Capítulo 10

— Não, eu não sei como te explicar isso, mais eu não paro de pensar em você.

Ouvir Nolan dizer isso deixou Alyssa mais uma vez sem reação, ela engoliu seco e colocou a xícara sobre a mesa.

— Acho melhor eu ir embora — Ela disse se levantando e indo para a saída

— Não, não, por favor não vá. — Nolan a segue e segura o pulso dela.

— Isso não é certo, o senhor tem uma noiva e eu nem deveria esta aqui. 

— Então me diga o que faço, porque eu já tentei de tudo para me manter longe de você, mais sempre me perco em devaneios, eu nunca senti isso, não sei como explicar, mais toda às vezes que eu a vejo, é como se me faltasse o ar. Eu tento focar em outra coisa, mais os meus olhos procuram por você. — Nolan fala e vira de costas passando a mão na testa. 

— Isso é loucura. — Alyssa fala.

— Então eu quero ser louco. — Nolan a olha novamente. 

— Me desculpe, eu preciso ir. 

Alyssa sai quase correndo do apartamento dele, Nolan a deixa ir, mesmo querendo muito que ela ficasse, ele nunca a obrigaria a isso, ele anda de um lado para o outro atordoado.

Saindo do prédio ela encostasse na parede e respira fundo, tentando assimilar o que havia acontecido, o seu coração estava batendo a mil por hora, ela tentou se recompor. 

— Eu não posso fazer isso, o que droga está acontecendo? Me perdoe Harry. Por favor, me perdoe, eu não posso sentir isso por outro homem. — Alyssa falou para si mesma, ela se sentiu péssima por se sentir atraída por Nolan.

Chegando em casa, os seus pais já haviam chegado, todos se aprontaram para dormir, o dia de hoje foi bem agitado.

Virando de um lado para o outro, Alyssa não conseguia pregar os olhos, as palavras de Nolan ecoavam na sua mente, ela levantou-se e fez um chá, sentou-se na escada e olhou para o céu.

— Não consegue dormir? — Maria perguntou, ela havia levantado para ir ao banheiro quando viu a porta semiaberta.

— Não, e eu não quero viver a base de remédios, eles me deixam quase um zumbi.

— Tem alguma coisa acontecendo? 

— Sim mamãe, mais eu não quero falar sobre isso agora. 

— Tudo bem, mas não guarde tudo para si, eu estou aqui sempre para você, minha menina.

Maria senta ao lado da filha e fica ali por um bom tempo, até o sono chegar.

Enquanto isso, Nolan estava igual ou pior que Alyssa, ele nunca se sentiu tão perturbado por esta longe de alguém. Ele fechou os olhos e imaginou aquela mulher sendo sua, o ar lhe faltou mais uma vez, de forma alguma poderia viver dessa maneira, precisava se recompor.

A noite para os dois foi conturbada, no domingo ambos tentaram manter as suas mentes ocupadas, mais segunda-feira, mesmo que não quisessem se esbarrariam na empresa.

Mais uma semana se iniciava, Alyssa chegou na empresa e Beth disse que ela precisava organizar a sala principal, ela assim fez, com tudo pronto, ela avisou a Beth e foi para a próxima sala. 

Enquanto limpava viu Nolan seguir para a sala de reuniões, ele a olhou e voltou a sua atenção para a frente, Alyssa sentiu-se estranha, mais era melhor assim.

A reunião acabou e ela esperou todos saírem para começar a limpeza, Nolan passou por ela e ela se quer ousou olhá-lo, só entrou na sala e começou a limpeza.

Nolan entrou na sua sala e arrancou a sua gravata, parou de frente às janelas de vidro e abriu alguns botões.

— Nolan? — Evan o chamou entrando na sala dele

— Esqueceu como se bate? 

Evan ficou sem ação, Nolan só tratava as pessoas assim quando algo o tirava dos eixos, os negócios estavam ótimos, então, o que poderia ser?

— Beth, pode trazer dois cafés. — Evan pediu usando o telefone de Nolan. — O que está acontecendo? — Ele pergunta se sentando na cadeira a frente.

— Nada, Evan! O que você quer? — Nolan fala extremamente irritado.

— Eu te conheço, tem algo incomodando muito você.

— É uma mulher. — Nolan diz, talvez compartilhando isso com alguém o deixasse mais leve.

— A Erin? 

— Não.

— Não? E quem é? 

Beth bate na porta, deixa a bandeja sobre a mesa e sai.

— Vai me conta cara. — Evan insiste 

— Esquece, isso é irrelevante.

— Não, não, não! Te conheço há anos e nunca o vi assim por causa de mulher nenhuma, quero saber quem é! 

— É a Alyssa. — Nolan fala sentando-se.

— Quem é Alyssa? 

— A funcionária da limpeza.

— Ou, não estou aqui para te julgar, eu não reparo muito, mas vi ela e realmente é bem bonita, apesar da roupa não a valorizar, já há vi sair do expediente, e ela é uma mulher que chama atenção, mas você tem uma noiva, ou se esqueceu?

— Acha que eu não sei disso? Mais ainda assim eu a quero, eu disse a ela como eu me sentia. 

— Você o quê? — Evan fala cortando a fala de Nolan

— Ela me rejeitou, saiu quase que fugindo do meu apartamento. E eu precisei me controlar muito para não ir atrás dela. 

— E quando ela foi ao seu apartamento? Quando isso aconteceu?

— Sábado, eu estava bêbado, bebi para criar coragem, acredita? Eu liguei para ela, implorei para ela ir até mim. Estou ficando louco Evan, não consigo me concentrar em nada, eu tento mais, sinto que vou enlouquecer, não sei o que está acontecendo comigo, tento reprimir tudo isso, mas...Eu a quero, a quero demais.

Evan fica surpreso por ouvir o amigo falar daquele jeito, nunca viu Nolan dessa forma, e olhe que são amigos desde o ensino médio. 

— Não sei o que dizer, mas se, se sente assim com ela, deveria acabar com o seu noivado, se essa garota te deu um fora é porque ela sabe assim como todos que tem uma noiva, talvez ela não queria esta nessa posição.

— Já pensei sobre isso, vou terminar com a Erin no domingo, segunda-feira eu viajo e é bom que não preciso lhe dar com ela por pelo menos uma semana.

— Faça o que acha melhor, eu estou sinceramente impressionado com o seu estado, nunca o vi assim.

— Estou tão impressionado quanto você! Desde que eu coloquei os meus olhos nela, senti algo diferente, o meu coração acelerou e eu até fiquei fora do ar por alguns segundos, como que se eu já a conhecesse, é idiota falar isso, mais me apaixonei por ela no mesmo instante que a vi, só achei que era uma fantasia da minha cabeça, apenas uma atração.

— Eu não sei nada sobre paixão ou amor, mais estou aqui sempre que precisar desabafar, posso não ter bons conselhos, mas posso te ouvir.

— Obrigado cara. 

— Bom, vou voltar para a minha sala, se precisar de algo sabe onde me encontrar, e mais uma coisa, se gosta mesmo dela, não desista fácil.

— Obrigado.

— Aah. E não se esqueça do seu compromisso no sábado.

— Pode deixar. Agora vai trabalhar.

Evan sai e Nolan tenta focar no trabalho e manter a mente ocupada.

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