Capítulo 5

Paulo

Terminei todos os andares que me foi passado, e só faltava o banheiro masculino para eu terminar o meu turno.

Entrei no banheiro, e comecei a lavar o chão, pois estava encardido, só pano não ia resolver, coloquei uma placa amarela dizendo que o chão estava molhado, que era para ter cuidado.

Terminei de lavar, limpei os vidros, os espelhos, reguei as plantas, quem coloca planta no banheiro? Cada gosto.

Finalizado, estava saindo, quando o irmão da Serena entrou no banheiro. Ele usou a cabine e quando saiu deu um risinho.

— Oh faxineiro! Pingou um pouco no chão…

Fui lá ver, o filho da puta urinou no chão de propósito, isso não é uns respingos, é uma poça. Respirei fundo e fiz o meu trabalho, limpei o chão novamente e quando sai da cabine, vi o espelho com gotas de água, como se chacoalharam as mãos, limpei e sai desse banheiro finalmente.

O meu turno, que era para ter terminado às cinco horas da tarde, terminou às cinco e meia.

Quando eu estava na entrada da empresa, vi um homem tentando recolher as coisas que estavam no chão e fui ajudar.

— Obrigado, cara! Eu não esperava esse vendaval, derrubou todos os meus papeis. — Disse muito preocupado com os documentos.

— Não precisa agradecer. — Dei as folhas em sua mão.

— Você é novo aqui, né? — Perguntou, e se levantou.

— Sou, comecei hoje, na verdade.

— Entendi, sou Giovane, tecnicamente também estou começando hoje, mas cresci nessa empresa, por isso conheço todos os funcionários. — O loiro explicou. — Bom, eu tenho que ir. Valeu de novo. Qual o seu nome?

— Paulo.

— Valeu, Paulo. — Ele apertou a minha mão.

Ele entrou e eu fui para o ponto de ônibus.

A empresa era um pouco longe da onde eu morava, eu precisava de um ônibus e um metrô para chegar até a casa da minha irmã.

Vou esperar passar os três meses de experiência, e vou alugar um canto para mim, morar com a minha irmã é legal e sou grato a ela por ter me recebido, mas ela precisa de privacidade dela, principalmente porque ela namora.

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Quando eu cheguei em casa, Gabi não estava, então tomei banho e fui ajeitar a casa, não estava afim de cozinhar, por isso apenas fiz um miojo e me joguei na frente da televisão.

Gabi chegou já era de noite, ela tirou o sapato, colocou no canto da sala, foi até a cozinha, voltou com um pote de sorvete e uma colher, se jogando no sofá ao meu lado.

— Que foi mana? — Prrguntei e dei pausa na série.

— Davi terminou comigo. — Disse triste.

— Sério, porque?

— Segundo ele, eu era fria e sem graça. Ele queria um romance quente. Você sabe do que ele está falando né?

— Que canalha! Vocês ainda não…

— Não, eu não consigo me sentir segura, mano. Sei lá, eu não consigo ainda, irmão. Mesmo após as terapias com psicólogos e os tratamentos com o psiquiatra, eu acredito que eu nunca vou… — Gabi estava para baixo e triste.

Não era o primeiro cara, que dava um fora nela, por causa de sexo.

— Você quer saber, o que eu penso? — Ela confirma. — Eu acredito que você ainda não encontrou o homem certo, porque tenho certeza que quando encontrar, ele saberá te levar até o céu. Só por favor, não me deixa saber.

— Eu te amo, sabia?

— Eu sei. Eu também amo você. — Abracei ela, e trouxe ela para os meus braços, às vezes me sinto em dívida com ela.

Ficamos o resto da série, só abraçados e sentindo o carinho um do outro. A minha mana que eu amo demais.

Esperei a minha irmã ir dormir e fui até a casa do Davi, apertei a campainha e o desgraçado já estava com outra.

— Paulo... — Atendeu a porta assustado.

— Eu ia te partir a cara. Mas, você não vale a pena, você não sabe a preciosidade que deixou escapar, e quando perceber isso será tarde demais. Pois, a Gabi, ela é incrível, e se sexo é mais importante para você, que bom então que largou a minha irmã, tem males que são livramentos e um dia ela irá entender isso.

Voltei para a casa pois eu ainda precisava dormir, para ir ao trabalho cedo.

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