Capítulo 14

Da primeira vez eu não sabia o que fazer, mas agora sei que devo tocar com a minha língua na dele. Da outra vez fiz isso e deu certo, pois percebi que ele gostou. E eu também gostei de sentir a língua dele na minha, me deu um choque que percorreu por todo meu corpo. Ele pega na minha bunda e me coloca no seu colo e se senta na cadeira comigo. Ele sai do beijo e fica olhando em meus olhos.

— O que você está fazendo comigo, Amélia?

— Eu não sei... Isso é ruim?

— Não, é bom, mas é uma sensação que eu não posso sentir. Não tenho o direito de ser feliz, não depois do que eu fiz.

— Como assim? O que você fez? — Ele abre a boca e a fecha sem me responder. Eu fico sem entender nada. Ele acaricia os meus cabelos, sorrindo.

— Está mais linda com esse cabelo. Ficou bem mais ruivo do que já era. Hoje à noite vamos tomar banho juntos, e eu vou te ensinar como se depilar. Quero ela bem lisinha para poder chupar com mais gosto. Você gostou de ontem à noite?

— Gostei sim, e quero fazer de novo todo dia. — Ele sorri e me puxa mais uma vez para me beijar, mas dessa vez ele cola os nossos corpos e posso sentir o pau dele entre nós dois.

Alguém bate na porta, e ele se afasta, me segura e me desce da mesa. Ele manda entrar, e o Edson pede para falar com ele a sós. Parece um pouco preocupado.

— Amélia, vai arrumando as suas coisas para a escola. Depois vamos conversar. — James pede, e eu saio de lá, curiosa para saber o que aconteceu para ele estar com aquela cara.

Subo as escadas e vou ao meu quarto. As roupas já estão todas no closet, todas arrumadas em seus devidos lugares. São tantas coisas que eu nem sei por onde começar a olhar. Nem sei o que vestir hoje no meu primeiro dia de aula. Alguém bate na porta e eu mando entrar. Lá vem a Lira com um copo de suco para mim.

— Você está melhor, senhora? — Ela balança a cabeça negando. — O que aconteceu?

— Menina, a minha irmã, a Lourdes, ela foi encontrada toda machucada no porão da casa do seu pai. Seu pai bateu tanto nela que ela ficou em coma. Eu sei que você não tem culpa, ela quis te ajudar, mas isso pode ter custado a vida dela.

— Eu sinto muito, eu nem sabia que ela ia me ajudar. Ela simplesmente mandou eu não dormir naquela noite e de madrugada me levou até o carro e mandou eu pra cá. Me perdoe, por favor. — Encho os meus olhos de lágrimas e me aproximo dela.

Ela coloca a bandeja em cima da cômoda e me abraça, chorando. Meu Deus, porque o meu pai fez isso com ela? Porque o meu pai é tão mal? Posso ter matado a minha mãe quando eu nasci, mas essa mulher não tinha nada a ver.

Ela sai do abraço e manda eu tomar o suco. Ela sai me deixando sozinha no quarto, pensando em como a irmã dela está. E o motorista que me trouxe, onde será que ele se meteu? Será que o meu pai também deu uma surra nele?

Me sento na cama esperando as horas passarem, até que chega a hora de eu me trocar para ir para o meu primeiro dia de aula. Tô triste, mas também estou muito empolgada. Assim que termino de me arrumar, desço as escadas e o James me olha de cima a baixo. Edson olha para o James e depois para mim.

— Está muito bonita, Amélia, nem parece aquela menina que veio aqui para casa do James. — Edson fala, fazendo o James revirar os olhos.

— Obrigada, Edson.

— Não a deixe sozinha na escola. — James fala, olhando para ele. — Melhor ficar lá caso ela precise de alguma coisa.

— Cara, ela já é de maior e vai estudar com alunos da mesma idade dela. Não tem crianças lá para roubar o lanche da Amélia. Ela vai ficar bem, vou deixá-la lá e buscá-la na hora da saída.

— Eu não pago o seu salário para você me questionar, Edson.

— E nem me paga para ser babá. — James olha para ele, soltando um suspiro bem longo. — Mas se acha que pode acontecer algo com ela, é melhor você acompanhá-la. Estará mais segura se estiver com você.

— Não saia da escola por nada. Quando acabar as aulas, vai direto pro carro do Edson para voltar para casa, está bem?

Concordo com a cabeça, e ele leva minha mão até os seus lábios e a beija. Achei que ele ia me dar um beijo na boca de despedida, mas só me iludi. Seguimos para o carro, e Edson dirige até a escola.

— Amélia, esqueci de comprar um celular para você, mas amanhã eu faço isso. Hoje, se tiver qualquer problema, você vai até a secretária e pede para a diretora ligar para mim ou para o James, que eu venho correndo te salvar.

— Obrigada, Edson. — Desço do carro e vou seguindo as pessoas que vão entrando. Chego na minha sala e passo os olhos em alguns alunos que já estão sentados. Alguns parecem ter a minha idade, outros parecem mais velhos. Me sento na frente, aguardando a aula começar.

— Ei... Ei ruiva. — Olho para trás e vejo um cara me chamando. — Como você se chama?

— Amélia, e você? — Ele começa a rir, e eu não vi o motivo da graça.

— Que nome estranho. Parece com o nome da minha avó. Deixa quieto, a professora chegou. — Olho para frente, sem entender o que acabou de acontecer.

A aula começa, e para minha surpresa, temos a primeira aula de inglês. A segunda foi de álgebra. A explicação foi bem clara, mesmo eu que apenas aprendi o básico, consegui aprender tudo. Tivemos uma pausa para o intervalo, e me sento no banquinho para lanchar, até o cara da minha sala se aproximar de mim.

— Amélia, você tem namorado? — Olho para ele confusa, sem entender o que significa essa palavra. — Tem ou não?

— Eu não sei, o que significa isso?

— Não sabe o que significa namorado? — Balanço a cabeça negando. — Namorado é quando você tem um compromisso com outra pessoa, elas se beijam na boca e transam.

— Ah, eu vou me casar com o James, ele beija na minha boca.

— Que James? E como vai se casar se não sabe nem o que é namorado? Pelo jeito está mentindo.

— Eu não sou mentirosa, vou me casar com ele sim. — Falo irritada com essa cara que nem sei o nome.

— Olha, primeiro, a pessoa tem que namorar, depois noivar para depois casar. Se você tiver mentindo, não tem problema, eu gostei de você, te achei muito bonita, e se você quiser, podemos ser namorados, o que você acha?

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