Capítulo 1

O passado pode doer, mas da maneira que eu vejo, você pode fugir dele ou aprender com ele."

"

Jessica da Silva

5 anos depois

Já se passaram cinco anos, e não posso esconder que ainda penso no mascarado sempre que olho para minha filha. Abandonei meus planos de formatura na França e voltei ao Brasil quando minha avó faleceu antes do nascimento da minha filha. Eu estava com medo de perder meu avô também, e minhas irmãs precisavam de mim, então, deixei para trás meu sonho de ser estilista para assumir o negócio da família.

Hoje foi um daqueles dias exaustivos na padaria, onde entro muito cedo. Finalmente, consegui fechar a loja e voltar para casa, mas ao entrar, encontrei todos reunidos à mesa de jantar com Dona Vera, nossa vizinha e madrinha da nossa falecida mãe, uma amiga de longa data da família que é cartomante. Ela estava fazendo previsões sobre o futuro, e eu estava esgotada pelo agitado dia na padaria. Além disso, meu avô não estava bem de saúde, então eu sabia que precisaria cuidar de tudo.

Apesar do cansaço, a curiosidade me fez ficar na porta ouvindo o que Dona Vera tinha a dizer.

- O que a senhora vê, Comadre?

- Meu avô, sempre fascinado pelo futuro, perguntou.

- Vocês não vão acreditar, mas nunca vi algo assim antes.

Dona Vera respondeu, deixando todos nós atônitos. Eu me apoiei no batente da porta para ouvir melhor.

- Como assim, Comadre?

- Meu avô quis saber.

- Vejo três cataclismos que vão mudar as suas vidas.

- Dona Vera disse, aumentando ainda mais o espanto de todos na sala. Foi neste momento que entrei fazendo a minha filha pular da cadeira.

- Cataclismos? O que isso significa.

Perguntei, me aproximando da minha pequena que pediu para ir para o meu colo.

- Cataclismos são eventos raros que causam mudanças significativas na vida das pessoas, como reviravoltas do destino...

- Mas esses cataclismos serão bons ou ruins?

- Meu avô quis saber, mantendo seu interesse nas previsões que Dona Vera fazia, mesmo ela não as considerando sorte ou azar, mas sim dois lados da sorte.

- Isso eu não posso ver, mas o importante é que todos estejam com os olhos bem abertos

- Dona Vera concluiu. Belinha gesticulava animadamente no meu colo, e eu a beijei na bochecha, sorrindo.

- Tenho certeza de que o primeiro cataclismo acontecerá amanhã .

- Jack, minha outra irmã, disse animada ao se levantar e começar a dançar pela sala.

- No evento em que vou trabalhar, haverá muitos homens ricos e milionários, e um deles será meu futuro marido!

- Ela exclamou, pulando no sofá.

- Jack, desce daí!

- repreendi, não querendo que ela alimentasse esses devaneios na frente de Belinha. Eu desejava que ela se concentrasse em estudar e construir uma carreira sólida, em vez de sonhar com um príncipe encantado que aparecesse com um sapatinho de cristal.

- Escute sua irmã, Jack. O dinheiro deve ser conquistado com esforço e trabalho duro. Você não terá minha ajuda para sempre, e sua irmã tem sua própria vida para levar

- Meu avô acrescentou, e eu assenti, concordando com ele. Jack precisava amadurecer e compreender a realidade da vida.

- Mamãezinha, a senhora pode fazer sopa para o jantar?

- Belinha pediu com seu jeitinho fofo e me encheu de beijos. Ela tinha o dom de me derreter com seu carinho.

- Claro que faço, meu amor. Mas antes, minha princesa precisa tomar um banho para tirar esse cheiro de padaria.

Falei, entrando no banheiro com ela e a enchendo de beijos.

Minha vida nos últimos cinco anos estava cheia de responsabilidades e desafios, e eu precisava cuidar da minha família e administrar a padaria da família. Meu sonho de ser estilista ainda existia, mas agora estava em segundo plano, priorizando minhas irmãs e minha filha Belinha. À medida que a noite avançava, eu me perguntava o que o futuro reservava para nós, com esses "cataclismos" que Dona Vera previra, e o mascarado do passado ainda rondava meus pensamentos.

Essa era minha rotina noturna. Após dar banho na Belinha e pedir para a Beck fazer o mesmo, preparei o jantar com Belinha ao meu lado, compartilhando seu dia comigo enquanto esperava Beck para revisar suas lições e tirar dúvidas.

- Mamãe, posso ir à casa da Dona Vera? Ela disse que tinha algo para me entregar

- Beck entrou na cozinha, recém-saída do banho, depositando um beijo na minha cabeça.

- Só se for rápido, estou terminando o jantar...

- É rapidinho, eu prometo

- Ela falou e eu concordei com a cabeça. Ela saiu apressada.

- É rapidinho, eu prometo

- Ela falou e eu concordei com a cabeça. Ela saiu apressada.

Terminei de preparar o jantar e comemos juntas. Ajudei Belinha com sua lição de casa enquanto Beck compartilhava detalhes do seu dia. Com Belinha já sonolenta, fui para o nosso quarto, onde a deixei assistindo desenhos enquanto eu tomava um banho. Meu corpo clamava por descanso, mas quando passei pela cozinha, percebi que ainda precisava limpar a casa. Vesti meu pijama e voltei para a cama com minha pequena para contar uma história antes de dormir.

- Mamãe, eu te amo

- Ela disse com um sorriso, e essas palavras faziam todo o meu cansaço e esforço valerem a pena.

- Eu também te amo, meu amor

- Respondi, fazendo carinho nela. Ela estava agarrada a mim, cheirando meus seios enquanto pegava no sono. Ela tinha esse hábito de dormir com uma mão no meu seio e o rosto no outro, apenas cheirando-o.

Nós morávamos em uma "vila" composta por várias casas, com a padaria na parte da frente e nossa moradia no andar de cima. Nos fundos, havia mais cinco casas no térreo e mais cinco no andar superior. Meu avô comprou a parte correspondente à nossa casa e à padaria, enquanto as outras propriedades pertenciam ao Sr. Antônio. Nossa casa não era grande, com três quartos: minhas irmãs dividiam um, e eu dividia outro com Belinha. Os quartos eram bastante pequenos. O quarto das minhas irmãs tinha uma beliche, e no meu quarto, comprei uma cama de casal onde eu dormia com minha filha.

Quando minha filha adormeceu, fui até o quarto das minhas irmãs, pedi para que elas se deitassem e dei um beijo de boa noite em cada uma delas. Só depois disso voltei para a cozinha e sorri ao ver meu avô lavando a louça. Ele sempre tentava me ajudar, sabendo o quanto eu estava sobrecarregada.

- Vovô, eu já estava indo para lavar e limpar a cozinha, fui colocar a Belinha para dormir primeiro.

- Falei, o fazendo se sentar em uma cadeira antes de começar a lavar a louça. Ele sorriu para mim.

- Você acredita no que a Vera disse?

Ele perguntou enquanto eu guardava a louça.

- Ela estava certa quando previu o rapaz que estava roubando a padaria e também acertou o resultado de 7x1 na copa. Todos diziam que ela era louca, mas ela estava certa - respondi, terminando de guardar a louça e começando a varrer a cozinha.

- Filha, suas irmãs deveriam te ajudar mais. Você passa a manhã toda na padaria, e quando eu preciso, você também fica à tarde. Além disso, tem a Belinha para cuidar, e muitas vezes suas irmãs te dão mais trabalho do que sua filha de 4 anos. Você é uma boa garota, Maria, e espero muito que você seja feliz

Ele disse, me abraçando.

- Eu sou feliz, vovô

- Falei, mas ele me lançou um olhar triste.

Filha, eu sei que você não é feliz. Você adiou seus sonhos por causa de suas irmãs. Conheço você, sei que ter uma filha não atrapalharia seus objetivos, mesmo que você a estivesse criando sozinha. E você não vai me dizer o nome desse desgraçado, não é?.

- Vovô, me ouça. Foi minha escolha.

Eu amo desenhar minhas roupas e sapatos, e não desisti dos meus sonhos, apenas os adiei. Ainda vou me tornar uma grande estilista, mas agora preciso cuidar das minhas filhas. Você já tomou seus remédios?

Perguntei, levando-o de volta ao quarto.

- Jéssica, você está me enrolando novamente, não é, minha mocinha? Mas espero que um dia você encontre alguém à sua altura, ou até mesmo uma mulher. Hoje em dia, as coisas estão bem modernas, e eu ainda quero ver você feliz nesta vida, mesmo que eu não esteja mais aqui para testemunhar.

- Ele disse com um sorriso, sentando-se na cama.

- Boa noite, vovô.

Falei, saindo do quarto.

Respirei fundo e trancou toda a casa. Depois de terminar todas as tarefas, voltei para o meu quarto e, ao abrir a porta, fiquei olhando para minha princesa.

- Príncipes não existem, minha filha. Já se passaram tantos anos, e eu não consigo esquecer o seu pai, o mascarado. Nem lembro mais da sua voz, mas nunca vou esquecer deste sinal que parece um F.

- Falei, tocando no ombro dela, onde havia o mesmo sinal.

- Você foi o meu melhor erro que já cometi, pena que eu nunca vou poder responder à pergunta sobre quem é o seu pai...

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Comments

FBJ💞

FBJ💞

Mas essas duas irmãs já pode sim fazer as coisas, como ela trabalha era pra chegar a achar tudo pronto

2025-03-03

0

bete 💗

bete 💗

apaixonante ❤️❤️❤️❤️❤️

2024-09-07

0

Carla Santos

Carla Santos

Nossa o livro está maravilhoso espero que o mascarado não esqueça de vc também

2024-09-05

0

Ver todos
Capítulos
1 Apresentação
2 prólogo
3 Capítulo 1
4 Capítulo 2 -
5 Capítulo 3- Jessica da Silva
6 Capítulo 4
7 Capítulo 5
8 Capítulo 6
9 Capítulo 7
10 Capítulo 8
11 Capítulo 9
12 Capítulo 10
13 Capítulo 11
14 Capítulo 12
15 Capítulo 13
16 Capítulo 14
17 Capítulo 15
18 Capítulo 16
19 Capítulo 17
20 Capítulo 18
21 Capítulo 19
22 CAPÍTULO 20
23 Capítulo 21
24 Capítulo 22.
25 Capítulo 23
26 Capítulo 24
27 Capítulo 25
28 Capítulo 26
29 Capítulo 27
30 Conceito de Cataclismo
31 Capítulo 28
32 Capítulo 29
33 Capítulo 30
34 Capítulo 31
35 Capítulo 32
36 Capítulo 33
37 Capítulo 34
38 Capítulo 35
39 Capítulo 36 - Jessica da Silva
40 Capítulo 37 - Jessica da Silva
41 Capítulo 38 Jéssica
42 Capítulo 39 -Otávio
43 Capítulo 40
44 Capítulo 41
45 Capítulo 42- Alguns dias depois
46 Capítulo 43
47 Capítulo 44
48 Capítulo 45
49 Capítulo 46 -1 mês depois
50 Capítulo 47
51 Capítulo 48
52 Capítulo 49
53 Capítulo 50
54 Capítulo 51
55 Capítulo 52
56 Capítulo 53
57 Capítulo 54
58 Capítulo 55 (Jéssica)
59 Capítulo 56 (Jessica) Pedido de Casamento
60 Capítulo 57- Jantar
61 Capítulo 58 Jéssica
62 Capítulo 59 Jessica
63 Capítulo 60 (Jessica)
64 Capítulo 61 (Jessica)
65 Capítulo 62 (Jessica)
66 Capítulo 63 (Otávio)
67 Capítulo 64 - 3 dias depois
68 Capítulo 65 Jéssica
69 Capítulo 66 (Jessica)
70 Capítulo 67 (Jéssica)
71 Capítulo 68 Jessica
72 Bônus da Beck
73 Bônus do Oliver
74 Capítulo 71 Jessica
75 Capítulo 72 Jéssica
76 Capítulo 73 - Jéssica
77 Capítulo 74 Jessica
78 Capítulo 75 - 1 mês depois
79 Capítulo 76 - Jéssica Silva
80 Capítulo 77-Jéssica da Silva
81 Capítulo 78 - Semanas depois.
82 Capítulo 79 - 2 mês depois
83 Capítulo 80 - 5 semanas depois
84 Capítulo 81 - Jéssica da Silva
85 Capítulo 82 - Dois meses depois
86 Aviso
87 Capítulo 83- Otávio
88 Capítulo 84 - 3 meses depois
89 Epílogo
90 Novo Livro (De Repente Amor)
Capítulos

Atualizado até capítulo 90

1
Apresentação
2
prólogo
3
Capítulo 1
4
Capítulo 2 -
5
Capítulo 3- Jessica da Silva
6
Capítulo 4
7
Capítulo 5
8
Capítulo 6
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Capítulo 7
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Capítulo 8
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Capítulo 81 - Jéssica da Silva
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Capítulo 82 - Dois meses depois
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