Capítulo 6

Já percebi que não será nada fácil tê-la aqui na minha casa. Apesar de parecer uma menina, ela tem 18 anos e tem um corpo tão delicado que dá vontade de tocar, apertar e deixar minhas marcas em sua pele branca. Mas, além de ser virgem, ela é a pura inocência, tem a mentalidade de uma criança que não sabe nada da vida adulta. Sou experiente e vivido, não seria bom para ela ter eu como seu iniciador.

Acordo no outro dia de manhã renovado, como se a noite passada não tivesse sido um pesadelo na minha vida. Faço a minha higiene matinal, visto a minha máscara e desço para tomar o meu café. O bom é que ela ainda não acordou, pois se tem uma coisa que eu amo nessa vida, é o silêncio da manhã.

Depois de terminar meu café, sigo para o meu escritório. Ligo o meu computador e já começo a trabalhar. Alguns minutos depois, alguém bate na minha porta. Mando entrar sem olhar quem é. A a Lira fala que tem um senhor na sala de espera querendo falar comigo sobre a Amélia.

— Ele disse quem era?

— Só disse que queria conversar com o senhor sobre ela. — Solto um suspiro e dou pause no meu trabalho para ver o que esse cara quer. — Pode entrar, senhor.

Ele entra e eu estendo a mão para que ele sente na cadeira à minha frente. Ele passa os olhos pelo meu escritório até seus olhos se encontrarem com os meus.

— O que você quer? — Ele arregala os olhos para minhas palavras, mas é assim que eu ajo quando alguém me interrompe.

— Senhor, ontem teve uma pequena confusão na hora de trazer a mulher para o senhor. A que o senhor escolheu está dentro do meu carro, mas a que veio para cá é a minha filha, e eu a quero de volta.

Ergo a sobrancelha para ele, como se ele não viu quem veio para minha casa?

— Amélia é a minha única filha, e ela não estava à venda. Eu fui drogado ontem à noite e sequestraram a minha filha e a trouxeram para cá.

— Como você soube que ela veio para cá?

— Além das câmeras que tem na minha casa, eu forcei a filha da puta da empregada a falar para onde tinha levado ela, e depois de uma noite bem intensa, ela disse que a trouxe para cá.

— Bom, é o seguinte. Ela realmente está aqui, isso você já sabe. Porém, ela me pediu para ficar e eu não vou permitir que você a leve se ela não quiser ir.

Ele balança a cabeça concordando e eu chamo a Lira e peço para ela chamar a Amélia aqui para o meu escritório. Enquanto aguardamos ela vir, posso ver sua expressão de impaciência. Não há nada de preocupação com a filha, com certeza Amélia estava falando a verdade sobre ele a vender para um homem sádico.

Assim que a porta se abre revelando ela, ele se levanta e pega em sua mão. Sou tão acostumado a ficar no escuro que, mesmo com a pouca luz que clareia a minha sala, posso ver os olhos de medo da Amélia.

— Filha, vim te buscar para irmos para casa. — ela olha para mim como se buscasse alguma ajuda. Como se os seus olhos me implorassem para não deixar ela ir.

— Pai, eu não...

— Tá tudo bem, eu sei que você foi sequestrada, eu já conversei com o senhor James, ele só precisa saber que você quer ir com o papai para casa. Você quer vir comigo, não quer?

Ela olha para ele e como se estivesse sendo coagida, ela começa a balançar a cabeça concordando. Porém, dá para perceber de longe que ela não quer ir.

— Viu, podemos ir agora? — ele se vira segurando na mão dela, mas ela abaixa a cabeça e não me encara.

— Amélia, vem aqui. — ela me olha por baixo e balança a cabeça negando igual um cãozinho acoado. — Venha que eu preciso falar uma coisa com você antes de ir embora.

Ela solta da mão do pai e se aproxima de mim. Me levanto e fico de frente para ela. Seus olhos, que estão em direção a minha gravata, vão subindo lentamente até se encontrar com os meus, e posso ver mais de perto o quanto ela está horrorizada.

— Você não é mais uma criança, tem 18 anos, já é de maior e pode decidir por si só se quer ir embora ou não. Não deixe que o medo ou mesmo a manipulação te faça fazer o que você não quer.

— Não fala assim com a minha filha. — O pai dela se aproxima dela e eu a coloco atrás de mim. — Ela é minha filha, e eu vou levá-la comigo.

— Ela não irá, porque ela não quer ir. Se ela quisesse, não teria fugido da sua casa e pedido proteção aqui na minha. Eu não fui atrás dela, ela veio até mim. Então, daqui ela não sai.

— É você que está falando isso, não ela. Amélia, diga a ele que você quer ir para casa. — Ele se curva para olhar para ela, e eu viro o meu rosto e os olhos pidões dela se juntam com os meus.

— Obrigada por essa noite, senhor James, vou guardar ela para sempre na minha memória. Mas é melhor eu voltar com ele, não quero que o meu pai o machuque.

Tão bela, tão doce, mas tão burra. Olho de volta para o pai dela que está com um sorriso de satisfação na cara. O pior é que não deveria, mas isso está me incomodando muito. Ele estende a mão para ela e eu volto a olhar para Amélia, que, mesmo com a mão trêmula, ela estica para ele.

— Vou levá-la, mas deixarei a mulher que você comprou aqui. Obrigado e desculpa pelo incômodo, senhor. Vamos, minha filha. — Ele vai levando ela e ela olha para trás.

Queria poder impedi-la de ir, mas foi escolha dela ir com o pai. A porta se fecha e eu volto a me sentar em minha cadeira olhando para o computador. Me levanto novamente e vou até a porta principal, vejo ele abrindo a porta e de dentro dele descendo a morena que eu comprei. Ela sorri, mas a minha visão está mesmo na Amélia, que em apenas uma noite, conseguiu mexer comigo como ninguém nunca conseguiu.

— Coitada, acho que vai voltar a apanhar do pai, talvez dessa vez ela nem sobreviva.

— O que você disse? — Olho para trás e Lira acompanha eles indo embora ao meu lado.

— Minha irmã mandou ela para cá, senhor, para livrar ele das mãos do pai, que pena que não deu certo. Bom, vou voltar ao trabalho.

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