A Verdade Escondida

Apesar da felicidade, Marina não conseguia ignorar um sutil desconforto que sentia desde que retornara do passado. Era como se algo estivesse fora do lugar, um segredo enterrado que ainda precisava ser descoberto. Decidiu revisitar as ruínas da igreja, onde tudo começou, para buscar respostas.

Ao chegar ao local, encontrou Rafael esperando por ela. Ele estava mais sério do que antes, como se soubesse o que Marina estava prestes a descobrir.

— Há algo que você precisa saber, Marina — disse ele, conduzindo-a até o altar onde o portal fora aberto.

Ele mostrou a Marina um antigo pergaminho, cheio de símbolos e escritos antigos. À medida que ela o lia, a verdade começou a se desdobrar diante de seus olhos. Marina sentiu o sangue gelar enquanto lia o pergaminho. Os símbolos e palavras antigas revelavam um segredo que Rafael até então não havia mencionado: o sacrifício que ela fizera ao abrir o portal não havia sido apenas uma memória. Parte de sua própria essência, seu potencial futuro, também havia sido entregue ao tempo.

— Você entregou mais do que pensava, Marina — disse Rafael, observando sua expressão. — Ao sacrificar aquela memória, também abriu mão de uma parte de si mesma que poderia ter moldado um futuro diferente. Isso explica o desconforto que está sentindo.

Marina se sentiu abalada. O que significava "parte de si mesma"? O que exatamente ela havia perdido além da memória?

Rafael continuou:

— Existem futuros possíveis que jamais se concretizarão por causa desse sacrifício. Caminhos que você poderia ter trilhado foram apagados. Mas lembre-se, Marina, o tempo é um tecido vivo. Ao mudar o passado, você criou novas possibilidades, e mesmo que alguns caminhos tenham desaparecido, outros podem surgir.

Marina ficou em silêncio por um momento, processando o que acabara de ouvir. Parte dela queria desesperadamente recuperar o que havia perdido, mas sabia que o preço que pagara já havia sido decidido. Olhando para Rafael, ela perguntou:

— E agora? O que eu faço com essa informação?

Rafael sorriu suavemente.

— Você continua vivendo, Marina. Aceite o que foi feito e abrace as novas oportunidades. O futuro ainda é seu para moldar. E lembre-se, o poder que você carrega, o amuleto, ainda pode ser usado para proteger o presente. Nem todas as mudanças no tempo precisam ser grandes ou dramáticas; às vezes, são os pequenos gestos que fazem a diferença.

Marina assentiu, sentindo uma nova determinação. Ela sabia que o caminho não seria fácil, mas estava pronta para enfrentar o que viesse. Com o pergaminho em mãos, ela deixou as ruínas da igreja, sentindo-se mais completa e ao mesmo tempo mais consciente de sua própria fragilidade.

Ao caminhar de volta para casa, Marina refletiu sobre o impacto de seu sacrifício e as novas realidades que havia criado. Sabia que parte de si mesma havia sido perdida para sempre, mas também sentia uma nova perspectiva sobre o valor do presente. A vida que havia ajudado a construir ainda era rica e cheia de promessas, e era isso que ela deveria focar.

Ela se dedicou a aproveitar cada momento com sua família e amigos. Começou a expressar sua gratidão por cada pequena conquista e pelos momentos simples de alegria. Participava mais ativamente das atividades familiares, criando memórias novas e preciosas que ajudavam a preencher o vazio deixado pelo sacrifício. A conexão com seus irmãos e sua mãe se aprofundou ainda mais, e juntos, enfrentaram desafios e celebraram vitórias.

Marina também passou a usar o amuleto com mais frequência, não apenas como uma lembrança do passado, mas como uma ferramenta para proteger o presente e garantir que o futuro continuasse a ser um espaço de crescimento e esperança. O amuleto tornou-se um símbolo de sua força e resiliência, lembrando-a de que, mesmo com as perdas, sempre havia algo a ser construído e celebrado.

A nova vida de Marina não era isenta de dificuldades, mas ela enfrentava cada obstáculo com uma nova atitude. Ela havia aprendido que, embora não pudesse recuperar o que havia perdido, tinha o poder de moldar seu futuro através de suas ações e escolhas diárias. Cada dia era uma nova oportunidade para criar algo positivo e significativo.

À medida que os meses passavam, Marina encontrou conforto na sua nova rotina e nas novas conexões que havia estabelecido. Ela percebeu que, mesmo com a parte de si mesma que havia sido sacrificada, sua vida era cheia de possibilidades. O futuro ainda estava em suas mãos, e ela estava decidida a torná-lo o melhor que pudesse, com coragem e esperança.

Marina sabia que a jornada estava longe de terminar e que novos desafios surgiriam. No entanto, estava pronta para enfrentá-los com a mesma determinação e espírito que a guiou até aqui. O futuro, com todas as suas incertezas e promessas, era um território inexplorado, e Marina estava pronta para desbravá-lo, sabendo que cada passo adiante seria um testemunho de sua força e capacidade de criar um novo começo.

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