Determinada a encarar as sombras de frente, Marina voltou à floresta onde tudo começou. Sabia que o poder do cristal estava ligado àquele lugar, e que ali encontraria as respostas que precisava. A noite estava escura, e o vento sussurrava segredos entre as árvores antigas. Marina sentia o peso do cristal em seu bolso, como se ele estivesse chamando-a.
Enquanto caminhava pela floresta, as sombras começaram a aparecer novamente. Desta vez, elas não estavam apenas observando. Elas estavam atacando. Formas nebulosas se erguiam do chão, tentando puxá-la para as trevas. Marina recuou, mas então lembrou-se das palavras do ancião. Ela precisava enfrentar essas sombras, não fugir delas.
Com coragem renovada, Marina pegou o cristal e o segurou firme. As sombras avançaram, mas ela não recuou. Em vez disso, olhou-as diretamente, reconhecendo-as por aquilo que eram: seus medos, arrependimentos e traumas.
— Eu não tenho mais medo de vocês! — gritou ela, e o cristal brilhou intensamente, iluminando a floresta escura.
As sombras hesitaram, como se estivessem sentindo o poder da aceitação que emanava de Marina. E então, uma a uma, começaram a desaparecer, dissolvendo-se na luz do cristal.
No entanto, à medida que a última sombra se dissipava, uma nova figura emergiu das trevas. Era uma forma familiar, uma sombra que parecia refletir todos os medos e inseguranças de Marina. Era a imagem de sua própria sombra, distorcida e amplificada.
— Não é suficiente, Marina — sussurrou a figura com uma voz que parecia vir de dentro dela mesma. — Você ainda carrega culpa e medo. A luta não acabou.
Marina sentiu um calafrio percorrer sua espinha. A sombra a confrontava com os aspectos mais sombrios de si mesma, aqueles que ela havia tentado enterrar. Sentiu-se paralisada por um momento, a dor e a culpa ameaçando consumir seu espírito.
Mas então, lembrou-se das palavras do ancião sobre aceitar e perdoar o próprio passado. Era hora de enfrentar suas próprias falhas e erros. Com um esforço imenso, Marina caminhou em direção à sua sombra, encarando-a de frente.
— Eu aceito meus erros — disse ela, sua voz firme, apesar do medo. — Eu aceito minhas fraquezas e meu passado. Não mais me deixarei definir por eles.
Enquanto falava, o cristal em sua mão começou a brilhar ainda mais intensamente. A luz emanava uma energia poderosa que parecia envolver a sombra. Marina podia sentir a transformação acontecendo, uma sensação de liberação e paz. A figura sombria começou a se desintegrar, seus contornos distorcidos se dissipando na luz.
Quando a última vestígio da sombra desapareceu, a floresta voltou a ser tranquila. A luz da manhã começava a penetrar através das árvores, anunciando um novo começo. Marina caiu de joelhos, exausta, mas com um sentimento profundo de alívio e realização.
Levantando-se, ela percebeu que havia superado não apenas as sombras externas, mas também as internas. A batalha que travara dentro de si mesma foi tão importante quanto qualquer luta física contra as forças das trevas. Ela havia confrontado suas próprias inseguranças e medos, aceitando-os como parte de quem era, e agora sentia-se mais forte e mais completa.
Marina continuou sua jornada através da floresta, sentindo-se renovada. A clareza e a força que havia encontrado dentro de si mesma a guiavam agora. Sabia que ainda havia desafios pela frente, mas estava pronta para enfrentá-los com uma nova perspectiva e uma determinação inabalável.
Ao sair da floresta e retomar o caminho, Marina sentiu uma conexão mais profunda com o cristal, como se ele fosse uma extensão de sua própria força interior. O próximo destino estava claro em sua mente: precisava voltar à vila de Mirabel e enfrentar as consequências das escolhas que fez.
Com o amanhecer iluminando seu caminho, Marina avançou com a confiança de alguém que havia se descoberto e aceitado, preparada para o que viria a seguir em sua jornada de redenção e coragem.
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Atualizado até capítulo 26
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