...Ravi Narrando ...
Fazia dois anos que eu abri a VisuArt D'Angelo, e estava fazendo um progresso notável. Não foi uma jornada fácil; começamos com empresas pequenas, enfrentando a dura realidade do mercado. Convencer nosso primeiro grande cliente foi um desafio e tanto. Mas eu não desisti facilmente. Após oferecer meu trabalho de forma gratuita, consegui mostrar a qualidade dos nossos serviços. O resultado foi surpreendente: o cliente obteve uma venda duas vezes maior de seu produto. Ele ficou tão satisfeito que fechou conosco sem pensar duas vezes, e essa foi a primeira grande vitória da VisuArt.
Logo, conquistamos outros grandes clientes e começamos a nos inserir em projetos significativos. Uma empresa que começou com apenas cem funcionários agora contava com mais de seiscentos, um número que representava nosso crescimento e nosso esforço conjunto. Olhando para tudo isso, não poderia estar mais feliz. A sensação de ter construído algo sólido, algo que, de certa forma, também representava um novo começo para mim, era indescritível.
— Cheguei! — Eu disse, colocando a maleta no chão e as chaves na mesa de entrada.
— Papaaaaaai! — Zoe gritou, correndo e pulando nos meus braços.
O calor do abraço dela sempre foi uma fonte de energia e alegria para mim. A inocência dela, o jeito como sua risada ecoava pela casa, tudo isso trazia uma paz que eu não sabia que precisava. Eu me ajoelhei para ficar mais ao seu nível e a rodeei com os braços, sentindo seu cheiro doce, uma mistura de shampoo de frutas e aquele perfume de bebê que me lembrava que, apesar de tudo, a vida dela era uma nova chance.
— Como foi seu dia, pequena? — perguntei, olhando nos seus olhos brilhantes, que refletiam a luz do sol da tarde.
— Brinquei no parquinho com a Ravena e fiz bolos de areia! — disse, animada, como se cada palavra fosse uma explosão de entusiasmo.
Ravena, a babá que se tornara uma parte fundamental de nossas vidas, sempre teve um talento especial para fazer cada dia parecer uma nova aventura para Zoe. Era reconfortante saber que, mesmo longe da nossa família, ela tinha uma figura maternal ao seu redor, alguém que se importava profundamente com seu bem-estar e felicidade.
— Que legal! Vamos fazer bolos de areia em casa também, então. O que você acha? — perguntei, levantando-a e fazendo uma leve dança, a risada dela ecoando como música em meus ouvidos.
— Sim! E também podemos fazer um piquenique! — Ela sugeriu, os olhos arregalados de excitação.
— Um piquenique? Adorei a ideia! Vamos preparar tudo juntos. — Sorri, enquanto caminhávamos para a cozinha.
Enquanto preparávamos os lanches, minha mente divagava. Era incrível pensar em como nossas vidas mudaram desde que assumi a paternidade de Zoe. Não era apenas uma responsabilidade; era um presente que me fazia repensar o que realmente importava na vida. Eu nunca planejei ser pai tão cedo, mas a vida tem suas maneiras de nos surpreender. Na verdade, a paternidade se tornou uma das maiores fontes de alegria e motivação da minha vida.
Zoe estava se tornando uma garotinha curiosa e cheia de vida, com uma imaginação vibrante. Ela frequentemente me surpreendia com suas ideias criativas e seu entusiasmo contagiante. Tinha a certeza de que estávamos criando memórias que superariam as tragédias do passado que marcaram nossas vidas.
— Papai, você se lembrou do desenho que eu fiz na escola? — ela perguntou, enquanto arrumava a mesa com os lanches que havíamos preparado.
— Claro que sim! Você disse que era um arco-íris, certo? Você pode me mostrar depois? — respondi, sentindo um sorriso se formar em meu rosto ao imaginar a obra de arte dela.
— Sim! Ele é o mais bonito do mundo! — Zoe respondeu, estufando o peito de orgulho.
Ouvindo a animação da minha filha, percebi que ainda havia muito espaço para sonhos em nossas vidas, mesmo após as perdas. Estávamos em uma nova cidade, longe dos nossos familiares, mas éramos uma equipe. E eu estava determinado a proporcionar a Zoe tudo que pudesse, mesmo que isso significasse abrir mão de certas coisas em meu passado que não podiam mais fazer parte da nossa nova vida.
Depois de um piquenique improvisado no tapete da sala, decidimos assistir a um filme. Enquanto as risadas ecoavam pela casa, a sensação de felicidade preenchia cada canto, e eu soube que estava no caminho certo. Estava construindo um lar, um espaço seguro, onde Zoe poderia crescer e florescer.
Porém, uma notificação que acabava de chegar no meu celular poderia mudar tudo!
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Maria Nunes
Estava tudo muito bom p ser verdade oq será que aconteceu?
2025-02-21
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Patricia Sousa
Nossa tava tão calmo ,será que já é problemas 🤔🤔
2025-03-14
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Livia Pereira
Quem nasce na máfia morre na máfia
2025-02-27
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