Lia Thomas
Não posso acreditar que estou preste a completar 18 anos, sempre sonhei com isso. Embora tenha crescido longe dos meus pais biológicos, eu sempre tive muito amor e carinho da minha avó e do meu avô os quais considero meus verdadeiros pais.
Fui criada muito bem, e meus pais sempre me incentivaram a estudar e correr atrás do meus objetivos, não somos ricos, mas graças a Deus nunca nos faltou o básico.
Como nós moramos no campo, não tem muitas opções de continuar os estudos, meu sonho é ser uma grande advogada e estou prestes a receber o resultado para a faculdade que eu apliquei, tenho quase certeza que serei aprovada pois sempre fui uma aluna exemplar.
Durante todo esse tempo da minha vida, nunca me envolvi com os garotos, pois sempre vi minhas amigas sofrerem muito, não me acho muito bonita, pois os garotos nunca chegaram em mim como chegam nas minhas amigas, como sempre fui focada nos estudos, isso não me afetou tanto.
Falando em amigas, eu nem sei como vou viver longe delas, nós temos sonhos diferentes e as meninas tem outros planos para a vida delas, mas é claro que nós sempre vamos nos falar, não quero perder nunca o vínculo que nós temos.
Coincidentemente o resultado da faculdade irá sair no dia do meu aniversário, e eu nem sei pra qual dos dois eu estou mais ansiosa, minha mãe sempre tenta me acalmar pois sempre diz que o que tiver de ser será.
As vezes bem la no fundo, eu imagino o que minha mãe biológica me diria, e se ela teria gostado de conviver comigo, me magoa bastante saber que ela preferiu viver a vida dela, mas eu prefiro não deixar isso me consumir, acho melhor não destinar toda minha energia para isso.
- Algum tempo depois-
Amanhã finalmente é meu aniversário e o resultado da faculdade, a única coisa ruim é que nesse período do ano é sempre chuvoso, não dá pra fazer nenhum tipo de comemoração ao ar livre, sempre quis fazer um pequenique mas as condições climáticas nunca foram favoráveis.
Minha mãe e meu pai se organizam para ir até a cidade buscar algumas coisas para o meu aniversário e que estão faltando aqui em casa, vejo o clima ficando cada vez mais pesado e digo para eles terem cuidado com a estrada.
Joanne: Nós vamos ter o cuidado que sempre tivemos minha filha - fala tentando amenizar minha preocupação-.
Lia: Tudo bem mãe, estarei aqui rezando para vocês irem e voltarem bem -digo, sentindo um aperto no coração-.
Joanne: Obrigada minha filha, nós voltaremos logo, qualquer coisa nos ligue, te amamos.
Foram saindo e fechando a porta em seguida, o meu peito logo ficou apertado, mas tentei tirar minha cabeça disso pois acho que é ansiedade, vou ocupar minha mente para passar o tempo.
Vou logo organizando a sala, e deixando tudo do meu jeitinho, puxo uma mesa para um lado coloco a cadeira para o outro e logo vai tomando forma.
O tempo vai passando e quando olho para o relógio já está na hora de almoçar, minha mãe deixou tudo preparado e eu vou só esquentar.
Não demora muito e tudo fica pronto, vou tomar um banho já que estou muito suada de arrumar as coisas e depois disso vou almoçar.
Quando estou terminando a minha refeição, eu escuto o telefone de casa tocar, e sinto um enorme aperto no meu coração, pois quase ninguém tem aquele número e dificilmente ele toca.
Quando atendo, não reconheço a voz que está do outro lado, só consigo escutar muito barulho de sirenes e gritos, meu corpo paralisa e eu perco o chão quando escuto o que o homem do outro lado da linda diz
Homem: Olá, encontrei esse número no telefone de uma mulher, eu sinto muito ter que dizer isso, mas houve um acidente muito grave na estrada, um engavetamento, seguido de capotamento e ninguém sobreviveu, estão levando os corpos até o hospital da cidade, alô ? Tem alguém aí ?
Sinto o chão abrir por baixo de mim, e uma dor avassaladora consumir meu corpo, eu derrubo o telefone do chão e caio para o outro lado
Não sei quanto tempo fiquei deitada no chão, acordo torcendo para tudo aquilo ser um pesadelo e que quando eu abra os olhos meus pais estejam lá comigo, mas não, eles não estavam.
Recobro lentamente os sentidos, e ligo em desespero para minha melhor amiga que me atende prontamente, tento explicar o que aconteceu mas as lágrimas não me permitem, soluço e choro ao mesmo tempo, e quase não consigo pedir ajuda.
Alisson corre até minha casa junto com os pais dela, mesmo sem entender quase nada do que eu havia dito, ela só sabia que era importante, e associou com o que tinha ouvido que aconteceu na estrada, ninguém sabia que tinha sido com os meu pais, mas estavam todos cientes do que havia acontecido ali próximo.
Eles me levaram até o hospital e ter que reconhecer os corpos foi a coisa mais difícil que eu fiz em toda minha vida, eu estava completamente sozinha agora, a dor era tão grande que chegava a ser uma dor física, eu não sabia explicar o que estava sentindo, mas não conseguia me controlar.
Os pais da Alisson me acolheram e me ajudaram a resolver todas as burocracias, eu não tinha cabeça para nada, e agradeço muito por eles, a mãe da Alisson era melhor amiga da minha mãe, ela estava um caco nós jamais imaginávamos que isso poderia acontecer.
Já se passou uma semana e até agora sinto meu corpo doer em todas as partes, Alisson pegou a carta que chegou para mim da faculdade e até agora não tive coragem de abrir, sem meus pais aqui sinto que tudo isso não faz mais sentido.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Mari Silva
/Sob/ tadinha ficou órfã , agora começa o sofrimento dela/Scowl/
2024-12-13
0
Família Soares
muito boa sua escrita! me prendeu com certeza
2025-01-16
0
Marina lopes
não deixa ela ir atrás da mãe dela não,nunca quiz ela ,que lute por ela ser uma grande advogada
2024-10-15
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