Capítulo 13

— Desculpa por isso, mas não podia segurar mais. — Passo o dedo no negócio que saiu do seu päu, e fico olhando. Pensei no começo que ele tinha mijado em mim, mas agora vejo que isso não é xixi. — Isso se chama esperma, gozø, porrä, entre outros nomes.

— Porrä? Achei que isso era um palavrão. Meu pai sempre falava isso pra mim.

Ele pega um pano na gaveta e começa a passar pelo meu corpo, me limpando. Depois que termina, ele se senta ao meu lado e segura na minha mão.

— Amélia, o que o seu pai fazia com você não era saudável. Não é desse jeito que um pai cuida da filha. Ele te bateu, te humilhou e te privou de tudo. Você nem sabia como era o corpo de um homem. Não deve chamá-lo de pai e muito menos se lembrar dele. Pois ele foi apenas o homem que plantou a semente dentro da sua mão. Ele é apenas o seu genitor, e não sei pai. Quero que esqueça tudo que ele te fez e, principalmente, esqueça que ele existe. Pois a partir de hoje, você se torna uma nova mulher.

— Vamos nos casar mesmo?

— Sim, vamos sim. Nosso casamento vai ser nos fundos da nossa casa, tudo bem? — Concordo com a cabeça, e ele se deita na cama puxando a minha mão para me deitar com ele.

— Como se chama isso que fizemos?

— Nós relaxamos e gøzamos. Eu te fiz gøzar e você me fez também. Faz bastante tempo que eu não fazia isso, e agora vou poder dormir tranquilo.

— Eu gostei bastante, mas pensei que ia fazer xixi e que você tinha mijado em mim. É estranho. — Ele sorri e me abraça bem forte. Ele começa a acariciar a minha cabeça, e com isso, logo pego no sono.

Mas, no meio da noite, acordo com ele resmungando bem baixinho. Saio do seu abraço e chamo pelo seu nome, tentando acordá-lo. Mas parece que ele está preso no sonho, pois não acorda de jeito nenhum. Começo a balançar ele, pois já estou ficando preocupada. Então ele se levanta de uma vez, chamando pela mãe dele.

— James, está tudo bem? — Ele passa a mão no cabelo e faz um barulho como se estivesse rosnando. Passo a mão pelas suas costas, e ele olha para mim. — Você teve um pesadelo. Mas agora está tudo bem.

Ele concorda com a cabeça e se levanta, indo ao banheiro. Fico olhando ele enquanto ele vai. Ele demora um pouco lá, e quando eu vou ver se está tudo bem, ele sai do banheiro.

— É melhor você ir para o seu quarto. — Ele fala um pouco ríspido comigo.

— Porque? O que eu fiz?

— Você não fez nada. Você é uma anjo, Amélia, mas tem coisas da minha vida que eu prefiro manter só para mim. Não sei se falo à noite, e não quero que você ouça algo que diz respeito ao meu passado.

— Me deixe ficar, por favor. Eu sempre fui sozinha na casa do meu pai, e ter alguém para dormir junto assim me deixa mais segura. Por favor, James, me deixe ficar. — Ele se senta na cama e pega na minha mão, sorrindo e balançando a cabeça. Devolvo o sorriso e me deito com ele, me abraçando.

Acordo pela manhã e percebo que estou sozinha no quarto. Olho ao redor com mais atenção e me levanto para ir ao meu quarto. Tiro a roupa e vou direto para o banho, fazer a minha higiene matinal. Depois, desço as escadas e vejo a Lira chorando com as mãos cobrindo o rosto. James está na frente dela, junto com o Edson. Os três olham para mim, e Lira sai andando para dentro de uma porta.

— Vamos comprar o seu material. Você começa a estudar hoje à noite. — Edson fala, quebrando o momento tenso que estava aqui na sala.

— James vai com a gente? — Ele nega com a cabeça. — Por favor, quero que você vá com nós.

— Eu não vou! — Ele fala bravo e passa por mim, indo em direção ao seu escritório.

— Relaxa, Amélia. Um dia você vai fazer ele sair de casa.

— Eu não entendo. Porque ele não gosta de sair? A rua é tão linda.

— Um dia ele te conta. Agora vamos. Temos que passar na escola para você conhecer melhor. — Concordo com a cabeça, mas ainda fico preocupada com o James.

Entro no carro com o Edson, e ele vai dirigindo. Paramos em um local que parece uma casa bem grande. Assim que descemos do carro, posso ver o nome "Escola", e nem posso acreditar que eu realmente vou estudar numa escola de verdade.

Passamos na secretaria, e a diretora é uma mulher muito educada, mas também parece ser legal. Ela mesma nos levou para conhecermos cada canto da escola e, principalmente, onde fica a minha sala. Os materiais são dados aqui mesmo, então não precisaremos comprar nada.

— Pode começar hoje mesmo, Amélia. O horário é das 18:00 até às 22:00. Não se atrase ou não poderá entrar.

— Eu estarei aqui no horário. Muito obrigada, diretora. — Ela sorri e toca na minha mão e na do Edson, e saímos.

— Edson, me conta você. Porque ele não sai de casa? É por causa da cicatriz?

— Olha, eu gosto muito de você, de verdade, mas acho melhor ele te contar. Sei que ele não vai me mandar embora do emprego, mas vai ficar bravo comigo. Se ele te contar, é bem melhor, não acha? — Concordo com a cabeça e a abaixo. — Que tal você comprar um presentinho para ele, só para deixá-lo feliz?

— Eu não tenho dinheiro para comprar. — Ele sorri e diz que ele paga. Seguimos até uma lojinha, e ele manda eu escolher o que eu quiser. Olho na parte de colares, e um me chama muito a atenção, já que são dois em um, e eles juntos se completam. — Vou levar esse. Será que ele vai usar?

— Vamos ver. — Edson paga, e seguimos de volta para casa. — Ele está lá no escritório. Vai lá falar com ele e dar o presente.

Vou sorrindo, bato na porta, e ele manda entrar. Assim que eu entro, seus olhos vêm de encontro com os meus.

— Te trouxe um presente. — Entrego a caixinha para ele. Ele abre curioso, e quando vê o colar, faz uma cara de desentendimento. — Um seu e um meu, juntos formam um só. Se levanta, deixa eu colocar em você.

Ele se levanta, e eu coloco um nele e o outro em mim. Depois, pego as duas peças e junto-as, e ele me olha com intensidade, bem em meus olhos.

— Obrigado, Amélia. — Sorrio por ele ter gostado. Então, ele aproxima seu rosto do meu e cola os nossos lábios, no meu segundo beijo de amor.

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