Capítulo 11

O expediente de Alyssa havia acabado, ela foi até o vestiário e se trocou, guardou as suas coisas e saiu, o elevador se abriu e ela já ia entrar quando viu Nolan lá dentro.

— Esse não é o seu elevador. — Alyssa disse perplexa, tudo o que ela não esperava era ver o seu chefe aqui.

— Precisamos conversar.

— Não acho que é um bom momento, tem pessoas aqui, as garotas já estão vindo se trocar.

— Então acho melhor irmos.

— Por favor.

— Eu não vou sair daqui sem falar com você.

Alyssa escuta vozes, ela empurra Nolan para dentro do elevador e entra junto. Chegando no estacionamento, ele a espera sair e só então sai.

— O que o senhor quer? 

— Você! — Ele fala sem rodeios.

Alyssa olha para qualquer lugar menos para ele, o que ele acabou de dizer a deixou um tanto atordoada.

— Isso não é possível! — Ela finalmente falou

— E por que não?

— O senhor tem uma noiva e eu… eu não posso.

— Não amo a Erin, você sabe disso. — Nolan disse se aproximando dela, a sua voz era como um sussurro desesperado.

— Ainda assim ela é a sua noiva, não me coloque nessa posição, agora me deixe em paz. — Alyssa sai e Nolan permanece parado.

Ela entra novamente no elevador, para poder sair pela entrada principal, a porta começa a se fechar, mas ele impede. Ele aperta o stop e captura os lábios de Alyssa antes que ela pudesse fazer ou dizer algo.

Os seus lábios se unem em total sintonia, Alyssa não luta contra, Nolan passa uma mão na cintura dela e a outra segura a sua nuca, as suas línguas dançam uma dentro da boca do outro. Eles só se largam quando sentem que estão ficando sem ar.

Eles se encaram, ambos estão ofegantes, tudo naquele momento era intenso, não podiam mais negar, aquele beijo havia despertado uma fome interna, que não se apagaria de um dia para o outro.

Nolan colocou a sua testa junto a dela, a sua expressão era de agonia e desespero, chegava a ser angustiante o tanto que ele a desejava, e não a tocar quando estava tão perto o deixa transtornado.

— Não diga que não sentiu nada! — Nolan diz quebrando o silêncio que parecia durar uma eternidade.

— Por que você fez isso, eu… 

— Me quer, tanto quanto eu a quero. 

— Não podemos, eu não estou pronta para isso. 

— Eu te espero, só me diga por quanto tempo. — Ele fala acariciando o rosto dela.

— Não posso fazer isso! 

— Claro que pode, você é livre.

— Mais você não é, sem contar que somos de mundos completamente opostos. — Ela disse procurando pelos olhos dele.

— Dane-se, eu renuncio a tudo isso só para ter você. — Ele disse sem pestanejar.

— Não pode fazer isso.

— Claro que eu posso, e farei se isso me trouxer você.

— Você está louco.

— Completamente louco por você pequena.

Ouvir ele a chamar de pequena, a fez pensar imediatamente no Harry, era assim que ele a chamava.

— Eu não posso, me deixe em paz.

— Alyssa 

— Saia, me deixe ir. — Ela fala e Nolan se afasta, a porta do elevador se fecha, mais as lembranças daquele beijo ficará fresco na mente de ambos, por tempo indeterminado.

Nolan entra no seu carro e vai direto para casa, após passar horas embaixo do chuveiro ele sai, come alguma coisa e deita-se, morde os próprios lábios lembrando daquele beijo, ele não desistiria dela tão fácil, de jeito nenhum.

Alyssa chegou em casa e foi direto para o quarto, os seus pais acharam aquilo esquisito, ela sempre chegava e cumprimentava os dois. Maria bateu na porta e viu a filha andando de um lado para o outro.

— O que aconteceu? Filha? — Maria perguntou e chamou, mais Alyssa não parecia ouvir. — ALYSSAAA. — Ela chamou mais alto e ela parou finalmente de andar.

— Oi? O quê? A senhora me chamou? 

— Estou a bastante tempo aqui. O que aconteceu? Você passou pelo seu pai e por mim como se fossemos invisíveis.

— Me perdoem.

Maria vai até a filha e pega na sua mão, elas se sentam na cama.

— O que está acontecendo? Tem alguma coisa te perturbando! 

— Mamãe.

— Não me venha com essa de não é nada, eu conheço você, eu carreguei e criei você, agora vamos lá, me diga o que está havendo.

— É um rapaz, eu juro que nunca olhei para outro homem mamãe, mais esse, é como se eu estivesse cega, eu tenho que me manter no controle sempre que o vejo, e sem contar que ele tem algumas manias que me fazem pensar no Harry.

— Filha, o Harry não está mais aqui! A sua vida tem que continuar. 

— Eu sei. Mais tudo isso é recente mamãe. 

— Quem é esse rapaz? Ele é bom para você?

— E o... Nolan Brown. — Alyssa fala e a mãe dela solta as suas mãos, se levantando.

— Alyssa, isso não vai da certo filha, esse homem é podre de rico e nós, bom nós nos viramos,

mas, não estamos no nível deles.

— Eu sei, mamãe, eu já implorei para ele me deixar em paz, mas hoje nós nos beijamos.

— Filha esse homem tem uma noiva, só passa isso na TV, não pode ficar com ele.

— Ele me chamou de pequena. Do mesmo jeito que o Harry e eu disse para ele me deixar em paz. Verei como será o resto da semana, se nada mudar eu vou pedir transferência.

— É melhor assim, sei que sente falta do Harry, mas não procure um substituto para ele.

— Eu sei, vou tomar um banho agora e descansar.

— Coma algo antes de dormir, o seu pai e eu já estamos indo. Me ligue qualquer coisa, descanse e não pense nesse homem. 

— Pode deixar.

— Eu te amo. — Maria fala dando um beijo na testa da filha.

— Também te amo mamãe. 

Após os seus pais saírem ela toma banho, coloca um pijama e deita-se, mais o toque do seu telefone a faz levantar novamente. 

Olhando fixamente para a tela do celular, ela pensa se deveria ou não atender aquela ligação.

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