Lia Thomas
Pauline, mãe da minha amiga Alisson me chama para conversar, e eu vou
Pauline: Lia minha querida, eu sei a dor que você está sentindo, e sei que Joanne não queria que te ver dessa maneira -fala me abrancando com os olhos cheio de água- mas eu tenho algumas coisas para conversar com você.
Algum tempo atrás conversando com Joanne, ela me contou a respeito da sua mãe, me falou que tinha conversado com ela pois sua faculdade fica na mesma cidade que ela mora, e Joanne ainda ia falar disso com você, mas elas combinaram que você poderia ficar na casa dela se você quisesse, e agora que ela e a sua única parente e acredito que a Joanne ia conversar isso com você depois do resultado da carta, me sinto na obrigação de compartilhar essa informação com você.
Eu escuto tudo aquilo sem acreditar, que depois de tanto tempo ela ainda queira algum tipo de contato comigo, eu não sei nem como reagir a isso.
Pauline me entrega um envelope que tinha um papel com o endereço da minha mãe biológica, e outro com os números de uma conta.
Pauline: Sua mãe deixou isso comigo, como precaução, ela sempre guardou dinheiro para você nessa conta, não tenho ideia de quanto tem aqui, mas acredito que dê pra você se virar por um tempo até arrumar algum emprego.
Pego o envelope e guardo, e pego aquele da faculdade sem nenhum pingo de ânimo, e vejo aquele resultado que tanto esperávamos, eu tinha sido aceita pra fazer a faculdade que sempre sonhei, mas agora não tinha mais o mesmo sentido.
Eu fui aceita, e era um misto de emoções fiquei feliz por aquele resultado mas não era tão do mesmo jeito por não ter meu pais aqui pra comemorar comigo.
Arrumo minha mala e já vou atrás de uma passagem para o último ônibus, peço uma carona até a rodoviária e chegando lá consigo a última passagem.
Não sei nem o que sentir, de conhecer a minha mãe biológica não sei o que ela sente por mim, não sei se tem alguma idealização comigo, são muitos questionamentos que rodeiam minha cabeça.
Volto até a casa da Alisson, e Pauline havia preparado um pequeno jantar para nos despedimos, me sinto muito acolhida por ela e agradeço por todo cuidado que teve comigo, vou até o banheiro para fazer minhas higienes e terminar de arrumar minhas coisas.
Alisson e sua família me levam até a rodoviária no horário certo e nos despedimos, fico muito emocionada e algumas lágrimas escapam dos meus olhos ao subir no ônibus e deixar tanta coisa para trás.
Mas acho que os meus pais gostariam que eu seguisse em frente, e que fosse atrás de conquistar meus sonhos. Vou honrar a memória deles e fazer eles se orgulharem de mim de onde quer que eles estejam.
A viagem até Seattle é longa, mas como é de noite aproveito para dormir um pouco, acredito que só chegarei lá pela manhã.
A noite passa bem rápido, e como eu consegui dormir nem vi o tempo passar, chego até a cidade e pego o endereço que está na minha bolsa, e fico um pouco pensativa sobre o que será que está por vir.
Vou até um banco que havia próximo dali e saco algum dinheiro da conta que Pauline havia me dado naquele papel, saindo de lá pego um táxi e passo o endereço que eu tinha, algum tempo depois o carro para na frente de uma mansão, que tinha um jardim maior do que eu poderia alcançar com os olhos.
Me identifico no portão e digo que vim atrás de Beatrice Thomas, o segurança liga para algum lugar e um pouco depois me autoriza entrar, os portões se abrem e eu me perco ali dentro, o jardineiro um senhor muito gentil me indica o caminho que tenho que fazer até chegar na casa principal.
Fico espantada com tamanha riqueza, no campo não tínhamos nada parecido com isso.
Consigo chegar a entrada principal e sou recepcionada por Germana, a governanta, ela me pede para esperar um pouco na sala que a Beatrice está no salão que fica na lateral da casa, finalizando o cabelo e já vem até o meu encontro.
Sento ali no sofá e fico aguardando ela, cerca de 15 minutos depois ela surge, através da porta e um misto de sentimentos me arrebatam.
Mas todas as minhas dúvidas são respondias assim que ela decide falar
Beatrice: Então você é a famosa Lia, seus traços ainda lembram de quando era um bebê - fala totalmente inexpressiva- Então Lia, minha mãe pediu para que eu te acolhesse aqui na minha casa, e eu dei uma única condição, que aqui nos somos “irmãs”, não quero que ninguém saiba sobre a minha história, principalmente meu noivo o David.
Contei para ele que você viria, e ele concordou, ele sabe que nós somos irmãs e que meus pais te adotaram e é isso que você tem que dizer para qualquer pessoa que te perguntar - sinto um nó na minha garganta, eu fui muito tola em pensar que alguém que nunca me procurou teria algum sentimento por mim- estamos reformando alguns quartos e espero que você se acomode bem no quarto de empregada.
As lágrimas veem até meus olhos mas eu não vou dar a vitória para essa mulher.
Lia: Tudo bem Beatrice, espero que você esteja sabendo que nossos pais morreram há alguns dias - vejo a cara dela quase não mudar de expressões-
Beatrice: Nossa que pena, depois me diz onde estão enterrados que eu mandarei flores, para agradecer o grande presente que me deixaram -ouvir aquilo foi como um soco no estômago- de qualquer modo Germana indicará seu quarto
Ela sai me dando as costas e num passe de mágica Germana aparece, meus olhos ainda estão cheios de lágrimas e ela percebe.
Ao me deixar no quarto ela me pergunta o que eu gostaria de comer e eu falo que não estou com fome, Germana me diz que qualquer coisa que eu precisar dela não tenha vergonha de falar, concordo com a cabeça e ela sai do quarto.
Me deito na cama e só consigo chorar, por tantas decepções ao mesmo tempo, por perceber que Beatrice nunca se importou comigo e que se eu existir ou não, não faz diferença nenhuma para ela.
Não pensei que iria ser assim, e fico questionando se eu realmente deveria estar ali.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Família Soares
Beatrice é gente?
2025-01-17
0
Sandra Camilo
tadinha da lua , tomara que você vença ,essa maldita mãe safada não merece vc
2024-10-11
1