Saio sendo arrastada pelo meu pai da casa do James. Não quero ir, de verdade, mas também não quero que o meu pai o machuque. Pelo jeito dele, acho que ele já foi machucado o bastante. Ele me empurra para dentro do carro, e a primeira pancada na minha cara vem com força pelas costas da sua mão.
— Sua vadia desgraçada, quem mandou sair da minha casa? — começo a chorar, pois lá dentro ele está sendo outro homem, um pai preocupado. — Achou mesmo que eu ia deixar você fugir do seu destino? Você me tirou a minha mulher, e eu vou tirar a sua liberdade por completo.
Ele puxa meu cabelo para trás com força, e eu começo a me espernear dentro do carro. Ele me dá um soco bem no meu estômago, me fazendo perder o ar, e então me solta. Levo minha mão até a maçaneta da porta com cuidado, mas ao tentar abrir a porta para me jogar, ela está travada.
— Fugir? Parece até brincadeira você tentar fazer isso comigo. Só espero que você não tenha sido uma puta e se deitado com aquele homem asqueroso. Apesar de você merecer ter um marido como ele, feio igual a você, não terá uma vida de conforto. O seu novo marido cuidará disso.
Fecho os meus olhos e começo a chorar, pois o James me pediu em casamento e falou que a gente iria se casar. Mas agora estou condenada ao homem que a Lourdes me livrou da morte.
Chegamos em casa, e tudo piora. Ele manda todo mundo sair, me puxa pelas escadas segurando forte em meus cabelos. Me leva até o quarto, pega o cinto e começa a me bater sem parar. Sinto cada pancada como se ele estivesse arrancando minha pele com uma faca, cada cintada vem junto com um xingamento e uma humilhação.
— Você não aprendeu que sou eu quem manda em você? Mesmo que tenham tentado te tirar daqui, você não deveria ter ido. Mas, vadiä do jeito que é, vagabundä, foi pra casa de um homem solteiro. Ah, Amélia, eu estou no puro ódio, e só vou parar de te bater quando eu ficar cansado.
Mas ele não se cansa, meu corpo está todo dolorido. A única parte que ele não bate é no meu rosto, o resto do meu corpo é marcado pela sua fúria.
— Seu noivo vem te buscar amanhã. Graças a Deus, vou me livrar de você, mas vai pra casa dele marcada para nunca se esquecer de mim.
— Para, pai, por favor, está doendo... Eu sou a sua filha...— Mais forte, ele bate com a minha súplica, e o pior: não tenho nada para me agarrar agora. Sempre que ele me bate, eu abraço algo, às vezes, um ursinho, às vezes, o travesseiro, mas dessa vez meu corpo está todo disponível para ele bater.
Ele me puxa pelos cabelos, me levantando e mandando eu ficar de pé, só para me dar um arrastão e me fazer cair no chão. Ele me chuta nas costas e na barriga, como se eu fosse seu saco de pancadas. Dessa vez, eu não suporto a dor, minha mente se apaga e eu entro na escuridão.
Tenho alguns reflexos quando tento abrir os meus olhos, mas estão tão pesados que não consigo mantê-los firmes. Mas ouço a voz do meu pai falando com alguém que eu não sei quem é.
— Ela foi sequestrada. Consegui trazer ela de volta pra casa, ela veio assim, toda machucada, precisa salvar a minha filha. — Tento falar, mas até a minha voz parece ficar presa em minha garganta.
— Não se preocupe, senhor, vamos cuidar dela. — Sinto meu corpo sendo balançado e um feixe de luz passando, incomodando os meus olhos. — O senhor tem que ir a uma delegacia para abrir um boletim de ocorrência, ela será avaliada pelo médico. Dará tempo para o senhor ir e voltar.
— Está bem, cuide bem dela. — Não ouço mais nada além disso, mas sinto meu corpo sendo puxado para o lado, como se estivesse trocando de cama.
— O que aconteceu com ela? — Ouço uma voz feminina e, não sei por que, mas me sinto mais segura assim. O homem fala para ela o que meu pai tinha dito e ela responde: — Temos que levá-la para a tomografia, pode estar com alguma hemorragia interna. Olha como ela está toda machucada. Aplique o sedativo para garantir que ela não vá acordar durante o processo.
Cerca de dois minutos depois, sinto uma vontade enorme de dormir, então apenas relaxo, deixando a escuridão me tomar mais uma vez.
— Viu o que você fez, maldita? Nem para apanhar você serve. — Não sei se é sonho ou realidade, mas escuto a voz do meu pai bem baixinho no meu ouvido. — Você não pode morrer, está me ouvindo? Você tem que pagar em vida o que fez com a sua mãe. Então, trate de acordar logo para irmos para casa.
Tremo de medo das palavras dele, elas vêm com um tom alto de ameaças. Tento abrir os meus olhos, mas ainda não consigo, é como se tivesse algo prendendo-os de abrir. Escuto um barulho alto, como se algo estivesse se quebrando, e a voz de um homem que me parece familiar.
— O que o senhor está fazendo aqui?
— Meu patrão mandou eu vir conversar com o senhor sobre a Amélia... Meu Deus, o que ela tem?
— Não é da sua conta. Saia daqui antes que eu chame a segurança do hospital para você. Não quero saber de nada do seu patrão; ele já tem a mulher que pediu, e Amélia já está com o casamento marcado.
— Não é assim que as coisas funcionam. James disse que paga o que o senhor quiser para entregar a menina. — James? Só o nome dele já me traz uma alegria enorme. — Vamos lá, dê o seu preço.
— Não posso, Amélia já está comprometida. Mas, se quiser, pode passar na minha casa; ainda tenho mais duas meninas para vender. O senhor pode escolher uma que lhe agrade ou que agrade ao seu patrão.
— James... — Consigo falar uma única palavra, mas não consigo formar uma frase. Então, digo o seu nome mais de uma vez até sentir uma mão sobre a minha.
— Ela está chamando por ele, não vê que o senhor está...
— Foda-se, saia daqui agora, ou vou chamar a polícia para você.
— Na verdade, eu já chamei, mas foi pro senhor.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Ivanilde T. Serra
Eu quero wue você morra picotado pra sofrer tudo wue fez com Amélia
2025-01-14
0
leyde
ah infeliz, essa praga merece morrer e da pior forma,sendo torturado
2024-12-08
0
Cristiane F silva
Que pai mas sem coração e cruel espero que se arrependar velho sem. Vergonha
2024-11-29
0