Capítulo 4

"Sim. É isso mesmo, vó. Encontrei uma caixa com as suas receitas de medicina tradicional", disse Abas.

"Mas por que você não as pegou?", respondeu a avó.

"Vó, eu não sei como usá-las", confessou Abas.

"Bas, você se lembra do conselho que eu sempre te dou?"

"Claro, vó. Viver sempre grato e valorizar o que temos, porque lá fora com certeza tem gente em pior situação do que nós."

Um sorriso suave se espalhou pelo rosto enrugado da avó. Ela então segurou as mãos de Abas.

"Exatamente. Por isso, quero te passar o meu dom da massagem", disse a avó.

"O quê?!", Abas ficou surpreso, pois nunca teve a intenção de herdar o dom da massagem de sua avó. "Mas, vó. Eu..."

As palavras de Abas foram interrompidas quando ele viu as mãos de sua avó brilharem. Os olhos de Abas se arregalaram. Principalmente quando viu a luz começar a se transferir para suas próprias mãos.

Aos poucos, a luz se intensificou. Até que, por reflexo, Abas fechou os olhos. Em um instante, ele acordou de seu sono.

Abas respirou fundo. Ele imediatamente olhou para suas mãos, uma de cada vez. Mas suas mãos pareciam normais, como sempre.

"Que sonho estranho", murmurou Abas.

Naquele momento, Tari chegou. A mulher parecia exausta. Ela também esfregava as costas com uma das mãos.

"Você já está em casa", cumprimentou Abas, aproximando-se de Tari.

"Não está óbvio? Aqui! Guarde isso no armário número cinco". Tari simplesmente jogou a bolsa para Abas.

"Está bem". O rosto de Abas, que antes estava radiante, tornou-se inexpressivo. Ele então guardou a bolsa de Tari no armário de sua coleção.

Tari trabalhava na empresa do pai. Ela ocupava o cargo de vice-diretora lá. Portanto, era natural que Tari estivesse sempre ocupada.

E era por causa desse trabalho que Tari se sentia superior a Abas. Ela o considerava um inútil. Era por isso que o tratamento de Tari com Abas havia mudado drasticamente. Eles não faziam sexo havia anos. Tudo aconteceu naturalmente porque Tari raramente estava em casa.

"Você deve estar exausta." Abas se aproximou de Tari novamente.

"Lógico! Meus ombros estão horríveis", reclamou Tari. Ela já havia tirado a camisa. Agora, ela estava apenas com uma regata branca. Tari continuou massageando os próprios ombros.

"Quer que eu faça uma massagem?", ofereceu Abas.

Tari olhou para Abas. "Suas massagens são horríveis!", recusou.

"Qual o problema em tentar? Talvez alivie a sua dor", respondeu Abas.

"Tanto faz", respondeu Tari. Apesar disso, seu rosto ainda estava franzido. Agora, Tari quase nunca mais sorria para o próprio marido.

Ao contrário de Abas. Ele sempre sorria e era paciente ao lidar com sua esposa. Não importava o quanto o comportamento de Tari em relação a ele mudasse.

"Sente-se", pediu Abas.

Tari então se sentou na beira da cama. Ela se sentou de costas para Abas. Então Abas começou a massagear os ombros da mulher. Com cuidado, as mãos de Abas massageavam os ombros de Tari.

"Onde está doendo? Aqui?", perguntou Abas.

"Um pouco para a direita", respondeu Tari.

"Aqui?", Abas confirmou.

"Isso. Aí. Ahh... Que delícia..." Tari estava realmente apreciando a massagem de seu marido.

"Que bom que você está gostando", disse Abas.

"Sua massagem está ótima. Não era assim antes", comentou Tari.

"Sério? Que bom. Quer que eu faça nas suas costas também?", ofereceu Abas. Na verdade, ele estava armando uma. Para ser sincero, Abas não fazia sexo com Tari há muito tempo e sentia falta disso.

"Pode ser". Tari concordou.

"Então tire a regata e o sutiã", pediu Abas.

"Tirar a roupa?". Tari pensou por um momento. Logo, ela tirou a regata e o sutiã.

Os olhos de Abas se arregalaram. Ele não esperava que Tari tirasse toda a roupa. Realmente, Abas sentia muita falta do corpo bonito de sua esposa.

"Vou pegar um hidratante para facilitar a massagem", disse Abas, animado.

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