Capítulo 13:O Amanhecer da Eternidade.

O silêncio que se seguiu à derrota de Akuma era profundo, quase tangível. O campo de batalha, outrora vibrante com a energia da luz e das sombras, agora parecia um lugar sagrado. A quietude envolvia Shin e Yuna, que permaneciam de joelhos, exaustos. O céu, que antes se agitava em caos, começava a clarear, e os primeiros raios de sol surgiam no horizonte, iluminando suavemente seus rostos.

Yuna abriu os olhos lentamente, sua respiração ainda irregular. O peso da batalha final estava desaparecendo, e em seu lugar, uma nova sensação tomava conta de seu coração: liberdade. Não era a liberdade que ela imaginava – de correr pelos campos ou lutar ao lado de Shin como antes – mas uma liberdade mais profunda, que transcendia o físico.

"Shin..." sua voz era um sussurro suave, como o vento que começava a soprar levemente entre eles. Ela apertou a mão dele com força, como se tentasse ancorar-se à única coisa que ainda parecia real.

Shin, também ofegante, virou a cabeça para olhar para ela. Seu semblante, geralmente sombrio e reservado, suavizou-se ao encontrar o olhar de Yuna. A intensidade da batalha, o peso da escolha que haviam feito, e o futuro incerto à sua frente — tudo parecia se dissipar ao encarar os olhos dela. "Yuna... nós conseguimos. O equilíbrio foi restaurado."

Ela sorriu suavemente, um sorriso carregado de emoção. "Sim, conseguimos. Mas... agora somos parte desse equilíbrio, não é? Parte de algo maior, eterno. Isso significa que nunca seremos... exatamente como antes."

Shin assentiu, mas havia uma calma em seus olhos. Ele entendia o que aquilo significava, mas também compreendia algo mais profundo. "Nunca seremos como antes," ele começou, entrelaçando seus dedos nos dela, "mas isso não significa que não seremos felizes, Yuna. O que temos vai além de tudo o que já conhecemos. Estamos conectados a este mundo, às forças que o moldam... e, mais importante, um ao outro."

As palavras dele tocaram profundamente o coração de Yuna. Ela nunca imaginou que encontrar alguém como Shin traria tanto significado à sua vida. Ele era a sombra que equilibrou sua luz, e agora, mais do que nunca, ele era parte de sua alma. "Shin," ela começou, com um tom de voz mais suave e íntimo, "não importa onde estejamos, ou o que nos tornamos... eu só quero estar com você. Se isso é o que significa ser parte do equilíbrio, então eu aceito. Contanto que estejamos juntos."

Shin ergueu uma das mãos, delicadamente tocando o rosto de Yuna. O toque era suave, mas carregava consigo o peso de todas as batalhas, de todos os sacrifícios que haviam feito para chegarem até ali. "Yuna," ele murmurou, sua voz firme e cheia de afeto, "não há lugar no universo onde eu prefira estar. Mesmo que sejamos eternos, ou que nossa existência se transforme em algo além do que compreendemos... você será sempre a minha luz. E eu nunca vou deixar isso escapar."

Ela inclinou-se para ele, e por um momento, o tempo pareceu parar. O mundo ao redor, os campos devastados pela batalha, o céu que clareava, tudo desapareceu. Havia apenas eles, dois corações entrelaçados, unidos por algo mais forte que a simples mortalidade.

E então, sem dizer uma palavra, Shin a beijou. Foi um beijo suave, mas cheio de significado, como se estivessem selando uma promessa de amor eterno. A luz suave do amanhecer os envolvia, e naquele momento, ambos sentiram que, apesar de terem perdido sua liberdade mortal, haviam ganho algo muito mais precioso: a eternidade um ao lado do outro.

Quando o beijo se desfez, Yuna encostou sua testa na de Shin, ambos respirando juntos, em sintonia. "Se isso é o que significa ser eterno, então eu estou em paz," ela disse, com um sorriso sereno.

"Eu também," ele respondeu, e um raro sorriso curvou seus lábios.

Eles ficaram ali por algum tempo, aproveitando o silêncio, o nascer do sol, e o sentimento de unidade que agora os envolvia. O mundo ao redor estava em paz, e apesar de saberem que novos desafios surgiriam com o tempo, eles estavam prontos. Não mais como guerreiros solitários, mas como parte de um equilíbrio cósmico, onde luz e sombras coexistiam em harmonia.

O reino de Azura, agora livre do vazio, começava a renascer. Os habitantes, embora ainda recuperando-se do impacto da batalha, sentiam uma nova energia no ar — uma energia de esperança, renovação e equilíbrio. O sacrifício de Shin e Yuna não seria esquecido, e suas lendas seriam contadas por gerações.

Mas para eles, as lendas eram apenas o começo. A eternidade os aguardava, e juntos, eles enfrentariam tudo o que viesse. Naquele novo amanhecer, Shin e Yuna entenderam que o verdadeiro poder não estava apenas na luz ou nas sombras, mas no amor que transcendeu tudo — o amor que os uniu para sempre.

Epílogo: O Eco Eterno

Nos anos que se seguiram, o nome de Shin Kuroshi, o Senhor das Sombras, e Yuna Tsubasa, a Cavaleira da Luz e da Justiça, tornou-se uma lenda imortal. Histórias sobre sua coragem, seu sacrifício e seu amor eterno se espalharam por todos os cantos do reino. Diziam que, nas noites mais silenciosas, era possível sentir o equilíbrio no ar — o eco do amor entre luz e sombras que unia o destino de todos.

E, em algum lugar entre o crepúsculo e o amanhecer, Shin e Yuna continuavam, juntos, guardando o mundo que haviam salvado, amando um ao outro por toda a eternidade.

Continua...

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