Ester Montenegro
A festa de 70 anos de Dona Ester Montenegro não era apenas um evento social; era uma comemoração de tributo à vida de uma mulher que encarnava a força e a elegância. Ao olhar para ela, uma matriarca que exibia charme e carisma com uma postura sem igual, meu coração se enchia de admiração. Mas o que realmente me cativava eram seus olhos, aqueles olhos que brilhavam com uma energia jovem, capazes de atravessar qualquer fachada e enxergar a essência das pessoas. Dona Ester não era apenas respeitada; ela era amada, era uma rocha sólida em meio às tempestades da vida familiar.
Mas havia uma sombra pairando sobre essa celebração: Francine.
Minha prima, namorada de Lucas, mesmo não sendo aceita pela Dona Ester e nem da família. Eu via como ela tentava chamar a atenção de Lucas com seu charme superficial, enquanto Dona Ester enxergava através das artimanhas dela. Francine não era apenas ambiciosa; ela era manipuladora, e sua verdadeira intenção se revelava como um veneno sutil nas relações.
A festa foi planejada com um cuidado quase reverente. O salão da mansão estava exuberante com a luz e esplendor, adornado com cristais cintilantes e flores brancas como a pureza do amor que Dona Ester sempre promoveu. Uma mesa repleta de iguarias dignas dos mais renomados chefs se estendia diante de mim, enquanto um bolo majestoso, com cinco andares cobertos por flores de açúcar e detalhes em ouro comestível, dominava o ambiente.
Os convidados eram figuras ilustres: empresários influentes, celebridades locais e até políticos. Era o retrato perfeito do poder e da elegância que cercava a família Montenegro. Lucas aparecia deslumbrante em seu terno sob medida, refletindo a confiança que ele havia cultivado ao longo dos anos ao lado da mãe e da irmã. O orgulho do pai resplandecia em seus olhos.
Eu estava ali representando os meus pais por conta da parceria entre eles e a família Montenegro. Mesmo me sentindo um tanto deslocada em meio à opulência, Dona Ester me envolveu em sua aura acolhedora, como se eu fosse parte daquele mundo.
Mas a noite tomaria um rumo perigoso e diferente. Francine estava deslumbrante em seu vestido vermelho provocante, mas eu sabia que aquele brilho ocultava intenções malignas que eram dignas dela. O sorriso dela era como uma máscara enganosa; enquanto todos admiravam sua beleza, eu percebia a predatória ambição em seus olhos.
— Você está lindo hoje, amor — ela disse, deslizando a mão pelo braço de Lucas com uma sedução exagerada e calculada.
— Obrigado, amor— respondeu ele distraído.
Para aquela noite ela tinha um plano que era insidioso: pretendia misturar um sedativo na bebida de Lucas para deixá-lo vulnerável. Pois tinha a intenção de transformá-lo em uma marionete em suas mãos, forçando-o a aceitá-la como sua noiva sob ameaças cruéis e em seguida esposa.
Enquanto conversava com alguns arquitetos conhecidos no canto do salão, me senti estranha, minha vista ficou turva e fui amparada por Dona Ester, que milagrosamente passava naquele instante e me levou para o andar de cima, para me ajudar, vi Francine se aproximar de Lucas com dois copos nas mãos. Meu coração disparou ao perceber o olhar predatório que ela lançava.
— Trouxe algo especial para você relaxar, amor— disse ela com um sorriso que não chegava aos olhos, eu a olhava enquanto subia as escadas amparada por Dona Ester.
Lucas aceitou o copo sem hesitar. Antes que pudesse tomar um gole, Dona Ester apareceu como um anjo guardião.
— Lucas, precisamos conversar agora, venha — sua voz era firme e carregada de amor protetor.
— Claro, vó. Já retorno, amor — respondeu ele sem perceber o perigo iminente.
O semblante de Francine escureceu momentaneamente enquanto Lucas seguia Dona Ester para o andar superior.
No quarto da matriarca, Dona Ester fechou a porta atrás deles e falou:
— Lucas, quero discutir sobre Lívia.
— Lívia? Por quê? — perguntou ele confuso.
— Ela não está bem. Dei-lhe um remédio para descansar; você poderia ir vê-la e ajudar? Preciso continuar a dar atenção aos convidados e vocês são amigos. Obrigada meu neto amado.
Lucas parecia perdido em seus pensamentos enquanto assentia. Mas antes de sair do quarto, pegou o copo que havia deixado na mesa e tomou um gole despreocupado.
— Cuidado com o que você bebe — advertiu Dona Ester com preocupação crescente.
Minutos depois ele entrou no meu quarto onde eu estava repousando sob os efeitos do remédio. Mal percebi sua presença até ouvir sua voz suave chamando meu nome:
— Lívia?
— Lucas? O que você faz aqui? — minha voz soou mais fraca do que eu pretendia.
Ele sentou-se na beira da cama; seu olhar estava turvo e confuso.
— Não sei... Estou me sentindo estranho...
Antes que eu pudesse reagir ou perguntar mais sobre isso, ele caiu ao meu lado na cama e nossos olhares se cruzaram num instante carregado de intensidade. O mundo ao nosso redor desapareceu; tudo que restava era aquela conexão inexplicável entre nós dois.
Enquanto isso, no salão resplandecente onde todos celebravam a vida de Dona Ester, Francine começava a sentir os ventos mudarem. Seu plano diabólico estava desmoronando diante dos seus olhos traiçoeiros; ela buscava desesperadamente por Lucas sem saber onde ele estava ou o que realmente acontecia, que ele não descia pois, ela já tinha visto Dona Ester interagindo com os convidados.
Naquela noite fatídica, as linhas do destino se entrelaçam de maneira surpreendente. O que Francine havia arquitetado para manipular Lucas acabou unindo nossos destinos de uma forma inesperada e profunda. E assim começou uma nova história entre nós dois – uma história marcada por segredos revelados e sentimentos inesperados – mudando nossas vidas para sempre.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Euridice Neta
Então dona Ester deu um empurraozinho pro casal frustrando os planos de Francine amei... só vamos ver como tudo vai seguir agora uma coisa é certa Francine não vai deixar barato... e que refém os tambores!!
2025-03-09
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gata
Eita , agora vou ler de vdd 🙂 05/01/2025
2025-01-07
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Anonymous
O tiro saiu pela culatra
2024-12-17
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