A cada dia que passava, Andini recebia mais e mais ofertas de pessoas que descobriam que ela podia ser comprada. Naquele momento, seu grupo também sabia que Andini se vendia para suprir todas as necessidades da casa. Afinal, Andini era a única provedora da família. As responsabilidades da jovem de dezessete anos eram enormes, pois ela tinha que cuidar da mãe e colocar o irmão mais novo na escola. Tudo isso exigia muito dinheiro, sem mencionar Yogi, que adorava gastar dinheiro com bebidas e festas como se fosse rico, enquanto Andini trabalhava duro para conseguir dinheiro, literalmente se esforçando ao máximo.
"O que foi, An?" Siska se aproximou dela quando o evento terminou.
"Ah, nada, só estou cansada", Andini mentiu.
"Seja honesta, o que houve? Aquele criador de gado te convidou, mas você recusou! E eu tenho te achado em agonia. O que está acontecendo com você?", Siska insistiu.
Quanto mais Siska perguntava, mais Andini chorava. Siska era a mais próxima dela, a mais gentil, sempre disposta a ouvir suas mágoas e nunca contar para mais ninguém. Ela sabia o quão difícil era para Andini. Com apenas três anos de diferença - Siska tinha vinte anos - ela também se vendia por dinheiro.
"É o Yogi, Mbak..."
Antes que Andini pudesse dizer mais, ela começou a chorar, deixando Siska chocada. Deviam ser problemas familiares, pois Andini mencionou o nome do irmão. Aquele jovem era um inútil que nunca ajudava a irmã a sustentar a família. Só sabia gastar o dinheiro que Andini ganhava com tanto esforço. Siska também sabia que Yogi já havia estuprado a irmã. Ela estava furiosa, mas não podia fazer muito para ajudar Andini.
"Calma, o que ele fez dessa vez? Ele te estuprou de novo?". Siska tremeu, com medo de ouvir a resposta.
"Desta vez não foi só ele. Yogi me vendeu para os amigos dele, e ganhou dinheiro com os cinco jovens que me estupraram", Andini soluçou.
"Meu Deus, meu Deus!" Siska abraçou Andini com força, sentindo sua dor.
Um já era demais para elas, pois os homens que as compravam eram sempre brutos, e agora eram cinco! Não era à toa que Siska notara Andini mancando, provavelmente de tanta dor.
"Por que Yogi é tão cruel comigo? Huhuuuu..."
Andini chorou nos braços de Siska, a única que a entendia. Siska também chorava, de tanta raiva do comportamento desprezível de Yogi.
"Eu me vendo por causa dele, mas ele pega todo o dinheiro que eu ganho! E agora ele me vendeu para os amigos dele! Eles me machucaram muito!", lamentou Andini.
"Seja forte, Mbak. Eu sei que você é forte", Siska consolou Andini, enxugando suas lágrimas.
"Dói, Mbak! Dói muito porque eles colocaram as mãos também...", Andini gemeu.
Siska imaginou o estado da genitália de Andini depois de ser abusada por cinco homens. Os clientes reclamariam se pagassem caro por algo tão usado, que mais parecia um túnel, sem nenhuma pressão.
"Eu vou ver minha curandeira. Quer ir comigo?", Siska convidou.
"Curandeira? Ela faz simpatias para atrair clientes?", perguntou Andini.
Siska assentiu e a convidou para sair dali imediatamente. Elas foram na moto de Siska para a casa da curandeira, a responsável pelo sucesso de Siska apesar de sua falta de beleza. A curandeira fazia Siska parecer bonita, mas apenas para os homens. Para as mulheres, ela era completamente comum.
"Que lugar assustador, Mbak...", Andini murmurou, com medo.
"É a casa de uma curandeira, é claro que é assustador", respondeu Siska.
Siska puxou Andini para dentro da casa para se consultarem com a curandeira. Elas se sentaram para esperar, pois muitas pessoas procuravam Mbah Karso em busca de amuletos e outros serviços. A curandeira era famosa por seus poderes, inclusive por curar a infertilidade.
Após uma hora, era a vez de Siska e Andini. Elas entraram e Siska cumprimentou a curandeira com um aperto de mão, seguida por Andini. Mbah Karso sorriu ao ver uma nova cliente, significando mais dinheiro para ela.
"Quero experimentar algo novo, Mbah", disse Siska.
"Claro, você pode usar o mais poderoso se quiser", ofereceu Mbah Karso.
"As exigências do primeiro são muito pesadas para mim. Não acho que consigo", Siska recusou.
"E você? Quer tentar?", Mbah Karso perguntou para Andini.
"Primeiro a senhora explica, Mbah! Não dá para oferecer sem explicar nada", Siska interveio.
Mbah Karso riu baixinho. Ela era bem-humorada, sem nenhuma aura maligna, apenas alguém com a profissão errada. No fundo, ela seria uma ótima atriz.
"O principal é o implante de Genderuwo. Este implante é muito poderoso, pois faz com que a usuária seja sempre virgem. Não apenas a torna extremamente apertada, como também faz com que sangre, permitindo que você cobre um preço alto dos seus clientes", explicou Mbah Karso.
"Isso parece bom! Por que você não quer, Mbak?", Andini perguntou a Siska.
"Espere ela terminar de explicar", respondeu Siska.
"Este amuleto é raramente usado, apesar de ser muito poderoso, porque as pessoas não conseguem lidar com as exigências", disse Mbah Karso.
"Quais são as exigências, Mbah?", Andini estava muito curiosa.
A fumaça do cigarro de Mbah Karso se misturava com a fumaça do incenso, criando uma atmosfera peculiar, com um odor agridoce que poderia ser perturbador para os não acostumados.
"A pessoa que usar este implante precisa estar pronta para fazer sexo com o Genderuwo toda terça-feira à noite, pois é ele quem a mantém virgem. E a cada vez, ela também deve oferecer uma vida em sacrifício", explicou Mbah Karso.
Não era de admirar que Siska não tivesse coragem de usar o implante. As exigências eram muito pesadas e arriscadas. Talvez fazer sexo com o Genderuwo não fosse um problema, mas sacrificar uma vida toda vez era demais.
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Atualizado até capítulo 100
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