Capítulo 4

É compreensível que Siska não quisesse o talismã de atração da alma, já que suas condições são muito pesadas e envolvem tirar uma vida. Talvez quem o usa não se importe em ter relações com o Genderuwo, pois é o próprio demônio que as faria virgens novamente após servi-lo. Mas, pelo visto, é preciso haver um sacrifício de vida a cada ano para que o talismã não consuma o corpo do usuário. Andini ficou chocada com a descrição tão cruel do talismã; ela era apenas uma novata em assuntos ocultos como este. Foi Siska quem a convidou para pedir um amuleto a Mbah Karso. A garota provavelmente era frequentadora assídua, pois o feiticeiro pareceu íntimo dela desde o momento em que chegaram.

Siska pediu apenas um talismã para o rosto, para tornar seu sorriso doce e sua aparência encantadora - nada de talismãs poderosos que exigem o sacrifício da vida de outra pessoa. Talvez Siska não tivesse coragem, pois o risco era enorme; um passo em falso e seria a própria vida dela a ser consumida pelo talismã. Andini estava confusa sobre qual talismã escolher, pois seu rosto já era bonito. Siska até disse que ela não precisava de nada para o rosto e sugeriu que ela investisse "naquilo", pois os homens ficariam decepcionados ao descobrir que Andini já estava "frouxa".

"Existe algum outro talismã que deixe tudo firme, Mbah?", Andini finalmente perguntou.

"Existe, mas eu não o possuo! Devo alertá-la, os talismãs para as partes íntimas também são muito arriscados", alertou Mbah Karso.

"Você está dizendo isso para forçar a Andini a pegar o talismã do Genderuwo, não é?", acusou Siska.

Mbah Karso balançou a cabeça em negação. Talismãs para as partes íntimas realmente traziam muitos riscos, pois aquela era uma área sagrada. Muitas doenças poderiam surgir se não fossem tratadas adequadamente. Na verdade, todos os talismãs apresentavam grandes riscos; até mesmo os talismãs faciais poderiam causar a morte prematura do usuário se não fossem removidos a tempo.

Tudo o que estava relacionado a feiticeiros e ocultismo era realmente arriscado. Andini engoliu em seco, pois estava com dificuldade em decidir como viver sua vida agora. Ela também tinha certeza de que sua vagina estava mais "frouxa", pois sentia dor quando era usada pelos amigos desrespeitosos de Yogi. Foi Yogi quem arruinou a vida de Andini. Se ele não tivesse estuprado sua irmã, Andini não teria se desesperado a ponto de se vender; ela até então trabalhava honestamente, embora seus ganhos estivessem longe de ser suficientes.

"Pense bem no que você quer, não seja precipitada", disse Mbah Karso.

"Mas nem pense em pegar esse talismã, An! Não quero que você sacrifique a vida de outras pessoas", Siska a impediu.

"Claro que não, eu não vou pegar esse talismã", Andini balançou a cabeça lentamente.

Siska terminou de receber seu talismã de Mbah Karso. Depois de pagarem, elas foram embora, já que Andini não havia escolhido nenhum. Havia muitas pessoas na fila, a maioria mulheres que, pelo visto, queriam talismãs para fins profissionais.

"Está vendo aquela mulher que saiu do carro? Ela é a jovem esposa de um CEO", Siska sussurrou.

"Ela veio aqui para pegar um talismã também?", Andini perguntou em voz baixa.

"Ela usa o talismã do Genderuwo. Com ele, ela enfeitiçou o CEO e se tornou rica. Ela costumava ser apenas a empregada doméstica dele!", disse Siska em tom sério.

"Parece que esse feitiço é muito poderoso, Mbak", murmurou Andini, sentada na moto.

"Ele é poderoso mesmo, por isso o preço que ela paga não é brincadeira. Imagine só, todo ano precisa haver um sacrifício", Siska estalou a língua, horrorizada.

Andini permaneceu em silêncio na moto, seus pensamentos correndo soltos. Ela sentia seu coração palpitar, ouvindo um chamado interior muito forte para pegar o talismã. Se ela o usasse, ficaria rica, pois poderia atrair muitos homens e sugar todo o dinheiro deles, em vez de servir apenas a Yogi e seus amigos, que certamente voltariam a abusar dela depois de terem experimentado seu corpo.

Enquanto Yogi não aprendesse a lição e continuasse andando com aqueles bêbados, as coisas continuariam assim: quando estivesse sem dinheiro, ele exploraria sua irmã. E se Andini também não tivesse dinheiro, seria vendida para os amigos dele.

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Mbah Karso sorriu abertamente ao ver a garota que o havia procurado três dias atrás retornar. Usando um hijab preto e óculos escuros, Andini mantinha a cabeça baixa, envergonhada por ter que pedir o talismã a Mbah Karso depois de tê-lo rejeitado no passado, dizendo que não seria capaz de cumprir as condições.

"Relaxe, querida! Não precisa se sentir culpada ou com medo enquanto eu o coloco em você", disse Mbah Karso.

"Serei eu quem terá que matar alguém, Mbah?", perguntou Andini, tremendo.

"Sim, será você. O Genderuwo lhe dará um veneno sobrenatural e você terá que dá-lo ao homem que escolher", explicou Mbah Karso.

"A polícia não vai investigar, vai?", Andini ainda estava apreensiva com isso.

Mbah Karso balançou a cabeça em negação e explicou que a polícia não poderia interferir, pois o veneno sobrenatural era invisível e impossível de ser rastreado. O homem morreria repentinamente, embora sua morte pudesse ser considerada um tanto grotesca.

"Quanto custa esse talismã?", perguntou Andini, que não tinha muito dinheiro.

"Trinta milhões! Se você não tem o dinheiro agora, pode pagar depois, quando já tiver ganho o suficiente. Trinta milhões é barato, não se compara ao dinheiro que você ganhará. Posso garantir que em apenas uma semana você terá algo entre cem e duzentos milhões", disse Mbah Karso, confiante.

Os olhos de Andini se arregalaram ao ouvir a quantia mencionada pelo feiticeiro. Ela ainda estava em dúvida se queria pagar tanto por um talismã; para ela, esse valor era absurdamente alto. Como um simples talismã poderia custar tanto?

"Não precisa me pagar agora. Experimente o poder do talismã depois que eu colocá-lo e pague depois", desafiou Mbah Karso.

Aparentemente, este talismã era realmente extraordinário, a ponto de o próprio feiticeiro desafiar Andini a experimentá-lo. Então, Andini concordou em fazer o procedimento naquele momento.

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