...Ravi Narrando...
No mesmo dia em que finalizei o negócio da casa, encontrei uma equipe de profissionais que se encarregaria de deixar tudo em ordem. Meu único papel seria pagar e depois entrar pela porta, com tudo já organizado, o que, convenhamos, estava ótimo para mim.
No dia seguinte, me vi imerso na tarefa de selecionar o time que trabalharia em casa. Visitamos diversas agências de serviço e, ao fim de algumas horas, eu já havia contratado um motorista, duas cozinheiras e três empregadas. Ainda precisava de um jardineiro e, principalmente, de uma babá para a Zoe.
No nosso quarto dia em Chicago, resolvi a questão da mobilidade e comprei um carro em uma concessionária. Ter um veículo próprio faria toda a diferença na logística do dia a dia. Mais tarde, visitei uma agência de babás para resolver o item mais importante da nossa lista. Quando entrei na sala de administração, fui recebido por uma mulher elegante que vestia um terno feminino. A calça acentuava suas formas, e a blusa, com alguns botões abertos, parecia seguir uma tendência local — mas eu estava em busca de alguém para cuidar da minha filha, não de um relacionamento.
Fomos conduzidos a uma sala onde várias babás uniformizadas estavam enfileiradas. Observei cada uma delas, analisando discretamente suas reações. Algumas lançavam olhares ousados; outras, mais discretas, tentavam esconder o interesse. Num canto da sala, no entanto, avistei uma senhora de aparência tranquila, cabelos escuros com alguns fios grisalhos e um anel de casamento. Ela parecia ser a escolha perfeita.
— Quero falar com ela — disse, apontando para a senhora.
A diretora fez um gesto para que ela desse um passo à frente.
— Qual o seu nome? — perguntei.
— Ravena, senhor — respondeu ela, com uma voz suave que transmitia uma tranquilidade quase maternal.
Pedi para ter uma conversa a sós com Ravena, e a diretora nos levou a uma sala particular. A partir desse momento, o que descobri só aumentou minha confiança que ela era a escolha perfeita. Ravena tinha 49 anos, era casada, e sua filha morava no Canadá. Ao conversar, soube que seu marido trabalhava como jardineiro. Coincidência ou destino, aquilo parecia uma solução perfeita: eu poderia contratá-los juntos, completando o quadro de funcionários com pessoas em quem poderia confiar.
Após uma conversa esclarecedora, combinamos um período de teste de um mês para avaliar se ela atenderia todas as minhas expectativas. Se tudo corresse bem, assinaríamos um contrato definitivo.
Depois da visita à agência, fiz questão de levar Ravena em casa. Conheci seu marido, um homem simpático e humilde, e fiquei ainda mais confiante na minha escolha. A Zoe pareceu aprovar o casal — ela sorriu e se acomodou com facilidade nos braços deles, como se já os conhecesse.
Passei o restante do dia com minha filha no parque, e aquela sensação de que tudo estava no lugar certo só aumentava.
Duas semanas depois, nossa casa estava pronta. Mandei transformar um grande quarto nos fundos da casa em uma suíte completa, com banheiro, sala e cozinha, para que Ravena e o marido tivessem um espaço próprio. Eu queria que eles se sentissem em casa, e aquele espaço extra foi a escolha ideal para garantir a privacidade de ambos.
Um mês se passou e, ao fim do período de experiência, assinamos o contrato. A decisão de oferecer moradia no quarto dos fundos agradou o casal, e foi um alívio tê-los por perto, sabendo que Zoe estava em boas mãos. Pouco depois, pedi que Ravena deixasse a agência e se dedicasse exclusivamente ao nosso lar, o que ela aceitou prontamente. Trabalhar diretamente para mim parecia um alívio para ela, que mencionou a exploração comum nas agências.
Com tudo organizado, minha rotina começou a se estabilizar. Me matriculei na faculdade de Administração e me dedicava a cada aula. Queria entender os fundamentos econômicos, as nuances de uma gestão de sucesso, e me preparar para o papel de CEO que almejava. Sabia que, ao abrir minha empresa, não poderia falhar. Seria o legado que eu construiria para Zoe e para mim, longe das sombras do passado.
O tempo passou rápido. Dias viraram semanas, semanas se tornaram meses, e assim, seis anos se passaram. Nesse período, comprei um prédio bem localizado, ideal para iniciar minha empresa. Investi em segurança, e o Spacer se encarregou de montar um sistema completo para o prédio. Minhas comunicações com a família foram se tornando esporádicas. Emma e Beto estavam esperando o quarto filho, enquanto Lola e Vicente tinham um menino e aguardavam gêmeas. A Amélia, por sua vez, estava com o Spacer, com quem já tinha um filho.
Meus irmãos pareciam competir para ver quem aumentaria mais a família. Eu, por outro lado, estava completamente focado em Zoe e na empresa. Não imaginava o caos de ter tantos filhos — um só já era suficiente para me manter ocupado e realizado.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Cleise Moura
Que legal a Amélia não ficou nem com Vicente e nem o Ravi até pq não seria legal ela teve um breve envolvimento com o Vicente ela ficou com o Sparce hacker kkk
2024-11-28
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MARIA LUZINETE DIAS SILVA
Que lindo capítulo.
Queria que esses homens que vc Autora cria existisse de verdade.
Parabéns
2024-11-24
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Cleise Moura
Bom acho que ainda não será como babá que os caminhos do Ravi e da Emily vão se cruzar
2024-11-28
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