Descemos do carro onde um homem espera por nós. Ele me entrega para esse homem e pega uma maleta. O homem olha para mim de cima a baixo, mas faz uma cara estranha, tipo não gostando de mim.
— Tem certeza que foi ela que meu patrão comprou?
— Claro que sim, e é melhor não questionar isso com o meu patrão, ele é bem nervoso quando é contrariado. — ele olha mais uma vez para mim e diz ok. Ele pega na minha mão e me leva para dentro da casa.
Fico olhando o carro dele sumir, e depois que não o vejo mais. Acompanho o homem até dentro da casa, onde as luzes são bem fracas, o que aumenta mais o terror aqui dentro. Sério, parece a casa da bruxa dos livros de contos de fadas.
Uma silhueta grande aparece no meio da escuridão, posso vê-lo, mas não com perfeição, já que a casa está um pouco escura. Suas palavras me assustam, parece que ele comprou uma mulher, mas eu não era a escolhida. Com medo de morrer, imploro para ficar, e acabo ganhando a minha permanência aqui na casa.
Ele chama a empregada e ela me leva até o quarto, manda eu tomar um banho e dormir, pois essa hora nem era para ela estar acordada. Fico quieta, pois vi que ela não gostou muito de mim, ou está de mau humor por ter acordado de madrugada apenas para me trazer até aqui.
Entro no banheiro e tomo banho, nunca vi tantos produtos de beleza, e muito menos com um cheiro tão bom. Meu pai não ligava se acabasse o shampoo em casa, ele mandava eu usar sabonete até conseguir dinheiro para comprar. Acho que vender mulher não dá tanto dinheiro assim.
Depois de me lavar, me enrolo na toalha e saio do banheiro. O problema é, que roupa eu vou usar? A mulher que cuidava de mim sempre dizia que não podíamos usar a mesma roupa depois do banho, mas o closet aqui está vazio. Respiro fundo, e com a cara e a coragem, saio do quarto e vou até a porta de madeira escura, assim que eu entro, vejo um quarto todo sombrio.
Com certeza esse é o quarto dele. Olho em cima da cama e tiro as minhas dúvidas, pois a máscara dele está bem em cima dela. Pego em minhas mãos e olho bem. Ainda coloco em meu rosto só para ver como eu fico. Depois a coloco de volta na cama e sigo para o closet dele, uma camisa vai me servir de vestido.
Quando estou escolhendo uma que não seja tão fina, ouço o grito dele atrás de mim, e me assusto, pulando para trás com tudo. Ele olha para mim e passa os olhos pelo meu corpo e eu olho para os dele que não tem nada a ver com o meu. Olho para baixo, e vejo que a minha toalha caiu.
— Pe...pega a sua toalha. — ele gagueja e eu me abaixo pegando a minha toalha e me enrolo de novo. Ele ainda fica parado olhando para mim.
Até que ele começa a caminhar em minha direção, com passos lentos. Seus olhos estão escuros, o que me deixa com um pouco de medo e me faz recuar para trás até bater as costas na porta de vidro. Ele coloca uma mão de cada lado do meu corpo, e vem aproximando seu rosto do meu. Mas quando os nossos narizes se encontram, ele fecha os olhos e abaixa a cabeça.
— Amélia, você não pode andar pela casa desse jeito. — Ele fala e se afasta. — Eu sou homem, e estou na seca há muito tempo, mas não quero te machucar.
— Eu não entendo do que você está falando, você é o primeiro homem que eu vejo sem camisa. Eu sempre achei que todos nós éramos iguais. — ele olha para mim com a sobrancelha franzida.
— Você realmente foi criada em uma torre?
— Num quarto. Nunca saí de casa, a primeira vez foi hoje. Nunca fui a uma escola, tudo que sei foi de uma mulher que meu pai contratou para me ensinar a ler, escrever e fazer cálculos.
— Você tem 18 anos e não sabe nada sobre sexo? — franzo as sobrancelhas, pois essa palavra nunca tinha ouvido falar. — Mais um motivo para você ficar longe de mim, eu sou um monstro e não quero te corromper.
— O seu peito é diferente do meu, por quê? — vou me aproximando mais dele e ele fica só olhando. Coloco as mãos sobre seu peito e é uma sensação tão boa. Ele começa a ficar ofegante, e eu olho em seus olhos. Ele segura minhas mãos, retirando do seu peito, e se afasta de mim. Olho para baixo dele e vejo que em sua toalha tem uma coisa estranha, como se tivesse um pedaço de pau empurrando ela só naquele ponto.
— Vai para o seu quarto, Amélia, amanhã vamos conversar, hoje não é um bom dia para isso.
— Por quê? — ele revira os olhos e pega no meu braço. — Eu não tenho roupa aqui, e não posso ficar de toalha, vou ficar doente.
Ele me solta, abre a porta do closet, retira uma camisa vermelha de dentro e me entrega. Pega no meu braço de novo, e me leva até a porta do seu quarto.
— Deixa eu fazer só mais uma pergunta. Se os nossos peitos são diferentes, a parte de baixo também é? — Ele bate a porta na minha cara, não respondendo à minha pergunta. Meu Deus, o que eu fiz de mal? Será que ele vai me mandar embora de sua casa porque fui intrometida?
Vou para o meu quarto, tiro a toalha e fico me olhando no espelho. Tenho algumas cicatrizes das pancadas que eu levava do meu pai, principalmente nas costas e na parte de trás da perna. Ele tem a cicatriz em seu rosto que o deixou amargurado, mas isso não é motivo para ficar tão rabugento.
Visto a camisa que ele me deu e me deito na cama para dormir. A cama tão macia, tão quentinha, que nem vontade de se levantar. Acordo pela manhã com alguém entrando no quarto, e quando eu olho, é a empregada de ontem que vem trazendo as minhas roupas.
— Desculpa pelo meu mau humor de ontem, mas fico assim quando sou acordada às pressas. Aqui está a sua roupa, lavada e sequinha. O patrão falou para não demorar a descer, pois ele precisa conversar com você.
Concordo com a cabeça e me levanto. Faço a minha higiene, visto a minha roupa e desço procurando por ele. Até que a mesma empregada fala que ele está em seu escritório, e assim que eu entro, vejo ele em uma cadeira e o meu pai em outra. Meu pai vira o rosto para mim com o seu semblante de sempre, de raiva, mas depois ele sorri e se levanta. Essa é a primeira vez que ele sorri para mim.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Silvana Schuwanz bernardo
amei a Amélia assim tão inocente 😇
da vontade de colocar ela dentro de um potinho e não deixar que ninguém a machuque mais 💝
só espero que James não devolva ela para o pai escroto 😔
altora você é demais 💯
como você diz te Love ❤️🤗😊😍🥰😘
2024-09-04
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Fátima Ramos
Essa mocinha não viveu, sobreviveu com ignorância do mundo e com muito sofrimento, esse pai monstro que ela tem, desse de estar sorrindo, porque deve de estar a receber mais dinheiro
2024-11-25
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Bete Oliveira Rodrigues
Essa foi demais kkkkkk como se tivesse um pedaço de pau empurrando kkkkkkkk ...rachei de rir 🤣🤣
2025-02-13
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