignorá-la. —Quero dizer, você é um homem muito ocupado, vai conseguir se organizar para ter mais tempo para ela?
— Eu vou fazer o que for necessário — respondi, o olhar fixo no dela. — Estou disposto a lutar pelo que amo. A segurança de Zoe e a minha própria paz são o que realmente importam. — Disse quase me faltando fôlego, essa mulher prendia a minha atenção sem esforço.
Emily passou a mão no pescoço, jogando o cabelo para trás e a sala pareceu se aquecer. Era estranho sentir essa conexão, especialmente com alguém que havia acabado de entrar em nossas vidas. Mas havia algo em Emily que me deixava aceso.
— Então, precisamos falar sobre os cuidados com Zoe — disse, tentando mudar o foco para algo mais prático. — Ela precisa de estrutura, rotina e, acima de tudo, de alguém que possa estar ao lado dela.
— Isso é verdade. — Emily concordou, o olhar sério. — Estarei aqui para oferecer o suporte que ela precisa, mas também precisarei de liberdade para fazê-lo.
— Você terá essa liberdade. — Afirmei, sem hesitar. — Acredito que você sabe como lidar com crianças e criar um ambiente seguro para ela, pelo que notei vocês duas se deram bem.
— Sim, a sua filha é um amor, mas, e enquanto a mim? — Ela perguntou, com um leve sorriso
Um sorriso sem ambição que mexeu com q minha cabeça. A tensão aumentou entre nós, e a sala parecia se encher de um calor inesperado.
— O que tem você? — Perguntei e a minha voz saiu baixa e rouca, carregada de uma vontade reprimida.
— Como funcionará? Como serão os meus horários?
— Ah, é isso! — Engoli em seco e continuei. — Bem, terá que ficar aqui, vai ter o seu próprio quarto, as suas folgas serão ao domingos, mais poderá sair no sábado depois das 14hrs caso eu não tenha nenhum contratempo, mas também se eu tiver a Ravena pode ficar com a Zoe.
— Entendi, tudo bem então!
— Aqui, esse será o valor que receberá. — Disse estendendo o papel que estava ao lado.
— Isso é mais do que eu pensei. — Ela fala surpresa.
— A minha filha é tudo para mim, não existe preço que eu não pagaria para que ela fosse bem cuidada, tenha isso em mente, a única coisa que precisa se preocupar nesta casa é com a minha filha.
— Entendo, e por quanto tempo vai me querer? Quero dizer, por quanto tempo terei que ficar.
A aquela maldita pergunta me fez viajar longe, nos meus pensamentos mais sórdidos e desejos reprimidos, engoli seco tentando manter a postura e ela baixou o olhar claramente envergonhada.
— Ainda não sei por quanto tempo. Ravena está cuidado do David, ele ainda vai precisar de algum tempo para se recuperar.
— Compreendo e quando eu começo? — Ela perguntou sem me olhar.
— Amanhã mesmo, o meu motorista vai te levar, arrume as suas coisas e ele vai te buscar amanhã pela manhã.
— Posso pegar um taxi não tem problema. — Ela respondeu finalmente me olhando.
— Eu insisto. — Falei a encarando e ela concordou, eu tinha certeza que ela se sentia tão quente quanto eu estava me sentindo.
O silêncio se fez presente mais uma vez, até ela finalmente quebrá-lo.
— Sei que é muita coincidência eu está aqui após aquela noite.
— Muita coincidência mesmo. — Provoquei e ela arqueou as sobrancelhas em surpresa, ela já ia falar alguma coisa, estava com um olhar desafiador.
Mas então a Zoe apareceu e se aproximou, com farinha ainda nas mãos, olhou para mim, seu brilho inocente.
— Vamos fazer biscoitos! — ela anunciou, puxando a Emily e eu, a cozinha logo se encheu de risadas e alegria, e ainda que aquele momento fosse de descontração, eu me via encarando aquela mulher e no fundo eu sabia e repetia mentalmente, que isso não ia da certo!
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Atualizado até capítulo 47
Comments
pila souza
Precisa investigar Ravi esse ataque foi estranho talvez já estava pra acontecer vai saber desde quando estão de olho e essa mulher da onde saiu acho estranho ela vim até vc pela segunda vez é muita coincidência.
2025-01-02
1
Marli Grignani
abra o seu ❤️ Ravi
2025-02-14
0
karvalho Heloiza😍
investiga essa mulher Ravi
2025-01-30
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