5. Tristan

Eu vou até a minha cadeira e me sento olhando para ele dizendo:

__Okay, senhor...

Ele responde:

__Peterson. Dylan Peterson.

Eu sei. Me lembro bem o que aconteceu depois de o ver aquela tarde anos atrás.

Pedi ao Michael que coletasse algumas informações sobre aquele jovem. Dois dias depois ele chegou com uma pasta com dois papéis apenas.

Descobri que o pai tinha abandonado a família,que a mãe estava se tratando de um câncer de pulmão,em fase de recuperação. Seu nome era Dylan Peterson,17 anos e tinha um irmão mais novo de 15 anos.

Fiquei dias obcecado com o cara que nem quis escutar minha oferta e eu juro que estava disposto a oferecer muito por uns minutos com ele em minha cama.

Meu pau até se contorce em minhas calças só em pensar nisso. Respiro fundo,me ajeito em minha cadeira. Ele ainda faz o mesmo com meu corpo.

Mas o que ele faz aqui anos depois de quase me deixar louco observando ele de longe?

O cara que não quis nem ouvir minha proposta aquela tarde.

Bem,saberei agora quando digo:

__Sente-se senhor Peterson e me diga o que o traz aqui?

Me lembro que ele sempre tinha essa expressão carregada de algo não dito e misterioso,mas agora ele simplesmente parece triste e tenso. Muito tenso.

Ele se senta e diz:

__Preciso de um empréstimo.

Eu rio um instante,mas ele ainda está sério e com a mesma expressão,só que agora mais desolado e eu digo:

__Nós não trabalhamos com isso aqui senhor Peterson.

Ele diz:

__Eu posso pagar,na verdade posso pagar uma parte que tenho comigo e faço qualquer trabalho,qualquer coisa pra pagar o restante do empréstimo.

Ele parece um pouco desesperado e eu questiono:

__Está com algum problema,senhor Peterson?

Ele entende meu olhar,muitas pessoas estão com esses problemas ultimamente,a droga e o tráfico tem tomado conta daquela região.

Ele diz:

__Sei que sabe de onde eu sou. Já o vi passar muitas vezes por lá. Mas não é isso que está pensando. Eu estava no exército,senhor.

A forma como ele diz senhor me deixa duro.

Ele pensa um pouco e diz:

__Preciso da grana pra ajudar o meu irmão mais novo.

Eu sei que não está envolvido nesses problemas,lembro que não o vi depois de um tempo e Michael investigou isso também,ele havia se alistado no exército. Algo que fez parte das minhas fantasias por um tempo.

É estranho ter em minha frente depois desses anos, alguém que ficou tanto tempo em minha cabeça e ele parece disposto a qualquer coisa pra ter esse dinheiro. Isso me excita ainda mais,mas ele não precisa saber disso.

Pergunto:

__De quanto precisa?

Seu rosto se ilumina um pouco e ele responde:

__15 mil.

Eu digo:

__Desculpe senhor Peterson,mas não posso oferecer isso em empréstimo. Não faz parte da nossa política da empresa.

O rapaz parece desolado agora em minha frente,esse olhar triste acaba com minhas forças, como da primeira vez que o vi. Ele se levanta,respira fundo parece sem chão agora,meio anestesiado e diz:

__Certo,eu agradeço por ter me ouvido e pelo seu tempo,sei que é muito ocupado.

Eu sorrio com cordialidade e fico olhando ele sair em direção a porta.

Não posso deixar ele sair assim,não depois de tudo que aconteceu aqui. Eu digo:

__Posso te oferecer a mesma quantia...

Ele para e me olha agora. Eu continuo olhando em seus olhos:

__Se passar uma noite comigo.

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